sábado, 25 de fevereiro de 2012

Beata Maria Adeodata Pisani, monja beneditina

           

         Nasceu em Nápoles (Itália) no dia 29 de dezembro de 1806. Era filha do nobre Benedetto Pisani, Barão de Frigenuini, nascido em Malta. No batismo recebeu o nome de María Teresa. Por causa de conflitos familiares - seus pais se separaram - foi educada por sua avó paterna, a Baronesa Elisabetta Mamo, que morava em Pizzofalcone (Nápoles). Na idade de dez anos, quando a avó morreu, foi internada em um colégio, onde recebeu uma boa formação humana e católica. Alí recebeu a Primeira Comunhão e a Confirmação.
           Em 1820-1821 seu pai, envolvido em um movimento liberal, foi preso e condenado a morte. Tendo sua pena sido comutada pelo exílio, voltou para sempre a Malta. María Teresa também se mudou para a ilha, mas para viver com sua mãe, na cidade de Rabat.
           Apesar de sua mãe desejar inseri-la na vida social, querendo que se casasse, María Teresa preferia levar uma vida isolada do mundo, entregue totalmente a uma profunda piedade e intensa oração, quase como se fosse monja. Só saia de casa para ir, diariamente, assistir a Santa Missa.
           Sua vocação religiosa despertou com a pregação de um frade franciscano que falou do Juízio Final. Esse sermão impressionou-a profundamente e enquanto rezava diante de uma imagem da Virgem do Bom Conselho, percebeu com certeza que era chamada a vida religiosa.
           Em 16 de julho de 1828, depois de superar a oposição de seus pais, ingressou no Mosteiro Beneditino de São Pedro, em Mdina, tomando o nome de María Adeodata. Em 8 de março de 1830 fez a profissão religiosa solene.
       Depois da profissão religiosa continuou vivendo na humildade e no sacrifício, virtudes que manifestara durante o noviciado. Nunca buscou cargos, embora tenha exercido todos. Por três vezes foi sacristã e enfermeira, ofícios de que gostava porque o primeiro lhe permitia estar em contato contínuo com Nosso Senhor, e o segundo porque podia servir melhor às suas irmãs de hábito. Foi porteira, embora este trabalho lhe fosse custoso porque dificultavam o silêncio e o recolhimento. Aproveitava esta oportunidade para ajudar os pobresl, aos quais, com a permissão da Superiora, reunia e catequizava.
         Em 30 de junho de 1847 foi nomeda Mestra de Noviças, ofício que desempenhou até 30 de junho de 1851, quando foi eleita Abadessa.
         Como superiora destacou-se sobretudo por seu exemplo de fidelidade à Regra e por seu empenho em ajudar as Irmãs a progredir no caminho da perfeição. Corrigia com prudência e era mais severa consigo mesma do que com as Irmãs.
         Eleita "Discreta" em 30 de junho de 1853, não pode levar a cabo seu último ofício devido suas condições de saúde: a debilidade física era causada especialmente pelas penitências que praticava.
         Sua saúde foi se debilitando e ocasiou o seu falecimento no dia 25 de fevereiro de 1855. Às cinco da manhã desceu ao coro para receber a Comunhão. À Irmã enfermeira, que a dissuadira de ir ao coro, respondeu: "Descerei porque é minha última Comunhão e hoje mesmo morrerei". Após ter recebido a Comunhão teve um infarto e foi levada para a cama. Pediu e obteve a Unção dos Enfermos. Às oito horas da manhã expirou.
          A espiritualidade de Madre Maria Adeodata se reflete no seu comportamento nas diversas etapas de sua vida e nos ensinamentos contidos nos seus escritos, que deixam transparecer uma vivência das virtudes teologais e cardeais que supera muito os níveis comuns da vida religiosa e claustral.
        O processo de beatificação foi iniciado em 1893. O milagre para sua beatificação ocorreu em 24 de novembro de 1897, quando a Abadessa Josefina Damiani, do Monastério de São João Batista, em Subiaco, Itália, teve uma repentina cura de um tumor estomacal depois de rezar pedindo a intercessão de María Pisani. Mas a Causa de Beatificação ficou suspensa durante anos devido a falta de fundos e problemas políticos entre Malta e Itália.
 

Catedral de Mdina, Malta


Vista de Mdina, Malta