"O santo verdadeiramente compreende que o autêntico desenvolvimento da personalidade, em certo sentido, consiste em perdê-la para Deus, em morrer para si mesmo, para que Deus viva em nós. Desse modo, ele se arma de um ódio anto contra o próprio eu, feito de amor-próprio, sutil egoísmo e orgulho. Em sua iteligência, procura substituir suas mesquinhas idéias pessoais pelo pensamento de Deus recebido com a fé; em sua vontade, esforça-se para substituir a própria vontade pela de Deus, da qual se faz servo, assim, como nossas mãos são servas de nossa vontade.
Por isso, a mesma Verdade (Cristo) revelou-se a nós, assumiu nossa humanidade e, enquanto no horto está absorta em oração, nas cidades, opera milagres. Isso evidentemente no intento de aplainar os caminhos para ser imitada pelos bons diretores de almas, pois, mesmo projetada às alturas supremas da contemplação, toma-se de compaixão pelas necessidades dos enfermos.
De fato, a caridade propende admiravelmente para as alturas na mesma proporção em que se deixa atrair por aqueles que estão abaixo, mostrando-se compassiva em relação ao próximo. E, por sua vez, quanto maior a benevolência com que se inclina em favor dos enfermos, tanto mais vigorosamente se alçará em direção aos píncaros".
São Gregório Magno, papa
São Gregório é certamente uma das mais notáveis figuras da história eclesiástica. Exerceu em vários aspectos uma significativa influência na doutrina, organização e disciplina da Igreja Católica.
A ele devemos olhar, para a explicação da situação religiosa da Idade Média; com efeito, não se levando em conta seu trabalho, a evolução da forma da Cristandade medieval seria quase inexplicável.
Tanto quanto o moderno sistema católico é um legítimo desenvolvimento do catolicismo medieval, não sem razão Gregório deve também ser chamado seu pai. Quase todos os princípios diretivos do subseqüente Catolicismo são encontrados, pelo menos em gérmen, em Gregório Magno.