quinta-feira, 30 de junho de 2011

Oração para a santificação do clero

“Senhor Jesus, eterno sacerdote, que no mistério do teu amor, escolhestes e tirastes de nosso meio homens comuns, e os ordenastes afim de serem instrumentos teus,  a fim de serem a tua presença no meio de nós, para pregarem a tua palavra, e para agirem em teu nome. Por este tão grande dom dado a tua Igreja, nós Te Adoramos e Glorificamos o Teu Nome, e Te Agradecemos.
Pedimos-te Senhor, plenifique os nossos padres com o fogo do teu amor, para que o mistério sacerdotal que eles receberam com a imposição das mãos, se revele cada vez mais na tua presença viva e eficaz no meio de nós.
Pedimos-te Senhor, que o teu poder, encha estes homens com a tua força, para que possam com alegria, trazerem este grande tesouro divino do sacerdócio, em seus corpos frágeis, enchei Senhor estes vasos de barro, e os modele, para que o teu poder se torne visível em suas fraquezas.
Pedimos-te Senhor, por todos os sacerdotes, para que em suas aflições, não caiam no desânimo, para que na dúvida, não se desesperem, para que na tentação não sejam vencidos e destruídos, para que diante da imoralidade do mundo, possam-na vencer com a pureza, com a oração, e sobre tudo te pedimos Senhor, inspira-os na contemplação, para que possam viver cada dia, o mistério da tua paixão, morte e ressurreição.
Pedimos-te Senhor, sustenta os padres com o teu Espírito Santo, no tempo da fraqueza, ajuda-os a louvar-te Deus vivo e verdadeiro, e a rogar por todos aqueles que também sofrem a tentação, e estão longe do Teu amor. Com o mesmo Espírito Santo, purifica os seus lábios, põem neles a tua palavra, a tua sabedoria, e infunde o teu amor em seus corações, para que levem a boa nova aos angustiados, para que levem a esperança aos deprimidos, para que levem a cura espiritual ,a todos aqueles que possuem seus corações despedaçados, a causa do pecado e do sofrimento.
Por fim pedimos-te Pai, ajuda-os a serem como Maria, portadores de Jesus. Ajuda-os também a serem como o discípulo amado, que repousou a cabeça no coração do teu Filho Jesus. Ajuda-os a serem Santo como tu é Santo!
Concede Senhor a eles a graça e a vivência da Santidade, o dom da oração contínua do coração, e os plasme cada vez mais em Ti, para serem semelhantes a Ti, o nosso Bom Pastor. Amém!”

São Teobaldo




Diferentemente de Santo Antônio, muito conhecido entre todos, o 'santo casamenteiro', inclusive padroeiro de Gurupi com comemoração no dia 13 de junho, existem alguns santos muito pouco conhecidos no Brasil, entre eles destaca-se São Teobaldo, padroeiro dos carvoeiros e dos Carbonários com data comemorativa em 30 de junho.
Nascido em Provins, Brie, França, São Teobaldo era filho do Conde Arnaldo de Champagne e foi educado para ser um soldado, mas na idade de 18 anos, depois de estudar as vidas dos santos sentiu um grande desejo de seguir a vida religiosa e viver uma vida ascética.
        
Ele deixou a vida de militar para servir os pobres, e com a permissão de seu pai entrou para a Abadia de São Remy em Rheims. Ele e outro nobre de nome Walter se tornaram eremitas em Suxy, Ardenha. Em 1035 eles mudaram para a Floresta de Pettingen em Luxemburgo onde trabalharam como pedreiros e tocadores de foles para as forjas dos ferreiros da localidade, além de trabalharem no campo e a noite passavam em orações. Na busca de solidão e contemplação eles peregrinaram para Compostela e Roma e reassumiram suas vidas de eremitas em Salanigo, perto de Vicenza, Itália.
          A santidade de Teobaldo atraiu muitos discípulos e ele foi ordenado tornando-se um monge Camaldoles. Curava varias doenças apenas com sua benção e oração. Sua fama se espalhou e vários nobres e príncipes vinha a sua procura para conselhos e curas. Sua fama alcançou também os seus parentes que vinham visitá-lo. Sua mãe mais tarde também se tornou uma eremita em um local próximo.
          São Teobaldo faleceu em Salanigo, Itália em 30 de junho de 1066 doente em função de muito trabalho e a vida regrada em que submeteu sua vida, sendo canonizado pelo Papa Alexandre II em 1073.

