sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Santa Adelaide, imperatriz e viúva

 
Amiga e dirigida espiritualmente por San­to Odilon, abade de Cluny, cola­borou ativamente com ele na ex­pansão da reforma cluniacense pelo mundo germânico.
Quem revela sua vida é santo Odilo, abade, que conviveu com ela; a vida de santa Adelaide aflora nossos sentimentos pelos sofrimentos que passou. De rainha tornou-se prisioneira, sofreu maus-tratos e passou por diversas privações para, depois, finalmente, assumir um império. Tudo isso dentro da honestidade, vivendo uma existência piedosa, de muita humildade e extrema caridade para com os pobres e doentes.
Nasceu em 931. Adelaide era uma princesa, filha do rei da Borgonha, atual França, casado com uma princesa da Suécia. Ficou órfã de pai aos seis anos de idade. A Corte acertou seu matrimônio com o rei Lotário, da Itália, do qual enviuvou três anos depois, pois o marido morreu defendendo o trono, que acabou usurpado pelo inimigo vizinho, rei Berenjário.
Na ausência do marido, a rainha Adelaide foi mandada para a prisão. Contudo, ajudada por amigos leais, conseguiu a liberdade. Viajou para a Alemanha para pedir o apoio do imperador Oto, que, além de devolver-lhe a Corte, casou-se com ela tornando-se a imperatriz Adelaide, caridosa, piedosa e amada por seus súditos.  
Durante anos tudo corria bem, mas o infortúnio atingiu-a novamente. O imperador morreu e Adelaide tornou-se outra vez viúva. Assumiu o trono seu filho Oto II, que aceitava seus conselhos, governando com ponderação.
Os problemas reiniciaram quando Oto II se casou com a princesa grega Teofânia que não gostava da influência da sogra sobre o marido, conseguiu fazê-lo intrigar-se com a mãe por causa dos gastos com suas obras de caridade e as doações que fazia aos conventos e igrejas. Por isso exigiu que Adelaide deixasse a casa real.
Escorraçada do reino, procurou abrigo em Roma, junto ao papa. Após, passou um período na França, na Corte de seu irmão, rei da Borgonha. Mas a dor da ingratidão filial a perseguia, Viu, também, que ele reinava com injustiça, dentro do luxo, da discórdia e da leviandade, devido à má influência de Teofânia.
Neste tempo, seu diretor espiritual foi o abade Odilo, de Cluny. O mesmo abade passou a orientar também Oto II. Após dois anos de separação, arrependido, convidou a mãe a visitá-lo e pediu seu perdão. Adelaide se reconciliou com filho e a paz voltou. Entretanto o imperador morreu logo depois.  
Como o neto de Adelaide, Oto III, tinha menoridade, a mãe rainha assumiu o trono. Novamente a vida de Adelaide parecia encaminhar-se para o martírio. Teofânia, agora regente, pensava matar a sogra, que só não aconteceu porque Teofânia foi assassinada antes apenas quatro semanas depois de assumir o governo. Assim Adelaide tornou-se a imperatriz regente da Alemanha, por direito.
Administrou com justiça, solidariedade e piedade. Trouxe para a Corte as duas filhas de sua maior inimiga e as educou com carinho e proteção. O seu reinado foram de obrigações administrativas e religiosas muito equilibradas, levando felicidade e prosperidade para o povo e paz para toda a nação.  
Nos últimos anos de vida, Adelaide viveu no Convento beneditino de Selz, na Alsácia, que ela mesma fundara, em Strasburg.
Deixou este mundo com oitenta e seis anos de idade, no dia 16 de dezembro de 999.

Adelaide of Italy.jpg