Maria Ana, nascida em Madrid em 1565, teve como pai Luis Navarra de Guevara, e como mãe Joana Romero. Consagrou-se a Deus desde a mais tenra idade e teve de resistir às instâncias do pai que desejava que ela se casasse. Teve mesmo de suportar maus tratos da parte dele e da mulher a quem tomara como segunda esposa. Manteve-se porém inamovível no seu generoso propósito.
Para escapar a injustos rigores, procurava entrar num mosteiro, mas encontrava em toda a parte recusa, com temor de ressentimento vindo da própria família. Obrigada a manter-se na casa paterna, passou lá uma vida de retiro e de rigorosas austeridades. Deus encheu-a, porém, de favores extraordinários. Por fim, com a idade de 42 anos, obteve do pai licença para entrar na Ordem de Nossa Senhora das Mercês: nela recebeu o hábito, com o nome de Maria Ana de Jesus.
Em 1614, pronunciou os votos solenes de religião, ao mesmo tempo que uma santa jovem que tomou o nome de Maria de Jesus. As duas formaram o núcleo dum novo instituto quer tomou o nome de Religiosas Descalças de Nossa Senhora das Mercês. Maria Ana, que visitava muitas vezes a rainha, edificava a corte inteira com a sua modéstia. Às três classes de desafortunados - pecadores, almas do purgatório e cristãos cativos na África – aplicava todas as suas orações e mortificações. Atacada por uma doença que lhe exercitava a paciência e a submissão à vontade de Deus, morreu a 17 de Abril de 1624. Milagres realizados no seu túmulo levaram a que fosse beatificada por Pio VI em 1783.