Nasceu de família nobre e foi militar na juventude tendo levado uma vida libertina. Ficou cego e pensando ser castigo de Deus, prometeu mudar de vida se fosse curado em peregrinação a Compostela. Alcançou a graça e depois de ouvir a pregação do Beato Dominicano Ambrogio Sansedoni, retirou-se como eremita numa pequena cela, onde permaneceu cinco anos fazendo grande penitência. Mais tarde tornou-se carmelita. Tinha dons proféticos e frequentes aparições de Jesus, da Virgem e dos anjos mas também várias tentações diabólicas. Em Siena estão ainda diversos instrumentos que ele utilizava para dura penitência. Parte das relíquias estão no mosteiro carmelita de Cremona.
"Caritas Christi urget nos!" (II Cor. 5, 14). Anunciar a todo homem e toda mulher a beleza do plano de Deus para com suas vidas e ajudar a restaurar sua dignidade à luz do amor revelado em Jesus Cristo.
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Beato Conrado de Ofida
Conrado nasceu em Ofida, na província de Ascoli Piceno, nas Marcas, em 1241 e aos 14 anos vestiu o hábito franciscano dos Frades Menores. Iniciados o estudos no convento de Ascoli os abandonou quase de imediato para se entregar aos ofícios humildes da casa, apesar de suas notáveis qualidades intelectuais. Foi enviado ao convento de Forano, onde permaneceu dez anos.
Existem muitos documentos que marcaram a sua vida neste período: uma vez enquanto estava em oração no bosque ligado ao pequeno convento, ao ver caminhando em sua direção um lobo perseguido pelos cachorros e caçadores, o tomou sob sua proteção, transformando-o em um manso animal, que depois se tornou guardião do convento.
Dada a sua exemplaridade, o Ministro Geral dos Frades Menores, Padre Jerônimo de Ascoli, o transferiu para o Monte Alverne. Mais tarde os superiores lhe ordenaram continuar os estudos para ser ordenado sacerdote, com específico destino ao ministério da palavra, no qual sobressaiu de forma surpreendente pela eficácia e pelos frutos espirituais.
Em 1294 obteve do Papa São Celestino V permissão para passar algum tempo entre os monges celestinos. Durante estes anos teve contatos espirituais esporádicos com Pedro Juan Olivi, o reformador franciscano suspeito de erros heréticos em seus escritos sobre a questão da pobreza evangélica. As relações do Bem-aventurado Conrado com ele se limitaram, no entanto, aos deveres da fraternidade. Quando Bonifácio VIII suprimiu a congregação dos celetinos, Conrado retornou ao convento franciscano.
Viveu em pobreza, na oração, na penitência e em apostolado. Em mais de cinquenta anos de vida religiosa carregou um só hábito e nunca usou sandálias.
Foi grande pregador, levou a Palavra de Deus a grandes cidades, e aos pequenos povoados. As conversões se multiplicaram. Depois de longos anos de vida austera e rígida, Conrado foi chamado por Deus a receber a recompensa eterna. Morreu em Bastia, próxima de Assis, durante uma missão no dia 12 de dezembro de 1306, com a idade de 65 anos. Seu corpo foi levado em 1320 para a Igreja de São Francisco em Perúgia, e atualmente repousa no oratório de São Bernardino.
Existem muitos documentos que marcaram a sua vida neste período: uma vez enquanto estava em oração no bosque ligado ao pequeno convento, ao ver caminhando em sua direção um lobo perseguido pelos cachorros e caçadores, o tomou sob sua proteção, transformando-o em um manso animal, que depois se tornou guardião do convento.
Dada a sua exemplaridade, o Ministro Geral dos Frades Menores, Padre Jerônimo de Ascoli, o transferiu para o Monte Alverne. Mais tarde os superiores lhe ordenaram continuar os estudos para ser ordenado sacerdote, com específico destino ao ministério da palavra, no qual sobressaiu de forma surpreendente pela eficácia e pelos frutos espirituais.
Em 1294 obteve do Papa São Celestino V permissão para passar algum tempo entre os monges celestinos. Durante estes anos teve contatos espirituais esporádicos com Pedro Juan Olivi, o reformador franciscano suspeito de erros heréticos em seus escritos sobre a questão da pobreza evangélica. As relações do Bem-aventurado Conrado com ele se limitaram, no entanto, aos deveres da fraternidade. Quando Bonifácio VIII suprimiu a congregação dos celetinos, Conrado retornou ao convento franciscano.
