terça-feira, 14 de junho de 2011

Bento XVI: o Espírito Santo, "como Luz inteligível fortalece a missão evangelizadora, faz arder os corações daqueles que escutam a doce mensagem"

         

         Cidade do Vaticano (Agência Fides) - Na Solenidade de Pentecostes, domingo 12 de junho, antes de rezar a oração mariana do Regina Coeli, Bento XVI ilustrou o significado da Solenidade com estas palavras: "o Mistério Pascal cumpre-se na forte efusão do Espírito Santo sobre os Apóstolos reunidos juntos com Maria, Mãe do Senhor, e aos outros discípulos. Foi o "batismo" da Igreja, batismo no Espírito Santo... A voz de Deus diviniza a linguagem humana dos Apóstolos, que se tornam capazes de proclamar de forma "polifônica" o único Verbo divino. O sopro do Espírito Santo enche o universo, gera a fé, conduz à verdade, forma a unidade entre os povos". O Espírito Santo, disse ainda o Papa, "como Luz inteligível dá significado à oração, fortalece a missão evangelizadora, faz arder os corações de quem escuta a doce mensagem, inspira a arte cristã e a melodia litúrgica". Enfim, Bento XVI confiou à Virgem Maria "a Igreja, para que viva sempre de Jesus Cristo, de sua Palavra, de seus mandamentos, e sob a ação perene do Espírito Paráclito anuncie a todos que Jesus é o Senhor"!
          Depois da oração mariana, Bento XVI confiou a causa da paz no mundo à intercessão das heróicas testemunhas da fé "que deram a vida no nome de Cristo nos campos de concentração", recordando a beatificação de Alois Andritzki, sacerdote e mártir, assassinado pelos nacionalistas em 1943. O Papa disse: "Possa o Espírito Santo inspirar corajosos propósitos de paz e sustentar o compromisso o compromisso de levá-los adiante a fim de que o diálogo prevaleça sobre as armas e o respeito pela dignidade humana supere os interesses pessoais. O Espírito, que é vínculo de comunhão, endireite os corações desviados pelo egoísmo e ajude a família humana a redescobrir e proteger com vigilância a sua unidade fundamental".
          Antes, o pontífice presidiu na Basílica de São Pedro a celebração eucarística da Solenidade de Pentecostes. Comentando as leituras da missa, o Papa sublinhou na homilia que "o Espírito criador de todas as coisas e o Espírito Santo que Cristo fez descer do Pai sobre a comunidade dos discípulos é o mesmo e único: criação e redenção não podem ser separadas e formam, em profundidade, um único mistério de amor e salvação". "O Espírito Santo é Quem nos faz reconhecer em Cristo o Senhor, e nos faz pronunciar a profissão de fé da Igreja... o Espírito Santo vivifica a Igreja. Ela não deriva da vontade humana, da reflexão, da habilidade do homem e da sua capacidade de organização, porque se assim fosse há muito tempo ela teria morrido, conforme passam todas as coisas humanas. Ela é o Corpo de Cristo, animada pelo Espírito Santo". O evento de Pentecostes é representado por São Lucas "como um novo Sinai, como o dom de um novo Pacto em que a aliança com Israel é extensiva a todos os povos da Terra". "Isso nos diz uma coisa importante: que a Igreja é Católica desde o primeiro momento, que a sua universalidade não é fruto da inclusão sucessiva de várias comunidades" - explicou o Papa. "Desde o primeiro instante, o Espírito Santo a criou como a Igreja de todos os povos; ela abraça o mundo inteiro, supera todas as fronteiras de raça, classe e nação; derruba todas as barreiras e une as pessoas na profissão do Deus Uno e Trino. Desde o início, a Igreja é una, católica e apostólica: esta é a sua verdadeira natureza e como tal deve ser reconhecida. "Ela é santa, não por causa da capacidade de seus membros, mas porque o próprio Deus, com o seu Espírito, a cria e santifica para sempre". (SL) (Agência Fides 13/06/2011)