sábado, 13 de agosto de 2011

Beato Tiago Gapp



          Tiago Gapp nasceu em Wattens, na região do Tirol, na Áustria, em 26 de julho de 1897. Foi voluntário na Primeira Guerra Mundial, transcorrida de 1914 a 1918, caindo prisioneiro das tropas italianas ao final do conflito. No ano seguinte, estando em liberdade, voltou a ser voluntário, mas dessa vez numa congregação religiosa: a Sociedade de Maria.
          Essa Ordem, fundada pelo francês padre Guilherme Chaminade, tinha por objetivo a educação da juventude e espalhou-se por vários países, inclusive a Áustria. Os integrantes eram chamados marianistas, que depois tornaram-se conhecidos em todo o mundo e o seu fundador foi canonizado pela Igreja.
         Tiago iniciou o seu noviciado em 1920 e foi estudar na França e na Suíça. Dez anos depois, já sacerdote consagrado, voltou para sua terra natal. Em 1933, Adolf Hitler chegou ao poder na Alemanha, instaurando um Estado totalitário, inspirado na superioridade da “raça ariana”. O seu violento expansionismo acabou atingindo a Áustria, em 1938, onde a população, amedrontada e ameaçada, passou a denunciar e entregar todos os judeus e antinazistas, numa tentativa desesperada de evitar a represália do cruel exército alemão.
       Tiago Gapp era um desses antinazistas convictos e poderia ser preso a qualquer momento. Mas isso não o intimidava. Tinha uma radical aversão à visão racista, também condenada pelo papa Pio XI por meio da famosa encíclica “Mit Brennender Sorge” de 1937. Tiago pregava, abertamente, que o cristianismo e o nazismo eram incompatíveis, não havendo a menor possibilidade de entendimento entre os dois.
        Perseguido pela Gestapo, a agência de espionagem nazista, Tiago fugiu da Áustria, passando pela França e fixando-se na Espanha, em uma comunidade marianista de Valência. Porém os implacáveis espiões nazistas perseguiram-no até lá, sendo preso e deportado para Berlim.
        Na capital alemã, Tiago enfrentou sete longos meses de cárcere. Mas seu julgamento, que não durou mais de duas horas, culminou com sua condenação à morte. Em 13 de agosto de 1943, na penitenciária de Ploetzansee, Tiago Gapp foi decapitado.
      Poucas horas antes da execução, escreveu cartas animadoras a seus familiares e superiores: “Considero este dia como o mais belo de minha vida. Atravessei duras provas, mas agora estou feliz”. O papa Beato João Paulo II proclamou bem-aventurado Tiago Gapp em 1996, designando o dia de sua morte para o seu culto.