A memória dos Santos Nazário e Celso, que viveram em países diferentes, é celebrada na mesma data. Nazário, batizado que foi pelo Papa Lino em Roma, recebeu no grêmio da Igreja o jovem Celso, natural da França, que contava apenas 12 anos de idade.
Nazário era filho de um pagão muito rico, oriundo do norte da África e sua mãe, uma piedosa cristã natural de Roma, que a Igreja venera com o nome de Santa Perpétua. Inflamado pela chama do amor divino, decidiu sair de Roma para dedicar-se à salvação das almas de pessoas menos favorecidas. Tinha amor e muita caridade com os pobres, onde iniciou sua ação evangelizadora e dedicou-se incansavelmente aos enfermos e aos órfãos, ocasiões em que lhes apresentava em primeiro lugar o caminho das verdades divinas.
Não tardou que a chama da perseguição nerodiana se levantasse contra este fiel discípulo de Cristo. Quando encontrava-se na cidade de Milão, o governador Anolino deu ordem de prisão e, já no dia seguinte, encontrava-se trancafiado na cela. Sua presença ali tinha uma finalidade: persuadí-lo para que adorasse aos deuses de Roma, já que grande multidão seguia os ensinamentos de Nazário. Este, negando-se veementemente, recebeu como castigo cruel flagelação, sendo em seguida expulso de Milão.
Dirigiu-se então à França, onde amplificou sua pregação evangelizadora. Num domingo, rezando no povoado de Melia, uma mulher chamada Marionilla aproximou-se com seu filho Celso e pediu para que o batizasse e o instruísse na fé. Em curto espaço de tempo a graça de Deus resplandesceu sobre Celso, que assimilou exemplarmente as instruções celestes que todos os dias recebia do seu mestre espiritual. Com suas efizaces práticas e exemplo cristão já em tenra idade, aquela "semente" da qual fala o Evangelho, verdadeiramente caiu em terra fértil.
Nazário, em companhia de seu jovem discípulo, dirigiu-se a Tréveris, onde ambos realizaram maravilhosos prodígios e milagres. Alargavam-se, assim, as fileiras da conversão, fato que culminou em prisão e imediata sentença de morte. Reza a tradição que escaparam milagrosamente dessa sentença e regressaram para a Itália. Em Milão, o governador Anolino novamente mandou encarcerar Nazário e também a Celso, condenando-os à morte. Antes porém, da execução, Anolino teve de consultar o imperador Nero, já que Nazário era cidadão Romano. Confirmada a sentença imperial, foram conduzidos à praça maior de Milão, onde foram decapitados em 28 de julho do ano de 68. Os cristãos recolheram seus cadáveres e os sepultaram em um horto de extramuros.
Mais de trezentos anos depois, precisamente em 395, foi revelado a Santo Ambrósio (como constam em seus inscritos) o lugar onde encontravam-se os sagrados despojos. No túmulo de Nazário se achou um fio de sangue tão fresco que parecia ter sido derramado naquela mesma hora. Santo Ambrósio os fez trasladar à igreja dos Apóstolos, que acabara de construir.
Os habitantes de Milão reverenciam os Santos Nazário e Celso como seus patronos.