Viveu em pobreza, na oração, na penitência e em apostolado. Em mais de cinquenta anos de vida religiosa carregou um só hábito e nunca usou sandálias.
Foi grande pregador, levou a Palavra de Deus a grandes cidades, e aos pequenos povoados. As conversões se multiplicaram. Depois de longos anos de vida austera e rígida, Conrado foi chamado por Deus a receber a recompensa eterna. Morreu em Bastia, próxima de Assis, durante uma missão no dia 12 de dezembro de 1306, com a idade de 65 anos. Seu corpo foi levado em 1320 para a Igreja de São Francisco em Perúgia, e atualmente repousa no oratório de São Bernardino.
Bem-aventurado João de Montecorvino, bispo
João de Montecorvino, da Ordem dos Frades Menores (em italiano, Giovanni da Montecorvino) (Montecorvino, 1247 – Pequim, 1328) foi um missionário italiano, considerado o primeiro apóstolo da China. Foi o primeiro arcebispo do Oriente, tendo sido investido como Arcebispo de Khanbaliq e Patriarca de Todo o Oriente. Atualmente, é venerado como um beato da Igreja Católica.
Em 1279, foi enviado à Armênia, Pérsia e Oriente Médio, junto com outros franciscanos. Em 1289, retornou para a Itália, tendo realizado poucas conversões. Em 1286, Arghun Khan pediu, por meio do bispo Nestoriano Rabban Bar Sauma, que o Papa Honório IV enviasse missionários para a China, para a corte de Kublai Khan, que era um simpatizante do cristianismo. Montecorvino foi enviado para Khanbaliq, onde atualmente está Pequim, na mesma época que Marco Polo.
Viajou com cartas ao Arghun Khan, para o grande imperador Kublai Khan, para Kaidu, Príncipe dos Tártaros, ao rei da Armênia e ao Patriarca dos Jacobitas. Nessa viagem, foram seus companheiros o dominicano Nicolau de Pistóia e o comerciante Pedro de Lucalongo. Ele chegou a Tabriz (no Azerbaijão Iraniano), a principal cidade da Pérsia Mongol, se não de toda a Ásia Ocidental.
Dali, partiram por mar para Madras, na baía de Bengala, na Índia, onde já havia os Cristãos de São Tomé. Ali, Nicolau de Pistóia veio a falecer. Em 1291 ou 1292, escreveu para sua família. Passando por São Tomé de Meliapor, chegaria à China em 1294. Chegou na mesma época da morte de Kublai Khan, tendo Temur Khan assumido o trono. Apesar da mudança de governante, não houve oposição do novo Khan quanto às conversões, mas os Nestorianos mostraram-se descontentes. Foi auxiliado na sua obra de evangelização por Arnaldo da Colônia, frade alemão que a ele se reuniu em 1303.
Em 1299, Montecorvino construiu a primeira igreja em Khanbaliq, e em 1305 a segunda, em frente ao palácio Imperial. Nessa época, treinou cerca de cento e cinquenta meninos entre sete e onze anos em latim e grego, além de ensinar salmos e hinos, para formar um coral. Ao mesmo tempo, foi se familiarizando com a língua chinesa. Dessa forma, traduziu para essa língua os salmos e o Novo Testamento. Montecorvino converteu um príncipe nestoriano de nome Jorge, seguidor de Preste João, vassalo do Grande Khan e mencionado por Marco Polo.
João escreveu cartas em 8 de janeiro de 1305 e em 13 de fevereiro de 1306, descrevendo o progresso da missão católica no Extremo Oriente, apesar da oposição Nestoriana; fazendo alusão à comunidade católica fundada por ele na Índia; de um recurso recebido para evangelizar no Reino da Etiópia e ajudar a delinear rotas por terra e mar para “Catai” (o nome dado na altura para o norte da China).
Em 1307, o Papa Clemente V, extremamente satisfeito com o sucesso do missionário, enviou sete bispos franciscanos consagrados para ajudar-lhe na evangelização dos chineses, tendo ordenado João como Arcebispo de Khanbaliq e Patriarca de Todo o Oriente. Destes bispos enviados, apenas três chegaram a salvo na região. Em 1312, mais três bispos franciscanos foram enviados, mas apenas um chegou à Ásia Oriental.
