São Caetano, fundador da Ordem dos Caetanos ou Teatinos, nasceu em 1480, em Vicenza, de pais ilustres e virtuosos. Logo após o batismo, foi a criança, pela mãe oferecida e consagrada à Santíssima Virgem. Não ficou sem efeito a oração de sua mãe. Desde pequeno Caetano mostrava grande amor à oração a obras de caridade. Exemplar em tudo, era entre os companheiros de infância chamado "o Santo". Mais tarde fez os estudos, doutorou-se em direito civil e eclesiástico e do Papa Júlio II recebeu a ordenação sacerdotal. Morto este Papa, Caetano voltou à sua terra e dedicou-se quase exclusivamente ao serviço hospitalar. Sua única ambição era salvar almas. O povo dizia: "Caetano no altar é Anjo, no púlpito Apóstolo". Não perdia ocasião de conduzir almas a Deus Nosso Senhor, o que lhe importou o apelido: "Caçador de almas" .
Na segunda viagem a Roma, fundou, com três companheiros, uma nova Ordem, cujo plano era: A santificação própria, combater a tibieza e ignorância entre o clero, regenerar os costumes da sociedade, observar escrupulosamente as cerimônias litúrgicas, restabelecer o respeito e reverência na casa de Deus, exterminar as heresias e assistir aos doentes moribundos; numa palavra: - praticar a verdadeira ação apostólica.
Os companheiros co-fundadores da Ordem, foram: 1- Bonifácio de Colli, sacerdote do Oratório, reunia qualidades semelhantes a do seu amigo Caetano. Amabilidade, serenidade e doçura, faziam de si homem repleto do amor de Deus. 2- Paulo Consiglieri, pertencia à família Chislieri, da qual sairia mais tarde o Papa São Pio V (Antônio Chislieri). 3- João Pedro Carafa, bispo da Igreja, dotado de habilidades diplomáticas e prestígio incomparável. Os Papas lhe confiaram diversas missões, dentre as quais, planos de reforma empreendidas pela cúria romana. A urgência de levar a Igreja a uma transformação radical e necessária foi que levou-o a conhecer o belo projeto de São Caetano, a quem humildemente pediu admissão como companheiro na Ordem. Trinta anos depois, veio a assumir o trono pontifício com o nome de Paulo IV, em cujo pontificado permaneceu, de 1555 a 1559.
Aos religiosos deu uma regra, que os obrigava à perfeita pobreza, proibindo-lhes não só aceitar a mínima recompensa pelos trabalhos, mas vedando-lhes até pedir esmola. Por mais rigoroso que isto o parecesse, houve muitos que pediram ser aceitos como membros da nova Ordem. A primeira casa foi fundada em Roma. Um ano depois a invasão do Exército Imperial fê-los sair da Cidade Eterna. Uma segunda casa foi fundada em Nápoles. Devido à intervenção enérgica de Caetano, a heresia luterana não conseguiu tomar pé naquela cidade.
Apóstolo do bem, era Caetano de extremo rigor contra si mesmo. A vida era-lhe o jejum contínuo, uma penitência sem fim. Verdade é que, nisto não lhe consistindo a santidade, Deus o distinguiu com privilégios e dons extraordinários. Muitas vezes teve aparições de Nossa Senhora, das quais a memorável foi a da noite de Natal, em que Maria Santíssima se dignou apresentar-lhe o Divino Infante. Contam-se às centenas as curas maravilhosas feitas pela oração do santo servo de Deus. Em muitas ocasiões predisse o futuro, com uma certeza tal, que não deixou dúvida de tê-la recebido diretamente de Deus.
A série de obras de caridade para com o próximo quis Caetano rematá-lo com uma, que lhe mereceu a gratidão do povo de Nápoles. As autoridades civis e eclesiásticas de Nápoles tinham resolvido estabelecer o tribunal da Inquisição, para ter uma arma forte contra a heresia que vinha da Alemanha. O povo se opôs a esta idéia e a tal ponto chegou sua excitação, que era para se recear um levantamento geral. Os homens mais influentes em vão se esforçavam para tranqüilizar a população. São Caetano, prevendo o enorme prejuízo que daí resultaria para as almas, ofereceu sua vida a Deus, pedindo-lhe que a aceitasse, para que fosse conservada a paz e concórdia entre o povo e as autoridades. Deus aceitou o sacrifício. Caetano adoeceu gravemente e morreu. Imediatamente amainou a tempestade e os espíritos se acalmaram, fato que todos atribuíram à intervenção do Santo. As últimas palavras que disse foram: " Não há outro caminho para o céu, a não ser o da inocência e o da penitência. Quem abandonou o primeiro, tem de trilhar o segundo". Caetano morreu em 1547.