sexta-feira, 24 de junho de 2011

Tertuliano, "De baptismo", in I Padri vivi, cit.

            "O batismo anunciado por João já naquela época suscitava uma disputa, proposta pelo próprio Senhor aos fariseus, se era um batismo celeste ou terrestre, sobre a qual eles não conseguiram dar uma resposta, porque não puderam nem entender, nem crer. Nós, pelo contrário, conquanto sejamos de pouca fé e tenhamos pouca inteligência, podemos julgar que aquele batismo era divino, em verdade, todavia, por mandamento e não por poder, porque lemos que João foi enviado pelo Senhor para este ministério, embora fosse homem segundo a condição de todos os outros. Nada de celeste, portanto, administrativa, mas o fazia em lugar do celeste, sendo isto preposto à penitência, que está na vontade do homem.
             Enfim, os doutores da lei e os fariseus, que não quiseram acreditar, não quiseram tampouco entrar no espírito da penitência.
              Pois se a penitência é coisa humana, é necessário também que o batismo tenha sido da mesma condição: ou daria o Espírito Santo e a remissão dos pecados se tivesse sido celeste. Mas nem pecados remite, nem perdoa a alma, a não ser Deus".