quinta-feira, 30 de junho de 2011

Protomártires Romanos, martirizados em 64

            Durante do reinado de Nero, em Roma, ao lado da comunidade hebraica florescente e respeitada (Popéia, a mulher de Nero, era judia), vivia a exígua e pacífica comunidade cristã guiada pelo príncipe dos apóstolos.
             Por que Nero perseguiu os cristãos com tanta ferocidade? O historiador Cornélio Tácito nos oferece uma explicação: "Visto que circulavam boatos de que o incêndio de Roma havia sido doloso, Nero apresentou-os como culpados, punindo com penas requintadíssimas aqueles que, obstinados por suas abominações, eram chamdos pelo vulgo de cristãos". Quais fossem suas culpas nós o saberemos muito bem: reuniam-se nas noites de sábado para celebrar a eucaristia, na qual se fala de corpo e sangue de Cristo dado como alimento aos fiéis.
             O Martirológio Romano diz: "Em Roma, celebra-se o natal de muitíssimos santos mártires que, sob o império de Nero, foram falsamente acusados do incêndio da cidade e por sua ordem foram mortos de vários modos atrozes: alguns foram cobertos com pêlos de animais selvagens e lançados aos cães para que os fizessem em pedaços; outros, crucificados e, ao declinar do dia, usados como tochas para iluminar a noite. Todos eram discípulos dos apóstolos e foram os primeiros mártires que a santa Igreja romana enviou a seu Senhor antes da morte dos apóstolos".
              A ferocidade com a qual Nero golpeou os inocentes cristãos (o incêndio tinha sido provocado por sua ordem com o fim de reconstruir Roma com base num grandioso projeto) não encontra obviamente a justificação do supremo interesse do império. Aqueles pacíficos crentes em Cristo não constituíam ameaça. A selvageria usada contra eles foi tal que provocou horror e piedade nos próprios espectadores do circo.
              "Agora se manifestou piedade", escreve ainda Tácito, "mesmo se tratando de gente merecedora dos mais exemplares castigos, porque se via que eram eliminados não para o bem público, mas para satisfazer a crueldade de um indivíduo". A perseguição durou três anos, e seu exórdio teve o mais ilustre dos mártires: Pedro. A conclusão foi assinalada pela decapitação de São Paulo.