Durante os 20 anos seguintes, a missão continuaria com êxito. Segundo a tradição, Montecorvino teria convertido o Grande Khan Khaishan Kuluk (terceiro governante Yuan, 1307 – 1311). Conseguiu grande êxito na evangelização no Norte e no Leste da China. Além de três igrejas na região de Pequim, ainda estabeleceria missões em Formosa e no porto de Amoy.
Ele traduziu o Novo Testamento para o uigur, além da providenciar cópias de salmos, breviários e hinos para os Öngüt. Ele foi fundamental para o ensino do Latim naquela região, além da formação de coros religiosos, na esperança de que algum daqueles meninos se tornasse padre.
Quando João de Montecorvino morreu em 1328, foi reverenciado como santo (não canonizado). Ele era aparentemente o único bispo medieval europeu trabalhando em Pequim. Mesmo após sua morte, a Missão da China durou mais quarenta anos. Teve um funeral solene, assistido por uma multidão de cristãos e não-cristãos.
Uma embaixada para o Papa Bento XII em Avinhão foi enviada por Toghun Temur, o último imperador mongol da China (dinastia Yuan), em 1336. A embaixada foi liderada por um genovês a serviço do imperador mongol, Andrea di Nascio, e acompanhado por um outro genovês, Andalò di Savignone. Estas cartas da representação do governante mongol, reclamavam da falta de um guia espiritual havia oito anos, desde a morte de Montecorvino e desejaria ardentemente ter um. O Papa respondeu às cartas, e designou quatro eclesiásticos como seu legados para a Corte Khan. Em 1338, um total de 50 eclesiásticos foram enviados pelo Papa para Pequim, entre os quais João de Marignolli.
Em 1279, foi enviado à Armênia, Pérsia e Oriente Médio, junto com outros franciscanos. Em 1289, retornou para a Itália, tendo realizado poucas conversões. Em 1286, Arghun Khan pediu, por meio do bispo Nestoriano Rabban Bar Sauma, que o Papa Honório IV enviasse missionários para a China, para a corte de Kublai Khan, que era um simpatizante do cristianismo. Montecorvino foi enviado para Khanbaliq, onde atualmente está Pequim, na mesma época que Marco Polo.
Viajou com cartas ao Arghun Khan, para o grande imperador Kublai Khan, para Kaidu, Príncipe dos Tártaros, ao rei da Armênia e ao Patriarca dos Jacobitas. Nessa viagem, foram seus companheiros o dominicano Nicolau de Pistóia e o comerciante Pedro de Lucalongo. Ele chegou a Tabriz (no Azerbaijão Iraniano), a principal cidade da Pérsia Mongol, se não de toda a Ásia Ocidental.
Dali, partiram por mar para Madras, na baía de Bengala, na Índia, onde já havia os Cristãos de São Tomé. Ali, Nicolau de Pistóia veio a falecer. Em 1291 ou 1292, escreveu para sua família. Passando por São Tomé de Meliapor, chegaria à China em 1294. Chegou na mesma época da morte de Kublai Khan, tendo Temur Khan assumido o trono. Apesar da mudança de governante, não houve oposição do novo Khan quanto às conversões, mas os Nestorianos mostraram-se descontentes. Foi auxiliado na sua obra de evangelização por Arnaldo da Colônia, frade alemão que a ele se reuniu em 1303.
Em 1299, Montecorvino construiu a primeira igreja em Khanbaliq, e em 1305 a segunda, em frente ao palácio Imperial. Nessa época, treinou cerca de cento e cinquenta meninos entre sete e onze anos em latim e grego, além de ensinar salmos e hinos, para formar um coral. Ao mesmo tempo, foi se familiarizando com a língua chinesa. Dessa forma, traduziu para essa língua os salmos e o Novo Testamento. Montecorvino converteu um príncipe nestoriano de nome Jorge, seguidor de Preste João, vassalo do Grande Khan e mencionado por Marco Polo.
João escreveu cartas em 8 de janeiro de 1305 e em 13 de fevereiro de 1306, descrevendo o progresso da missão católica no Extremo Oriente, apesar da oposição Nestoriana; fazendo alusão à comunidade católica fundada por ele na Índia; de um recurso recebido para evangelizar no Reino da Etiópia e ajudar a delinear rotas por terra e mar para “Catai” (o nome dado na altura para o norte da China).
