segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Servo de Deus José Tous e Soler, sacerdote e fundador

           

            José Tous e Soler, sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos e fundador da Congregação das Irmãs Capuchinhas da Mãe do Divino Pastor; nascido em 31 de Março de 1811 em Igualada (Espanha) e falecido em 27 de Fevereiro de 1871 em Barcelona (Espanha). Nascido em Igualada em 31 de Março de 1811  no seio de uma família profundamente cristã é o nono de doze irmãos. Em idade precoce sentiu a chamada de Deus e não se deixou atrás: opta por seguir a Cristo segundo a “forma de vida” de Francisco de Assis.
             Aos 15 anos, amadurecida sua opção, inicia o postulado na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos. Impulsionado pelo Espírito muda a vida acomodada de seu lar e o prestigio social que tinham alcançado os Tous, pela vida pobre, penitente e humilde dos capuchinhos.
             Em 18 de Fevereiro de 1827, vestido com o hábito franciscano, começa o Noviciado como frade menor capuchinho. Desde o Noviciado se distinguiu por sua distinta fidelidade à vida de noviço, com uma entrega generosa ao estudo e à oração. O Evangelho, Maria, são Francisco e o amor ao próximo modelou seu coração capuchinho. Em 19 de Fevereiro de 1828, Frei José de Igualada, é já capuchinho e começa seu caminho até ao sacerdócio. Seis anos de vida escondida, de oração, silêncio, de abnegada dedicação ao estudo de itinerância (Calella, Gerona, Valls, Vilanova), vividas no ambiente franciscano alegre e simples da comunidade capuchinha até receber a Ordenação Sacerdotal em Barcelona em 24 de Maio de 1834, aos 23 anos.
              Nesse ano foi destinado ao Convento de Santa Madrona. Mas transcorridos apenas dois meses, em 25 de Julho de 1835, a violência da revolução arrancou-o do convento. Junto com outros irmãos e por conselho de seus superiores, aceitou o exílio fora de Espanha. De povo em povo, ao estilo capuchinho daquele tempo, frei José percorreu a costa mediterrânea de França até Greccio (Itália). Mas Itália não foi o lugar adequado para viver seu exílio e em 1837 se instalou em Toulouse (França) exercendo o sacerdócio ministerial no Mosteiro das Beneditinas. Ali pôde dedicar tempo à contemplação e à adoração da Eucaristia e à ajuda espiritual das jovens do internato.
             Empurrado por seu zelo apostólico, regressava a Catalunha em 1843 para trabalhar na Igreja local, como sacerdote secular já que não estava autorizada a vida conventual. Viveu com seus pais enquanto desenvolvia o ministério sacerdotal em diferentes paróquias. A Eucaristia, a devoção a Maria, Mãe de Jesus Bom Pastor, a Associação de donzelas da menina e mártir santa Romana, foram os meios de que o Padre Tous se serviu para derramar a Paz e o Bem na juventude que o buscava para receber conselho e orientação.
            Os sentimentos de compaixão para com as crianças e jovens, que o Bom Pastor pôs no coração do Padre José, convergiam com os piedosos desejos das jovens Isabel Jubal, Marta Suñol e Remédio Palos: “Derramar no terno coração das crianças os santos pensamentos e devotos afectos que Deus lhes comunicava na oração”. Depois de amadurecer na oração e consultar o projeto, o Padre Tous aceitou orientá-las.
            Partindo da Regra de Santa Clara, adequa as Constituições capuchinhas da beata Maria Ángela Astorch para umas Capuchinhas Terceiras de Ensino. Se estabeleceram em Ripoll em Março de 1850 para iniciar a vida comunitária, e, em 27 de Maio abriam as portas da primeira escola. Os anos que lhe restam de vida, os dedica à atenção caritativa e prudente às Irmãs assim como às comunidades que se vão formando: São Quirico de Besora, Barcelona e Madrid.
            Em seus escritos às Irmãs aflora seu espírito capuchinho: as Irmãs “estão chamadas à vida mista de contemplação e ação”. Insiste em que só desde o “amor a Jesús” alimentado na oração, é possível “a união santa”; que só desde a “humildade” é possível a “obediência”; que o trabalho das Irmãs é sua única fonte de recursos; que “Maria os conduzirá a Jesús”, a forma de renovar a presença amorosa de Deus na vida; que é necessário viver desde a “fé e a confiança em Deus que já sabe o que nos convém”… E deixa a terra pelo Céu enquanto celebrava a Missa no convento de Barcelona. Era em 27 de Fevereiro de 1871.
           Em 19 de Dezembro de 2009 S.S. Bento XVI autorizou a promulgação do decreto que reconhece um milagre atribuído à intercessão do Servo de Deus José Tous, ainda está pendente se indique a data da beatificação.