terça-feira, 25 de junho de 2013

Beata Maria Teresa do Menino Jesus, virgem e mártir

     

       Pertencia ao Convento das Irmãs Clarissas Capuchinhas de Przasnysz. Ainda que ela tenha passado a sua vida em silêncio, a recordação da sua morte corajosa, o que não aconteceu com nenhuma outra monja naquele mosteiro, ainda está muito viva.
        Mieczyslawa nasceu em Varsóvia em 1902. desconhece-se o nome e a profissão dos seus pais. Recebeu a sua primeira Comunhão no dia 21 de Junho de 1915, e o sacramento da Confirmação no dia 21 de Maio de 1920. O seu pai, simpatizante socialista, foi para a União Soviética na década de 1920 com grande parte da família.
         Por uma nota escrita no seu livro religioso O Livro da Vida, sabemos que pertenceu a várias associações religiosas e fazia parte de várias confrarias. Tudo isto nos leva a supor que levava uma vida de piedade exemplar antes de entrar na Ordem das Capuchinhas.
         Aos 21 anos, Mieczyslawa recebe a graça da vocação religiosa. Ingressou no Mosteiro das Clarissas Capuchinhas de Przasnysz no dia 23 de Janeiro de 1923. Tomou o hábito no dia 12 de Agosto de 1923 e recebeu o nome de Maria Teresa do Menino Jesus. Emitiu a sua primeira profissão no dia 15 de Agosto de 1924 e a profissão perpétua no dia 26 de Julho de 1928.
       Era uma pessoa delicada e doente, mas disponível para todos e para tudo. No Mosteiro servia a Deus com devoção e piedade. Com o seu modo de ser conquistava o carinho de todos, diz uma das irmãs. Gozava de grande respeito e consideração por parte das superioras e das outras irmãs. Exerceu vários ofícios: porteira, sacristã, bibliotecária; Mestra de noviças e Conselheira. Maria Teresa vive a sua vida religiosa em silêncio, totalmente dedicada a Deus, com grande entusiasmo. Um dia este serviço a Deus foi posto a dura prova.
          No dia 2 de Abril de 1941, os alemães irromperam no Mosteiro e prenderam todas as irmãs, levando-as para o Campo de concentração de Dzialdowo. Entre elas estava a Irmã Maria Teresa, doente com tuberculose. As 36 irmãs ficaram recluídas no mesmo local e suportaram umas condições de vida que ofendiam a dignidade humana: ambiente sujo, fome terrível, terror contínuo. As irmãs observavam com horror a tortura a que eram submetidas outras pessoas ao mesmo tempo, entre as quais se encontravam o Bispo de Plock, A. Nowowiejski e L. Wetmanski, e muitos outros sacerdotes. Depois de passar um mês naquelas condições de vida, a saúde das irmãs debilitou-se. A Irmã Maria Teresa foi uma das que mais se ressentiu, que pelo menos se mantinha de pé.
       Sobreveio-lhe uma hemorragia pulmonar. Faltava não só o serviço médico mas também a água para matar a sede e para a higiene. Suportou o sofrimento com coragem e, até onde lhe foi possível, rezou junto com as restantes irmãs. Outras vezes rezava ela sozinha. Durante a prova, e consciente da proximidade da morte, dizia: “Eu, daqui, não sairei; entrego a minha vida para que as irmãs possam regressar ao Mosteiro”. Isso mesmo dizia à abadessa: “Madre, ainda falta muito?”. Morreu na noite de 25 de Julho de 1941.    Desconhece-se o paradeiro dos seus restos mortais.
         A sua morte fez refletir as outras irmãs. Estavam convencidas de que a Irmã Maria Teresa tinha terminado a sua vida de um modo santo e que viveria na glória dos santos, pelo que lhe dedicavam particular devoção. Tal como predisse, duas semanas depois da sua morte, no dia 7 de Agosto de 1941, as irmãs foram libertadas do Campo de Dzialdowo. Aquela libertação foi interpretada como uma graça recebida de Deus por intercessão da Irmã Maria Teresa. Tinha feito alguma coisa particular, porque normalmente os alemães não deixavam sair ninguém do Campo de concentração. Não puderam regressar ao Mosteiro de Przasnysz, mas estavam em liberdade.  Depois do regresso a este Mosteiro, em 1945, as irmãs sempre recordaram a sua vida santa e a sua morte como mártir.