Em 1307, o Papa Clemente V, extremamente satisfeito com o sucesso do missionário, enviou sete bispos franciscanos consagrados para ajudar-lhe na evangelização dos chineses, tendo ordenado João como Arcebispo de Khanbaliq e Patriarca de Todo o Oriente. Destes bispos enviados, apenas três chegaram a salvo na região. Em 1312, mais três bispos franciscanos foram enviados, mas apenas um chegou à Ásia Oriental.
Durante os 20 anos seguintes, a missão continuaria com êxito. Segundo a tradição, Montecorvino teria convertido o Grande Khan Khaishan Kuluk (terceiro governante Yuan, 1307 – 1311). Conseguiu grande êxito na evangelização no Norte e no Leste da China. Além de três igrejas na região de Pequim, ainda estabeleceria missões em Formosa e no porto de Amoy.
Ele traduziu o Novo Testamento para o uigur, além da providenciar cópias de salmos, breviários e hinos para os Öngüt. Ele foi fundamental para o ensino do Latim naquela região, além da formação de coros religiosos, na esperança de que algum daqueles meninos se tornasse padre.
Quando João de Montecorvino morreu em 1328, foi reverenciado como santo (não canonizado). Ele era aparentemente o único bispo medieval europeu trabalhando em Pequim. Mesmo após sua morte, a Missão da China durou mais quarenta anos. Teve um funeral solene, assistido por uma multidão de cristãos e não-cristãos.
Uma embaixada para o Papa Bento XII em Avinhão foi enviada por Toghun Temur, o último imperador mongol da China (dinastia Yuan), em 1336. A embaixada foi liderada por um genovês a serviço do imperador mongol, Andrea di Nascio, e acompanhado por um outro genovês, Andalò di Savignone. Estas cartas da representação do governante mongol, reclamavam da falta de um guia espiritual havia oito anos, desde a morte de Montecorvino e desejaria ardentemente ter um. O Papa respondeu às cartas, e designou quatro eclesiásticos como seu legados para a Corte Khan. Em 1338, um total de 50 eclesiásticos foram enviados pelo Papa para Pequim, entre os quais João de Marignolli.
Em 1368, é implantada a Dinastia Ming e os mongóis são expulsos da China. Até 1369 todos os cristãos, quer sejam católicos romanos ou nestorianos, foram expulsos pela Dinastia Ming.
Seis séculos mais tarde, Montecorvino inspirou um outro franciscano, o Venerável Gabriele Allegra, para ir para a China e completar a primeira tradução da Bíblia católica inteira para a língua chinesa em 1968.
Hoje, a evangelização na China é transmitida através das atividades sociais e caritativas, nas quais o testemunho silencioso, mas vivo, de tantos religiosos, se faz mensagem dos valores do Evangelho de Jesus Cristo.
Também pede compromisso o acompanhamento e a formação dos franciscanos na China, onde estão presentes várias congregações femininas e ao menos quatro mil membros da Ordem Franciscana Secular.
Seis séculos mais tarde, Montecorvino inspirou um outro franciscano, o Venerável Gabriele Allegra, para ir para a China e completar a primeira tradução da Bíblia católica inteira para a língua chinesa em 1968.
Hoje, a evangelização na China é transmitida através das atividades sociais e caritativas, nas quais o testemunho silencioso, mas vivo, de tantos religiosos, se faz mensagem dos valores do Evangelho de Jesus Cristo.
Também pede compromisso o acompanhamento e a formação dos franciscanos na China, onde estão presentes várias congregações femininas e ao menos quatro mil membros da Ordem Franciscana Secular.
Beato Hugolino Magalotti
Hugolino Magalotti nasceu em Camerino, nas Marcas, de uma antiga e nobre família. Pequenino ficou órfão, primeiro de mãe e depois também de pai. Na juventude sentia gosto por obras de piedade e leitura de livros santos. Integrado na Ordem Franciscana Secular, distribuiu pelos pobres todos os seus haveres e foi viver para um eremitério.
Na sua vida solitária foi provado por violentas tentações e aparições monstruosas. Mais aflitiva para ele foi a fama resultante dos milagres, a ponto de várias vezes se ver obrigado a mudar de poiso para se livrar do contínuo assédio dos curiosos. De vez em quando ia a um mosteiro próximo para receber os sacramentos. Tinha por leito habitual uma simples tábua, sobre a qual fazia o seu descanso.
