sábado, 19 de novembro de 2011

Santa Gertrudes, "A Grande", 1256-1302



Uma vida de contemplação foi a forma que santa Gertrudes escolheu para dedicar-se a Deus. Nascida em Eisleben, na Saxônia, em 1256, ao contrário do que alguns historiadores dizem, ela não pertencia à nobreza, mas seus pais eram bem estabelecidos e cristãos praticantes.  
Aos cinco anos de idade, seus pais confiaram a sua educação ao Mosteiro cisterciense de Helfa, na Turíngia, onde Gertrudes teve uma sólida formação humanista e religiosa. Possuidora de grande carisma místico, tornou-se religiosa consagrada. Conviveu no mosteiro com a grande mística Matilde de Magdeburg, mestra de espiritualidade.
Matilde foi a personagem decisiva na vida interior de muitas jovens que dela se aproximavam. Era mestra de uma espiritualidade fortemente ligada ao chamamento místico. Com ela, Gertrudes desenvolveu a sua de modo muito semelhante, recebendo, em seguida, através de suas orações contemplativas, muitas revelações de Deus.  
Mais tarde, aos vinte e cinco anos, quando depois de recitar as completas, teve a primeira visão que transformou sua vida (é ela mesma quem conta), Jesus reprovou seu excesso de aplicação aos estudos. Desde aquele momento Gertrudes se tornou alma essencialmente contemplativa, acentuando sua devoção ao Sagrado Coração de Jesus, à eucaristia, conformando sua imensa piedade às sucessivas experiências místicas. A sua vida “tornou-se hino perene a Cristo”. Toda a sua rica experiência transcreveu e reuniu no livro "Mensageiro do divino amor", talvez a mais importante obra cristã tendo como temática a teologia mística.
Foi uma das maiores místicas cristã da idade média, tornando-se uma das grandes incentivadoras da devoção ao Coração de Jesus, culto que alcançaria enorme expansão, no futuro, com santa Margarida Maria Alacoque, no século XVII.  
Mais tarde, foi eleita abadessa, cargo que exerceu até o fim de seus dias. Adoeceu e sofreu muitas dores físicas por mais de dez anos até ascender a casa do Pai, em 1302.
A tradicional festa em sua memória, no dia 16 de novembro, foi autorizada e mantida nesta data pelo papa Clemente XII, em 1738.