Sob o jugo dos vândalos que ocupavam o Norte de África, muitas sés episcopais, por causa das terríveis perseguições, ficaram anos e anos sem pastor. Tal sucedeu também a Cartago, após a morte de São Deogracias, ocorrida em 457.
Ora, cerca do ano 476, ao terrível Genserico sucedeu seu filho Hunerico, homem de uma crueldade perversa que, para evitar concorrentes ao trono, mandou assassinar todos os irmãos.
Para afetar alguma bondade, concedeu uma certa liberdade religiosa, permitindo que, em Cartago, se elegesse o bispo.
Havia entre os católicos, um homem muito sábio, afável, caritativo, esmoler e dedicado aos pobres de nome Eugênio. Reunido o povo, foi logo escolhido para ocupar a cátedra cartaginesa.
Não agradou a eleição a muitos cristãos que seguiam as doutrinas heterodoxas de Ario, pois o novo bispo era extraordinariamente sábio nas doutrinas da fé, e, por isso, procuravam qualquer ensejo de o acusar ao rei.
A primeira denúncia foi que este prelado pregava da cátedra episcopal a doutrina adversa às suas convicções, afirmando que Jesus era realmente Deus e que admitia na igreja homens e mulheres vestidos, conforme o uso dos vândalos.
Chamado à presença do rei, o bispo defendeu-se, dizendo que estando as portas do templo abertas a quem quer que fosse, todos poderiam entrar livremente e, além disso, vestir segundo os usos dos vândalos não poderia ser crime uma vez que eles assim trajavam.
Não aceitando tal argumentação, Hunerico mandou soldados guardar as portas da igreja episcopal, a fim de maltratarem quantos a frequentavam com o traje igual ao dos seus vassalos diretos.
Muitos católicos abandonaram a cidade, enquanto outros sucumbiram perante tantos maus tratos. Para além desta violência, mandou que os bispos católicos se reunissem em Cartago, a fim de resolverem com os arianos as suas controvérsias.. Pela sua enorme sabedoria, foi escolhido o bispo Eugênio, para que explicasse ao rei o sentido do termo ‘consubstancial ao Pai’ que tanto lhe desagradava, exigindo, ao mesmo tempo, que fossem convidados os bispos de toda a província e se desse conhecimento à Sé de Roma.
A resposta do soberano foi desterrar alguns prelados, matar outros e provocar uma grande confusão.
Como Santo Eugênio tivesse dado, por aqueles dias, a vista a um cego bem conhecido na cidade, as pessoas levadas pelo prodígio miraculoso, começaram a exigir que se prestasse atenção à controvérsia e se realizasse a reunião pedida pelo príncipe.
Assim se fez, mas os arianos, tendo escolhido o seu bispo Cirilo para chefiar o seu partido, rodearam-se de gente armada para a discussão do tema, enquanto Hunerico expedia circulares para tratarem menos bem os católicos, quando voltassem do concílio, se não mudassem de opinião.
Santo Eugênio conseguiu, com a sua maravilhosa sabedoria e habitual calma e serenidade, apoiado nos sínodos anteriores, formular a verdadeira doutrina à qual os arianos não puderam responder.
Entretanto as respostas ao Santo foram vexames, insultos e afrontas, pois ninguém ousava matá-lo, devido ao prestígio alcançado pela cura do cego.
Cirilo, a fim de mostrar também um milagre semelhante, combinou com um seu correligionário para fingir de invisual e, no momento próprio, garantir estar já a ver. Mas, afinal, ficou mesmo cego. Houve de contar à multidão todo o logro preparado e, tendo pedido a misericórdia do bispo católico, recuperou a vista pela sua intercessão.
Como não se podia vencer a sabedoria de Eugênio, este foi desterrado para Tripoli e aí permaneceu até que a morte levou Hunerico. Regressado à sua cátedra, recomeçou a doutrinação do seu povo, pediu ao Papa Félix instruções precisas para os que haviam sucumbido à perfídia da heresia e a todos concedeu o dom do perdão.
Surgidas outras perseguições e achando que a sua presença naquela região só levaria a maiores males, retirou-se para Albi, na Gália, onde viveu alguns anos em recolhimento aproveitados para fundar um mosteiro onde agasalhou muitos dos fiéis que o seguiram. Aí morreu, tendo sido sepultado junto ao túmulo de Santo Amarand.
Ora, cerca do ano 476, ao terrível Genserico sucedeu seu filho Hunerico, homem de uma crueldade perversa que, para evitar concorrentes ao trono, mandou assassinar todos os irmãos.
Para afetar alguma bondade, concedeu uma certa liberdade religiosa, permitindo que, em Cartago, se elegesse o bispo.
Havia entre os católicos, um homem muito sábio, afável, caritativo, esmoler e dedicado aos pobres de nome Eugênio. Reunido o povo, foi logo escolhido para ocupar a cátedra cartaginesa.
Não agradou a eleição a muitos cristãos que seguiam as doutrinas heterodoxas de Ario, pois o novo bispo era extraordinariamente sábio nas doutrinas da fé, e, por isso, procuravam qualquer ensejo de o acusar ao rei.