Desde os primeiros anos da sua vida eremítica foi celebrado e venerado por graças que obtinha de Deus. Pedro de Brunfort, paralítico desde infância, com extrema dificuldade conseguiu aproximar-se dele, e foi por ele instantaneamente curado com uma simples benção. E uma pobre mulher, atormentada por terríveis dores e convulsões, foi levada junto do eremita, que rezou por ela e a libertou de todos os sofrimentos. E muitas outras pessoas, de todas as condições, em especial doentes da alma ou do corpo, iam ter com ele para ouvirem a sua palavra inspirada, para se encomendarem às suas orações ou pedirem ajuda para as necessidades.
No intuito de evitar tais peregrinações que dificultavam a sua união com Deus, Hugolino resolveu escolher outro eremitério. Foi para o lado oposto do mesmo monte, para um sítio rodeado de penedos e de faias muito antigas. Aí pôde intensificar as formas de penitência e de meditação. Não pôde porém, evitar assaltos por parte do demônio, que uma noite tentou mesmo tirá-lo à força para o eremitério.
Por outro lado, novas peregrinações de pessoas devotas acudiam a ele, a fim de obterem alívio para as mais diversas necessidades, tanto espirituais como materiais. São célebres alguns prodígios por ele realizados neste novo eremitério, como o de por meio da oração fazer brotar uma nascente de água cristalina que ainda hoje é recolhida e usada com devoção por muitos crentes.
Desgastado por abstinências e penitências e pelo peso dos anos, sentiu que não tardaria a soar a sua última hora, e preparou-se para a visita da irmã morte, recebendo com devoção os sacramentos. Carinhosamente assistido por alguns devotos e por um sacerdote do mosteiro próximo, reclinado sobre a tábua nua que durante muitos anos lhe servira de leito, entregou a alma a Deus, no dia 11 de dezembro de 1373.
sábado, 1 de dezembro de 2012
Beata Clementina Anuarite Nengapeta, virgem e mártir
Anuarite Nengapeta era a quarta das seis filhas de Amisi e Isude. A família de pagãos africanos da etnia Wadubu vivia na periferia de Wamba, no Congo. Ela nasceu no dia 29 de dezembro de 1939, como depois comprovou a Santa Sé. Ao ser batizada em 1943, acrescentaram-lhe o nome Afonsina. Na ocasião, também receberam esse sacramento sua mãe e quatro irmãs. A mais velha nunca acompanhou a doutrina cristã. Seu pai, ao contrário, até começou a preparar-se para a conversão. Mas depois desistiu, pois formou outra família, enquanto trabalhava como soldado do exército congolês.
A nova situação familiar refletiu pouco na formação de Anuarite, que teve uma infância e adolescência consideradas normais. Era vivaz e caridosa, de personalidade marcante e temperamento amistoso e generoso. O nervosismo, porém, era o ponto fraco do seu caráter. Era muito sensível e instável, talvez por causa da separação de seus pais. Gostava de frequentar a igreja, ia à missa aos domingos, com a mãe e as irmãs. Em seguida, ficava estudando o catecismo para poder receber a primeira comunhão, que ocorreu em 1948.
Iniciou os seus estudos e diplomou-se junto ao colégio das Irmãs do Menino Jesus de Nivelles, missionárias na África. Em 1957, decidiu ingressar na Congregação da Sagrada Família. Foi aceita e, durante o noviciado, teve como orientador espiritual o bispo de Wamba. Em 1959, diplomou-se professora, vestiu o hábito e emitiu os votos definitivos, tomando o nome de Maria Clementina. Desde então se dedicava e empenhava muito às funções destinadas: foi sacristã, auxiliar de cozinheira e professora de uma escola primária. Devota extremada de Maria e de Jesus, vivia feliz por ter-se consagrado ao seu serviço.
O Congo da época era governado pelos brancos. Em 1960, havia uma grande campanha contra esse domínio europeu. Fervilhava o ódio racial e não durou muito para traduzirem-se em barbárie os ideais políticos. A revolução dos Simbas explodiu no ano seguinte, iniciando um violento massacre para eliminar todos os europeus, seus amigos e colaboradores negros.
