sábado, 11 de junho de 2011

São Barnabé, apóstolo e mártir

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            Barnabé é um dos primeiros profetas e professores da igreja em Antioquia (Atos 13,1). São Lucas fala dele como um "bom homem" ( Atos 11,24). Ele nasceu de pais judeus, da  tribo de Levi. Sua tia era mãe de João Marcos ( Colossenses 4,10), amplamente reconhecido como o autor do Evangelho de Marcos.
           Barnabé era natural de Chipre, onde possuía terras (Atos 4,36-38), que vendeu, doando o dinheiro para a igreja em Jerusalém. Seu nome era José, mas os Doze chamaram-no Barnabé, que quer dizer "filho da consolação". Quando Paulo regressou a Jerusalém, depois de sua conversão, Barnabé o levou até os apóstolos (Atos 9,27). É possível que eles tenham estudado juntos na escola de Gamaliel.
           A prosperidade da igreja em Antioquia levou os apóstolos e irmãos em Jerusalém a enviar Barnabé para lá a fim de supervisioná-la. Ele achou o trabalho tão extenso e pesado que foi para  Tarso em busca de Paulo para ajudá-lo. Paulo retornou com ele para Antioquia e trabalhou com ele durante um ano inteiro (Atos 11,25-26). No final deste período, os dois foram enviados até Jerusalém (A.D. 44) com as contribuições que a igreja de Antioquia havia feito para os membros mais pobres da igreja de Jerusalém (Atos 11,28-30).
          Pouco tempo depois eles voltaram, trazendo  João Marcos com eles, e foram designados como missionários para a Ásia Menor. Visitaram Chipre e algumas das principais cidades da Panfília, Pisídia e Lacaônia (Atos 13,14). Depois da sua conversão, Paulo de Tarso começa a ganhar destaque. A partir daí, ao invés de "Barnabé e Paulo", como até então (11:30; 12:25; 13:2,7), agora lê-se "Paulo e Barnabé" (13:43,46,50; 14:20; 15:2,22,35). Só em Atos 14,14 e Atos 15,12-25, Barnabé ocupa novamente o primeiro lugar, porque tinha uma estreita relação com a igreja de Jerusalém. Paulo aparece numa pregação missionária (13:16; 14:8-9, 19-20), quando os moradores de Lídia o consideraram como Hermes, e Barnabé como Zeus (14:12).
           Voltando dessa primeira viagem missionária a Antioquia, eles foram novamente enviados a Jerusalém para consultar com a igreja de lá quanto à relação dos gentios com a igreja (Atos 15:2; Gálatas 2,1). Segundo Gálatas 2,9-10, foi feito um acordo entre eles e os apostólos  João e Pedro, ficando decidido que Paulo e Barnabé iriam, no futuro, pregar aos pagãos, não esquecendo os pobres de Jerusalém. Depois da questão ter sido resolvida, voltaram para Antioquia, levando o acordo do que ficaria conhecido Concílio de Jerusalém, segundo o qual os gentios poderiam ser admitidos na igreja.
          Tendo retornado para Antioquia e passado algum tempo lá (15:35), Paulo pediu a Barnabé para acompanhá-lo em outra viagem (15:36). Barnabé quis levar João Marcos novamente, mas Paulo não concordou (15:37-38). A disputa terminou com Paulo e Barnabé tomando rotas distintas. Paulo tomou Silas como seu companheiro, e ambos percorreram a  Síria e Cilícia; Barnabé, com seu primo mais novo João Marcos, foram para Chipre (15:36-41).
          Barnabé não é mencionado novamente por  Lucas nos Atos dos Apóstolos. No entanto, sabe-se que ele continuou a trabalhar como missionário (1 Coríntios 9.6).
          Quando Barnabé foi à Síria e a Salamina pregando o evangelho, alguns judeus, tendo-se irritado com o seu extraordinário sucesso, caíram sobre ele quando estava pregando na  sinagoga, arrastaram-no para fora e apedrejaram-o até a morte no ano 70. Seu primo, João Marcos enterrou seu corpo em uma caverna, onde permaneceu até a época do imperador Zenão I, em 485d.C. Seus restos mortais foram encontrados em 488. Seu túmulo se encontra no mosteiro construído em seu nome, em Salamina, Chipre.
          Barnabé é venerado como o  santo padroeiro de Chipre.