Os quatro evangelhos falam difusamente a respeito de São João Batista.
Nasceu em uma família sacerdotal. Isabel, prima da Santíssima Virgem Maria, descendia de Aarão. O arcanjo Gabriel, ao anunciar a Zacarias o nascimento do filho, disse-lhe que seu nome deveria ser João, que significa "Deus é favorável" e indicou seus extraordinários dotes: deveria ser grande diante de Deus ("Entre os nascidos de mulher não há nenhum maior que João", dirá Jesus); cheio do Espírito Santo; operará conversões em Israel e será o precursor do Messias, com espírito e o poder de Elias.
Ao nascimento do menino, ao qual assistiu Maria, que se tinha dirigido pressurosamente a prestar seus serviços à prima em Aim Karim (sete quilômetros a oeste de Jerusalém), Zacarias recupera a palavra e eleva um cântico de reconhecimento, profetizando a grande missão de João: "Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo; pois, irás à frente do Senhor para preparar-lhe os caminhos".
A Igreja comemora os santos no dia de seu "nascimento" para a vida eterna. O nascimento para esta vida terrena é celebração liturgicamente tão só para Jesus, Maria e João. A tradição patrística afirma de fato que o Batista foi libertado do pecado original e santificado no seio materno ao primeiro encontro de Maria com a prima Isabel: "Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre".
A festividade é de antiga data. Quanto a João, é reconhecido o duplo título de último profeta ("É mais que um profeta" diz Jesus) e primeiro apóstolo. Ao anunciar a chegada do Messias, João exortava à conversão e dava o batismo para a remissão dos pecados. Daí o nome de Batista ou Batizador.
Profeta e apóstolo, é também mártir, pois pagou com a vida o rigor moral e a coragem de opor-se à má vida de um pequeno monarca apaixonado pela sobrinha, a qual não hesitou em pedir-lhe que a cabeça do Batista, cujo martírio é celebrado liturgicamente a 29 de agosto.
O encontro das santas mães e dos santos pais
Reflexões:
Que nestas reflexões encontrem sabedoria, consolo e edificação as senhoras casadas e que, como a Santa Isabel, faz sofrer as tristezas da esterilidade. Não devem esquecer-se das angústias do parto, que não raras vezes equivalem a uma verdadeira agonia, e da série infinita de trabalhos, de cuidados e preocupações, que acompanham infalivelmente a educação dos filhos. Ninguém prevê o futuro; mas se pudéssemos ter a ciência do rumo que a vida dos homens vai tomar, quantas senhoras não desejariam hoje nunca ter tido filhos! Filhos pequenos, pequenos cuidados; filhos crescidos, cuidados dobrados! Quantos filhos, cujo advento era a prece constante o desejo mais ardoroso dos pais, não corresponderam às esperanças que neles se colocara e, longe de serem a honra dos progenitores, vieram a ser sua vergonha, humilhação e desgraça.
É mais que justificado o desejo da bênção da maternidade. A criança é muitas vezes o anjo pacificador do lar; mas exemplos não faltam e não são poucos, que atestam o contrário. Em muitos casos isso se deve à culpa dos próprios pais, em outras, para nossa perplexidade, no seio de famílias boas e bem estruturadas. Em ambos os casos, a oração deve ser a principal arma para derrotar tal circunstância. Lembremo-nos que Santa Mônica derramou lágrimas e rezou por 30 anos anos consecutivos implorando ao Senhor a conversão do seu filho. Deus atendeu seu pedido e tocou naquele coração desregrado, de forma que, convertido, empreendeu grandes obras para a edificação da Igreja de Cristo, vindo a tornar-se uma das grandes colunas de Igreja: Santo Agostinho de Hipona.
O respeito, o amor, o cumprimento dos Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja, são coisas que devem cultivadas desde tenra idade. Ai dos pais que dão liberdade excessiva aos filhos e não os conduzem pelo caminho da virtude. Devemos pedir a intercessão de São João Batista, cuja retidão, personalidade e caráter incita poderosamente na alma o desejo ardente em consagrar nossos filhos a Deus, os quais queremos ver preservados de tantas distorções e imundícies que o mundo atual lhes oferece.
Os casais que sofrem o drama da esterilidade, devem procurar todos meios lícitos para tentar reverter tal situação, confiando, sobretudo, na Providência Divina. Existem bons médicos e medicamentos nessa área, que poderão auxiliar no tratamento adequado para cada caso. Sendo, porém, algo crônico ou irreversível, coloquemo-nos resignadamente aos desígnios de Deus, principalmente na prática da virtude e da oração. Qualquer que seja o motivo que determine a ausência de filhos, o casal se conforme com este estado de coisas, quando não se lhes depara outro remédio. O homem contemporâneo, porém, parece ter se esquecido dos valores primordiais da vida. A ciência atual, que tantos benefícios proporciona diariamente à humanidade, muitas vezes por não querer ouvir a Igreja, penetra agora em sendas obscuras, onde a ética e a moral são postas à deriva por orgulho e sensação de auto-suficiência. E, para reforçar o assunto em tela, não é verdade que reside a tentação, mesmo junto aos casais que se julgam mais esclarecidos, recorrer a métodos artificiais condenados pela Igreja, ora para evitar filhos, ora para vencer a esterilidade, deixando de lado os mistérios e os desígnios que a Providência Divina nos coloca no caminho?
Em nome do que chamam de "progresso científico", os estudos e procedimentos de fertilização a qualquer preço parecem prevalecer. Muitos casais estéreis, tapando olhos e ouvidos à Igreja, perseguem obsessivamente a gestação e submetem-se à qualquer tipo de método para satisfazer seu próprio desejo, seu ego. Dão de ombros com o "... seja feita a Vossa vontade" do Pai-Nosso; em detrimento de tantas e tantas crianças nos orfanatos que, ansiosamente, aguardam a eventual chegada de um pai e uma mãe que os acolha. A voz dos bebês, crianças e adolescentes, dos orfanatos sobe aos céus clamando por justiça junto ao trono de Deus. E neste cenário global, acentuam-se sistemáticos ataques ao Papa pela condenação dos métodos artificiais de fertilização, de contracepção, também das escandalosas pesquisas envolvendo células-tronco embrionárias e da clonagem humana, cujo terreno foi maliciosamente bem preparado pela ciência há anos. Ai de nós, ai de nós, se formos cúmplices ou defendermos a ciência nesse aspecto, fechando nossos ouvidos ao que a Igreja diz. Se ao mundo apoiamos, somos co-responsáveis e participantes diretos nessas práticas artificiais absurdas, que o mundo oferece sutilmente como grandes conquistas científicas, sem querer se aperceber do grave pecado que tudo isso constitui. Pecado, portanto, na mesma proporção grave para tanto para o cientista, legislador, ou para qualquer um de nós, seja pela conivência, apoio ou pela prática.
São Zacarias e Santa Isabel, intercedei pelos casais estéreis, pedi a Deus que lhes conceda sabedoria, confiança, resignação e amor às práticas das virtudes.
São João Batista, que possamos ter tua valentia, coragem e determinação na defesa da Igreja de Cristo. São João Batista, rogai por nós, esclarecei nossos casais, médicos cientistas, políticos e todos os responsáveis pela legislação nacional.