terça-feira, 9 de agosto de 2011

Santa Edith Stein - Seu pensamento sobre a vocação do Carmelo




( Da revista Orar O.C.D. Nº 30)                                     

Edith deseja pegar-nos pela mão e guiar-nos à mesma meta que ela alcançou, não pelo que fez, e sim porque se deixou guiar pelo Espírito, que foi indicando quais eram seus caminhos e para que a tinha destinado. Deus lhe havia dado uma vocação com uma missão concreta. Certo dia, deu um olhar retrospectivo à sua vida e se deu conta de que Deus havia intervindo nela de forma desconcertante. Encontrou-se como que com dois caminhos, que discorriam não em linha paralela e sim unida: o seu, que buscava a verdade e o de Deus que buscava Edith. A verdade desta encontrou-se com a verdade de Deus, ou melhor, como disse João Paulo II na homilia da canonização: “A verdade a conquistou”.

Para compreender melhor Teresa Benedita da Cruz (seu nome religioso), como Carmelita Descalça, é necessário conhecer o que ela pensa sobre o alcance dessa vocação dentro da Igreja. Sua própria vida é um forte ensino do significado dessa vocação. Ainda que não contássemos com seus escritos, pela vida que levou no Convento saberíamos qual foi seu pensamento sobre a vocação ao Carmelo.

“A cada um Deus leva por seu próprio caminho, e um chega mais fácil à meta que outro. O que podemos fazer em relação ao que nós temos é realmente pouco. Mas devemos fazer isso mesmo que seja pouco. Antes de tudo: Pedir insistentemente que sigamos pelo caminho reto e sigamos sem resistência alguma ao estímulo da graça, quando o notamos. Quem procede assim e persevera pacientemente, esse tal não deverá dizer que seus esforços são inúteis. Unicamente, não se deve pôr prazo algum ao Senhor”.

“Sempre foi como se o Senhor me reservasse no Carmelo o que só ali poderia encontrar”.  Durante doze anos foi o Carmelo a minha meta; desde que no verão de 1921 caiu em minha mãos a Vida de nossa Santa Madre Teresa e pôs fim a minha longa busca da verda­deira fé. Quando recebi o batismo no dia de ano novo de 1922, pensei que aquilo era só uma preparação para a entrada na Ordem. Mas uns meses mais tarde, depois do batismo, ao falar para minha mãe, foi muito claro que não poderia encarar o segundo golpe. Não havia morrido, mas foi como en­chê-la de uma amargura que eu não poderia tomar sobre mim. Devia espe­rar com paciência. Asseguraram-me também assim meus diretores espiri­tuais. A espera foi ultimamente muito dura. Sentia-me uma estranha no mun­do. Antes de aceitar a atividade em Münster e depois do primeiro semes­tre pedi com muita insistência a per­missão para poder entrar na Ordem”.

(Em 1932, Edith passou pelo Mosteiro de Wurzburg com a intenção de solici­tar o ingresso na Ordem,)

“Foi-me negado por causa de minha mãe e também pela atividade que desem­penhava havia muitos anos na vida de círculos católicos. Mas agora os muros foram derrubados. Minha atividade chegou ao seu fim. E minha mãe, não preferia saber que estava em um con­vento da Alemanha antes que em uma escola na América do Sul? O dia 30 de abril, Domingo do Bom Pastor, se cele­brava na Igreja de São Ludgerio a festa de seu patrono com treze horas de ado­ração. A ultima hora da tarde me dirigi ali e disse: Não sairei daqui até que não veja claramente se tenho que ir já ao Carmelo. Quando deram a benção eu tive o sim do Bom Pastor."

Agora já se encontrava no Carmelo, idéia que nunca abandonou.

"Estou no lugar ao qual já pertencia há muito tem­po. “