quinta-feira, 16 de junho de 2011

São Tícon, bispo

           Tícon, filho de um padeiro, na ilha de Chipre, era um rapaz muito generoso. O dinheiro arrecadado com a venda do pão terminava em grande parte nos bolsos dos pobres. Estes, com o dinheiro, dirigiam-se diretamente ao forno para comprar pão do pai de Tícon. Mas as contas davam certo, pois a Providência multiplicava o grão nos sacos depositados no celeiro. À morte do pai, Tícon preferiu desfazer-se do forno; vendeu-o e distribuiu até o último tostão aos pobres e se pôs a serviço do bispo Amatonte, que o ordenou diácono. À morte do bispo, Tícon foi eleito pelo povo seu sucessor.
            Generoso com os pobres, mas intolerante ao culto pagão, começou com um gesto audaz, destruindo o templo da deusa Ártemis, cuja sacerdotisa não só aceitou o fato consumado, mas também pediu para ser batizada e foi atendida. Também fez isso com a mais popular divindade cipriota, precisamente a Vênus Cípria, ou Afrodite, cuja estátua o zeloso bispo despedaçou druante a procissão anual do templo ao bosque sagrado, meta de ritos orgíacos.
             Os devotos de Vênus não lhe perdoaram. Colocaram-no em um carro e o conduziram ao governador. O processo concluiu-se do melhor modo: grande parte dos acusadores, incluindo o governador, converteram-se. Ao benéfico distribuidor de pão não podia faltar vinho. A vinha plantada pelo santo bispo continuou durante anos a dar generoso vinho, com o qual se continua a festejar anualmente São Tícon. Ele morreu no ano de 450.



São Tìcon, rogai por nós.