A primeira denúncia foi que este prelado pregava da cátedra episcopal a doutrina adversa às suas convicções, afirmando que Jesus era realmente Deus e que admitia na igreja homens e mulheres vestidos, conforme o uso dos vândalos.
Chamado à presença do rei, o bispo defendeu-se, dizendo que estando as portas do templo abertas a quem quer que fosse, todos poderiam entrar livremente e, além disso, vestir segundo os usos dos vândalos não poderia ser crime uma vez que eles assim trajavam.
Não aceitando tal argumentação, Hunerico mandou soldados guardar as portas da igreja episcopal, a fim de maltratarem quantos a frequentavam com o traje igual ao dos seus vassalos diretos.
Muitos católicos abandonaram a cidade, enquanto outros sucumbiram perante tantos maus tratos. Para além desta violência, mandou que os bispos católicos se reunissem em Cartago, a fim de resolverem com os arianos as suas controvérsias.. Pela sua enorme sabedoria, foi escolhido o bispo Eugênio, para que explicasse ao rei o sentido do termo ‘consubstancial ao Pai’ que tanto lhe desagradava, exigindo, ao mesmo tempo, que fossem convidados os bispos de toda a província e se desse conhecimento à Sé de Roma.
A resposta do soberano foi desterrar alguns prelados, matar outros e provocar uma grande confusão.
Como Santo Eugênio tivesse dado, por aqueles dias, a vista a um cego bem conhecido na cidade, as pessoas levadas pelo prodígio miraculoso, começaram a exigir que se prestasse atenção à controvérsia e se realizasse a reunião pedida pelo príncipe.
Assim se fez, mas os arianos, tendo escolhido o seu bispo Cirilo para chefiar o seu partido, rodearam-se de gente armada para a discussão do tema, enquanto Hunerico expedia circulares para tratarem menos bem os católicos, quando voltassem do concílio, se não mudassem de opinião.
Santo Eugênio conseguiu, com a sua maravilhosa sabedoria e habitual calma e serenidade, apoiado nos sínodos anteriores, formular a verdadeira doutrina à qual os arianos não puderam responder.
Entretanto as respostas ao Santo foram vexames, insultos e afrontas, pois ninguém ousava matá-lo, devido ao prestígio alcançado pela cura do cego.
Cirilo, a fim de mostrar também um milagre semelhante, combinou com um seu correligionário para fingir de invisual e, no momento próprio, garantir estar já a ver. Mas, afinal, ficou mesmo cego. Houve de contar à multidão todo o logro preparado e, tendo pedido a misericórdia do bispo católico, recuperou a vista pela sua intercessão.
Como não se podia vencer a sabedoria de Eugênio, este foi desterrado para Tripoli e aí permaneceu até que a morte levou Hunerico. Regressado à sua cátedra, recomeçou a doutrinação do seu povo, pediu ao Papa Félix instruções precisas para os que haviam sucumbido à perfídia da heresia e a todos concedeu o dom do perdão.
Surgidas outras perseguições e achando que a sua presença naquela região só levaria a maiores males, retirou-se para Albi, na Gália, onde viveu alguns anos em recolhimento aproveitados para fundar um mosteiro onde agasalhou muitos dos fiéis que o seguiram. Aí morreu, tendo sido sepultado junto ao túmulo de Santo Amarand.
Oração
Deus, nosso Pai, vós sois a "profundeza inatingível e última de nossa vida, a fonte de nosso ser, a meta de todos os nossos esforços". Vós sois comunidade e comunhão de amor e de vida. Santo Eugênio confessou a vossa Trindade Santíssima, que a nós se manifesta cheia de bondade e de misericórdia, rica em graça e fidelidade. Que também nós, criados à vossa imagem e semelhança, cheguemos à perfeita comunhão convosco e com nossos irmãos. Vós sois um Deus de amor. Possamos vos conhecer e amar cada vez mais e, mediante este amor e este conhecimento, transformar a nossa mente e o nosso coração. Bendito sejais, Senhor Deus de nossos pais. Bendito seja o vosso nome de glória e santidade. Sejais bendito no templo de vossa glória. Sejais bendito sobre o trono do vosso reino!
Deus, nosso Pai, vós sois a "profundeza inatingível e última de nossa vida, a fonte de nosso ser, a meta de todos os nossos esforços". Vós sois comunidade e comunhão de amor e de vida. Santo Eugênio confessou a vossa Trindade Santíssima, que a nós se manifesta cheia de bondade e de misericórdia, rica em graça e fidelidade. Que também nós, criados à vossa imagem e semelhança, cheguemos à perfeita comunhão convosco e com nossos irmãos. Vós sois um Deus de amor. Possamos vos conhecer e amar cada vez mais e, mediante este amor e este conhecimento, transformar a nossa mente e o nosso coração. Bendito sejais, Senhor Deus de nossos pais. Bendito seja o vosso nome de glória e santidade. Sejais bendito no templo de vossa glória. Sejais bendito sobre o trono do vosso reino!