quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Os novos santos espanhóis II: Santa Genoveva Torres


         Genoveva Torres Morales nasceu na cidade de Almenara, no dia 3 de janeiro de 1870. Órfã, sem uma perna e muito pobre logo se tornou uma mulher forte que lutou contra a solidão criando albergues para pessoas desamparadas.
         Ela era a mais nova dos seis filhos de uma família de lavradores. O pai, José, morreu quando ela tinha apenas um ano e, em um período de seis anos, ela, a mãe e um irmão viram morrer os outros membros da família: um menino e três meninas. Mais tarde, quando tinha oito anos, a mãe também faleceu.
         Vivendo apenas ela e o irmão dez anos mais velho, cedo Genoveva teve que assumir o trabalho de casa, o que a tornou muito responsável e reflexiva. As dificuldades fizeram com que tivesse que abandonar a escola, mas não as aulas de catequese e em 1877 recebeu sua confirmação de batismo. Como não tinha dinheiro para fazer uma roupa especial para ocasião, Genoveva simplesmente entrou na fila das pessoas que iam comungar e recebeu Jesus em seu coração. Aí nasceu seu profundo amor à Eucaristia.

Uma vida de penúrias
        O trabalho, a má alimentação e os escassos cuidados lhe valeram um tumor maligno na perna esquerda, que teve de ser amputada quando tinha 13 anos. Foi operada em sua própria casa, sobre a mesa da cozinha, com métodos rudimentares. Contra todos os prognósticos, que apontavam para sua morte precoce, Genoveva levantou depois de alguns meses de repouso e voltou às tarefas domésticas com a ajuda de muletas, que a partir daí se tornaram suas companheiras inseparáveis.
        Por circunstâncias familiares foi internada no orfanato "Casa da Misericórdia" de Valência, onde passou nove anos. Ajudada pelo capelão do centro iniciou ali uma experiência espiritual profunda que a levou a pedir sua entrada na ordem das Carmelitas da Caridade. Ela não foi admitida por causa de sua deficiência física e a partir deste momento começou a buscar o caminho que Deus havia traçado para si.
        Observando o mundo a sua volta Genoveva se fixou em um problema que afligia inúmeras mulheres no começo do Século XX: o abandono. Obstinada começou o que se tornaria uma instituição religiosa. Com a ajuda de duas companheiras recolhia em casa diversas pessoas necessitadas. Costurando e bordando sob encomenda sustentava a casa que logo se tornou pequena para tantos pedidos de abrigo.

A primeira casa-abrigo

         No dia 2 de fevereiro de 1911, Genoveva abriu em Valência a primeira casa abrigo para senhoras e senhoritas solitárias, constituindo a Sociedade Angélica que daria origem ao instituto das Irmãs do Sagrado Coração de Jesus e dos Santos Anjos. A moça que tanto sofreu na vida foi nomeada diretora do grupo que tinha como missão aliviar a solidão dar carinho, consolo, amor e cuidado ao corpo e espírito daqueles que foram abandonados por seus pares.
         Ela atravessou todos os problemas de seu tempo, sempre lutando por seu projeto de vida. No meio dos mais diferentes problemas Madre Genoveva infundia paz e esperança em todas suas Irmãs.
         Mas, no final de 1955 sua saúde havia decaído consideravelmente. No dia 30 de dezembro teve um ataque de apoplexia e recebeu os últimos sacramentos. Enfim, no dia 5 de janeiro de 1956, aos 86 anos, Genoveva deixou este mundo. Foi beatificada em Roma pelo papa João Paulo II no dia 29 de janeiro de 1995.



túmulo onde encontram-se os restos mortais de Santa Genoveva Torres