No Convento de Bafwabaka, tudo era calmo até 1964. Em agosto daquele ano, os rebeldes já tinham ocupado grande parte do país. A cada dia avançavam mais, saqueando e matando milhares de civis congoleses indefesos. Mais de cento e cinqüenta missionários, entre sacerdotes, religiosos e irmãos já haviam morrido também.
Os rebeldes chegaram ao convento em 29 de novembro e levaram as trinta e seis integrantes da Sagrada Família, entre elas irmã Maria Clementina Anuarite, de caminhão, para Isiro. Na noite do dia 1º de dezembro de 1964, o coronel Olombe tentou seduzi-la. Mas como ela se recusou a satisfazer seus desejos carnais, ele a esbofeteou e golpeou com a coronha do fuzil, depois disparou, matando-a. Antes, porém, ela o perdoou e clamou ao Pai para que o perdoasse.
O papa João Paulo II, durante sua viagem ao Congo em 1985, beatificou Maria Clementina Anuarite Nengapeta. Tornou-se a primeira mulher "banto" a ser elevada aos altares da Igreja Católica, cuja festa deve ser no dia de sua morte. Na solenidade de beatificação, o sumo pontífice definiu Anuarite como modelo de fidelidade para todos os católicos do mundo. Depois, enalteceu sua castidade, e a igualou a Santa Inês, mártir do início da cristandade, dizendo: "Anuarite é a Inês do continente africano".
Beato Antonio Bonfadini, sacerdote
Antônio viveu os últimos anos da vida em Cotignola, onde deixou o corpo incorrupto e exerceu o dom dos milagres. Nasceu em Ferrara da família Bonfadini em 1400, e na universidade dessa cidade fez brilhante carreira nos estudos até se laurear. Aos 37 anos entrou no convento do Espírito Santo dos frades menores da mesma cidade, e na vida notabilizou-se pela fidelidade à regra professada e pelo espírito de oração.
Ordenado sacerdote, foi seduzido pela pregação de São Bernardino de Sena, que tinha despertado um desabrochar maravilhoso de virtudes entre os confrades. Levado por esse entusiasmo, começou também ele a percorrer os caminhos da Itália como pregador da palavra divina. Sendo o século XV o século de ouro da pregação e da santidade franciscana, Frei Antônio Bonfadini representa nesse firmamento uma estrela de primeira grandeza, ao lado de São Tiago da Marca, São João de Capistrano e São Bernardino de Sena. Não admira que o Frei Antônio se sentisse atraído pela santidade e solidário com o apostolado de tão excelentes mestres, apostolado que durou alguns decênios e se estendeu por toda a Itália, provocando uma notável renovação da vida cristã.
Mas o seu espírito evangélico não lhe permitia confinar-se a terras já cristãs. Quis estender a sua ação apostólica também a povos ainda não iluminados pela luz do Evangelho. Por isso, inspirado pelo Espírito Santo, orientou primeiro o pensamento e depois os passos para a missão da Terra Santa, essa terra abençoada pela presença corporal do Filho de Deus, onde o próprio São Francisco fundara uma missão, mais tarde entregue oficialmente aos franciscanos pelas autoridades supremas da Igreja.
É mais fácil imaginar do que descrever a emoção espiritual de Antônio ao percorrer os mesmos caminhos e passar nos mesmos lugares por onde passaram Cristo, sua Mãe e os Apóstolos, meditando na vida, paixão, morte e ressurreição do Salvador. Ignoramos quanto tempo terá passado na Palestina e que atividades terá desempenhado. A idade bastante avançada já não lhe permitia uma atividade apostólica eficiente, e talvez por isso tenha decidido regressar a pátria. Carregado de méritos e de anos e com profunda saudade empreendeu a viagem de volta, bem mais triste do que a de ida. O destino devia ser o convento de Ferrara, onde lhe seria permitido esperar com tranqüilidade a irmã morte. Mas ao chegar à Itália esqueceu-se do quebranto, das doenças e dos anos, e reassumiu com renovado ardor o apostolado da pregação por cidades e aldeias. Foi deveras frutuoso o seu trabalho nesse final de vida, até se lhe esgotarem as forças e entregar a alma a Deus no Hospital de Peregrinos de Cotignola, em primeiro de dezembro de 1482, precisamente com 82 anos de idade.
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