sexta-feira, 24 de junho de 2011

Fátima: Desaparecimento de Deus leva à «escravidão», diz bispo

             Fátima, Santarém, 24 jun 2011 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima afirmou hoje que o Santuário tem a missão de responder à crise de Deus na cultura ocidental, alertando que “onde Deus desaparece do horizonte da vida, o homem cai na escravidão da idolatria”.
            “Hoje, o apelo de Fátima chama-nos a proclamar e a aprofundar o primado de Deus face à cultura pós-moderna nas diversas formas de niilismo, de ateísmo prático, de indiferença religiosa de muitos que vivem como se Deus não existisse, de eclipse cultural do sentido da presença de Deus”, destacou D. António Marto, na abertura do simpósio «Adorar Deus em espírito e verdade».
             Este é um evento de caráter teológico-pastoral que aborda temas como “a questão de Deus na cultura contemporânea” ou o “aprofundamento da atitude crente”.
            O bispo de Leiria-Fátima alertou para os “ídolos fabricados por cada um ou pela cultura dominante que vêm ocupar o lugar próprio de Deus como mostraram os regimes totalitários e como mostram as várias formas de niilismo, hedonismo e relativismo atuais”.
            “O desafio é pois ajudar a descobrir a beleza, o encanto e o gosto de Deus, no seu amor trinitário universal, que foram dados a conhecer e experimentar, por graça extraordinária, aos pastorinhos e que constituíam o cerne da sua adoração e os abriu à universalidade do amor”, acrescentou.
            Esta iniciativa, que decorre na igreja da Santíssima Trindade, é organizada pelo Santuário de Fátima no âmbito do programa de atividades relacionadas com a comemoração do centenário das aparições de Nossa Senhora, que acontece em 2017.
          O simpósio pretende, segundo o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, “aprofundar o específico da adoração cristã, que é sempre a adoração à Santíssima Trindade e adoração em espírito e verdade”.
          “Julgo que a mensagem de Fátima nos pode ajudar a descobrir a adoração como horizonte bem mais vasto da nossa vivência cristã, não desvalorizando em nada a importância da adoração eucarística”, afirmou.
Para José Eduardo Borges de Pinho, membro da comissão organizadora, “a palavra ‘adoração’, no sentido cristão do termo, não está na ordem do dia, ainda que haja nos últimos anos esforços no sentido de reavivar nos fiéis uma ou outra prática tradicional nesse sentido, como a adoração ao Santíssimo Sacramento”.
          Em declarações à sala de imprensa do Santuário, este professor catedrático da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa diz acreditar que “está em causa o acolhimento do verdadeiro amor de Deus, na perceção humilde e agradecida do seu Mistério de Amor como sentido último”.
          De acordo com a organização do evento, cerca de 380 participantes poderão contar com um plano de trabalhos diversificado, destacando-se as “reflexões teológicas e pastorais, intervenções de caráter mais testemunhal ou apresentações de expressões culturais do tema”.


LDS/SISF/JCP/OC
Notícia atualizada às 12h12