quarta-feira, 29 de junho de 2011

São Pedro e São Paulo, apóstolos martirizados em 64-67




      A palavra e o sangue são a semente com as quais São Pedro e São Paulo geraram a Roma cristã e com ela a Igreja inteira. Os dois apóstolos, depois da Bem-aventurada Virgem Maria são os santos comemorados com maior solenidade litúrgica, ao lado de São João Batista.
      Simão, filho de João, era um pescador da Galiléia, casado, que morava em Betsaida. Visto ser já discípulo do Batista, respondeu com ímpeto ao apelo de Jesus, que o apelidou imediatamente de Cefas, que significa rocha, pedra.
      O evangelista São Marcos nos dá o melhor retrato de São Pedro, do qual foi discípulo. O pescador da Galiléia nos aparece repleto de entusiasmo e de iniciativas, às vezes volúvel, sempre exuberante. Proclama com ímpeto que Jesus é o Messias, mas um momento depois reprova ao Messias a profecia sobre a Paixão. Torna-se intérprete dos companheiros quando existe uma questão a apresentar a Jesus. Está presente em todas as grandes circunstâncias da vida do Salvador, da transfiguração à agonia no horto das Oliveiras.
      Marcos nos refere o episódio da queda e do arrependimento de Pedro, mas cala sobre a solene investidura pronunciada pelo Mestre: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". O fiel discípulo entende assim respeitar a humildade de Pedro.
      Os Atos dos Apóstolos no-lo apresentam como chefe da comunidade de Jerusalém, depois da Igreja de Antioquia e por fim da Igreja de Roma, onde Pedro sofreu o martírio durante a perseguição de Nero, em 64, na colina do Vaticano, crucificado, segundo a tradição, de cabeça para baixo, lugar em que surgiu, por obra de Constantino, a maior basílica cristã.
       A festividade deste dia comemora conjuntamente o apóstolo São Paulo, que sofreu o martírio em Roma, mas em outra data, em 67.
       Os Atos dos Apóstolos são ricos de indicações sobre a extraordinária personalidade do primeiro grande missionário da Igreja. Mas ainda mais eloqüentes são as suas 13 cartas endereçadas aos discípulos Timóteo, Tito, Filêmon e às igrejas por ele fundadas, com exceção da dos romanos. Essas cartas fazem parte da revelação divina e são propostas a nossa reflexão nas leituras dominicais.
        De perseguidor a apóstolo, São Paulo proclama-se ministro, servo de Cristo e servo de todos aqueles que creêm nele. Cegado no caminho de Damasco por uma misteriosa luz que lhe abriu a mente à verdade, é atraído pelo amor de Cristo, a ponto de não querer viver senão para ele: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim", escreve na carta aos Gálatas. E se compraz em tudo aquilo que sofreu para fazer conhecer e amar Jesus. Quer ser crucificado com ele para a salvação dos irmãos. Cidadão romano, não pode sofrer a humilhação da cruz como São Pedro, é decapitado em 67, na Via Ostiense, nas Águas Sálvias, onde hoje se ergue a igreja das Três Fontes.


Basílica de São Pedro


Sepulcro de São Pedro


Basílica de São Paulo



Túmulo de São Paulo, San Paolo fuori le mura, Roma






















 túmulo de São Paulo