Cornélio Wican nasceu em Dorestt, não muito longe de Utrecht. Quando jovem ele entrou para a Ordem dos Frades Menores como irmão leigo. Depois do noviciado e profissão religiosa se colocou à disposição da comunidade para os serviços mais humildes do convento.
Sempre se distinguiu pela sua simplicidade e pronta obediência. Os confrades viram nele um retrato dos primeiros seguidores do Seráfico Pai, os doze discípulos, os cavaleiros da távola redonda. Várias histórias de sua vida são dignas de serem inseridas no livro“Fioretti” de São Francisco.
Uma vez, quando morava no convento de pai Bois-le-Duc o guardião do convento ordenou que fosse imediatamente ao convento de Utrecht. O irmão piedoso curvou a cabeça em sinal de obediência e partiu. Ao chegar ali, o superior de Utrecht perguntou a ele o motivo da sua viagem. Frei Cornélio humildemente respondeu que o superior ordenou e ele obedeceu.
Em seguida, o guardião de Utrecht, para colocar à prova ainda mais a obediência heroica do irmão virtuoso, mandou novamente, por santa obediência, retornar a Bois-le-Duc e pedir ao seu guardião quais eram as razões para a sua viagem e depois voltar a Utrecht. O irmão heroico desempenhou o seu mandato de forma diligente e célere, dando provas de uma obediência realmente admirável.
Outro fato digno de nota, que projeta muita luz sobre o nosso mártir, é a resposta que deu no dia de seu martírio, ao feroz Lunay, que queria confundi-lo e fazê-lo renunciar à sua fé. Resolutamente respondeu: “Eu acredito e professo, e todo aquele que crê e professa, como ensinou o guardião. Por essa fé em Jesus Cristo, na Igreja e no Pontífice romano estou pronto para dar o meu sangue”.
Simples e sublime profissão de fé, que garantiu a graça do martírio e glória eterna dos santos.
Em junho 1572, os calvinistas tomaram a cidade de Gorcum, prenderam os Frades Menores do convento, expondo-os ao ridículo da população. Eles foram levados prisioneiros a Brielle, torturando-os de mil maneiras, para renunciassem à fé católica na Eucaristia e do primado do Romano Pontífice. Mas eles permaneceram firmes na fé. Em 9 de julho de 1572 os onze franciscanos, felizes, enfrentaram a morte para testemunhar a presença dupla de Cristo na terra: a sua presença invisível no sacramento do altar e visível na pessoa de seu Vigário, o Papa. Sofreram o o martírio no cadafalso.