sexta-feira, 18 de novembro de 2011

São Diogo de Alcalá, século XV

 


São Diogo (Diego) é um dos santos mais populares da Espanha e da América Latina. É representado no humilde hábito de irmão leigo franciscano, com batina de saco, cordão e chaves para indicar suas funções de porteiro e cozinheiro do convento. Sua expressão é a humildade personificada do mais puro seguidor do pobrezinho de Assis: São Francisco.  
Diego nasceu, em Alcalá do Porto, Sevilha, Espanha, por volta do ano 1400. Filho de pais muito pobres e simples, foi autodidata e viveu como monge eremita às margens do povoado natal, em penitência e oração. Alimentava-se somente com os produtos da pequena horta que cultivava e vestia-se com as roupas velhas que o povo lhe dava em troca de trabalhos artesanais.
Possuidor de dons místicos e inteligência infusa, sua piedade e bondade eram tão reconhecidas que logo ganhou fama de santidade. Para fugir dela, resolveu ingressar como noviço de irmão leigo no Convento dos frades franciscanos de Arizafe, próximo a Córdoba.
Era o tempo das colonizações espanholas e, em 1441, Diogo foi enviado como missionário às Ilhas Canárias. Naquelas felizes ilhas submersas pelo sol vegetava a idolatria. Frei Diogo aí trabalhou alegremente e cinco anos depois a obediência lhe impôs aceitar o cargo de guardião, isto é, de superior, não obstante ser simples irmão leigo. Seu zelo deveria ser incômodo aos colonizadores que mantinham os indígenas na condição de escravos e tornaram-lhe a vida tão difícil que teve de voltar à Espanha em 1449. 
No ano seguinte, nas celebrações do Jubileu e da canonização do franciscano Bernardino de Sena, fez uma peregrinação até Roma. Lá, encontrou a população abandonada à mercê de uma trágica epidemia. Trabalhou como ninguém na assistência aos doentes, não só material como espiritualmente, pois seus dons místicos fizeram com que curasse muitos deles com orações e o simples toque das mãos. Era respeitado, mas voltou para a Espanha.
Voltando a Espanha fez questão de retomar as atividades humildes do início, trabalhando como porteiro e cozinheiro em vários conventos franciscanos.
Morreu em 12 de novembro de 1463, exercendo, ainda, estas funções no Convento de Alcalá de Henares, próximo de Madri.
 Foi canonizado pelo papa Xisto V em 1588.
Tornou-se um dos cultos de maior devoção da cristandade, que perpetua a sua memória pelo seu nome emprestado aos seus rios, baías e a várias cidades, além de ser padroeiro de muitas outras também. O exemplo mais famoso é a rica cidade de San Diego, no estado da Califórnia, América do Norte.
A festa de são Diogo de Alcalá é celebrada no dia 13 de novembro.