Ana, do hebraico Hannah, graça, é um nome apropriado, atribuído à mãe da bem-aventurada Virgem Maria na liturgia oriental, desde o fim do século VI. No mesmo período vem honrando, sempre no Oriente, o pai Joaquim, denominado entretanto de vários modos: Eli, Cléofas, Eliacim, Jonaquim e Sadoc.
O Evangelho silencia acerca dos pais de Maria; o vazio foi preenchido pelo apócrifo proto-evangelho de Tiago. Neste, entre os elementos fantasiosos, é possível extrair algumas notícias úteis para delinear o perfil dos santos cônjuges. Seu culto, tão antigo no Oriente quanto o culto mariano, floresceu no Ocidente em 1584, quando foram instituídas a festa litúrgica de Santa Ana, fixada em 25 de julho e a de São Joaquim, no dia 20 de março. Esta, depois foi integrada à oitava da Assunção, passando em 1913 para o dia 16 de agosto e, finalmente, para 26 de julho, com o novo calendário litúrgico, o qual associa oportunamente os dois santos cônjuges, de cuja união advém, por santo privilégio divino, a imaculada conceição da Virgem.
"Pelos frutos conheceris a árvore", diz Jesus no Evangelho. E talvez pensasse, nesse momento, nos dois santos avós. Conhecemos o fruto de seu amor, a Virgem Imaculada, santificada desde o primeiro momento no seio materno, portanto, um fruto não deteriorado pelo pecado origianal; "a cheia de graça", que tão só pela sua presença santificou o Batista no seio de Isabel. E uma vez que Maria, "termo fixo do eterno conselho", como diz Dante, é "aquela que a natureza humana enobrece", pode bem se dizer mediadora da graça sobretudo para seus privilegiados pais. O belo nome de Ana, que freqüentemente segue o de Maria, foi honrado por cinco santas e sete beatas.
São Joaquim e Santa Ana, rogai por nós!