Vítor nasceu no século VI em Troyes, na Campânia, França. Diz-se que, sete meses antes do nascimento, anunciou um possesso a sua futura santidade. Logo que o menino recebeu o batismo, mostraram-se nele marcas sensíveis da presença do Espírito Santo. Educado unicamente para Deus, não teve gosto senão pelas verdades celestiais, recebeu o sacerdócio e exerceu algum tempo o ministério de sacerdote. Mas, cedendo ao seu atractivo pela solidão, tudo abandonou a fim de se retirar para o território de Arcis, para junto duma aldeiazinha chamada Saturniae, junto dum rio.
Passando o dia e a noite em oração, parecia não ter corpo; juntava à contemplação o exercício do jejum. A fama dos milagres obtidos por sua intercessão atraiu-lhe visitas numerosas, mesmo das pessoas mais ilustres. O rei de França, (Chilperico, Childerico ou Clotário II) , numa das suas caçadas, apresentou-se para o visitar e foi testemunha dum dos seus milagres; tendo-lhe o rei apresentado água numa bacia, o santo, ao que se diz, transformou com a sua bênção esta água em vinho.
As graças extraordinárias, de que dispunha para a santificação dos outros, apenas lhe inspiravam sentimentos de profunda humildade. Morreu, ao que se diz, em 26 de Fevereiro , dia que foi escolhido para a celebração da sua festa.
O corpo foi enterrado na cela de Saturniae. Construiu-se lá um oratório, que se tornou, por corrupção do nome, a capela de São Vittre. Em 837, os restos foram transferidos para a abadia de Montiramé (Moutier-Ramey), diocese de Troyes. Alguns séculos mais tarde, S. Bernardo compôs um ofício próprio em honra do Santo; daí resultou o aumento do culto