Santo Efrém, o sírio: "Inni alla Vergine" 75-76, in Preghiamo con i Padri della Chiesa, op. cit.

The Most Holy Mother of God Peribleptos


            "Paz!", ouve a bendita do anjo, e concebe em seu seio; igualmente com "paz" foram aleitados os discípulos no cenáculo; tua paz seja um muro de quietude ao rei e aos sacerdotes em sua cidadela, e aos filhos da Igreja conserva em virtude da tua cruz, a fim de cantarem hosanas ao teu nome!
             Bem-aventurada és tu, ó Maria, porque em ti habitou o Espírito Santo, sobre o qual cantou Davi. Bem-aventurada tu, que fostes digna de receber a "paz!" do Pai, por meio de Gabriel. Bem-aventurada tu que foste como um coche que o sustentaste em teus joelhos, o levaste nos teus braços, e como fonte foram para ele, o Filho (de Deus), os teus seios: e abraçaste aquele que é vestido de chamas! Bem-aventurada tu, ó Maria, que foste figura da sarça vista por Moisés. Bem-aventurada tu, ó Maria, que foste como um velame ocultando o esplendor dele. bem-aventurado tu, ó Maria, porque despontou de ti um só raio que ocultou o sol: no início ele brilhou sobre Moisés no cimo do monte, mas hoje todos os confins (da terra) estão cheios dele. Bem-aventurada tu, ó Maria, pois que te pintaram todos os profetas nos seus livros. Bem-aventurada tu, ó Maria, pois que até Isaías te anunciou na sua profecia: "Eis, a virgem conceberá, dará à luz um filho, cujo nome é Emanuel". Eis que todos os povos exclamam: "Conosco está aquele que com seu querer governa tudo".






Protomártires Romanos, martirizados em 64

            Durante do reinado de Nero, em Roma, ao lado da comunidade hebraica florescente e respeitada (Popéia, a mulher de Nero, era judia), vivia a exígua e pacífica comunidade cristã guiada pelo príncipe dos apóstolos.
             Por que Nero perseguiu os cristãos com tanta ferocidade? O historiador Cornélio Tácito nos oferece uma explicação: "Visto que circulavam boatos de que o incêndio de Roma havia sido doloso, Nero apresentou-os como culpados, punindo com penas requintadíssimas aqueles que, obstinados por suas abominações, eram chamdos pelo vulgo de cristãos". Quais fossem suas culpas nós o saberemos muito bem: reuniam-se nas noites de sábado para celebrar a eucaristia, na qual se fala de corpo e sangue de Cristo dado como alimento aos fiéis.
             O Martirológio Romano diz: "Em Roma, celebra-se o natal de muitíssimos santos mártires que, sob o império de Nero, foram falsamente acusados do incêndio da cidade e por sua ordem foram mortos de vários modos atrozes: alguns foram cobertos com pêlos de animais selvagens e lançados aos cães para que os fizessem em pedaços; outros, crucificados e, ao declinar do dia, usados como tochas para iluminar a noite. Todos eram discípulos dos apóstolos e foram os primeiros mártires que a santa Igreja romana enviou a seu Senhor antes da morte dos apóstolos".
              A ferocidade com a qual Nero golpeou os inocentes cristãos (o incêndio tinha sido provocado por sua ordem com o fim de reconstruir Roma com base num grandioso projeto) não encontra obviamente a justificação do supremo interesse do império. Aqueles pacíficos crentes em Cristo não constituíam ameaça. A selvageria usada contra eles foi tal que provocou horror e piedade nos próprios espectadores do circo.
              "Agora se manifestou piedade", escreve ainda Tácito, "mesmo se tratando de gente merecedora dos mais exemplares castigos, porque se via que eram eliminados não para o bem público, mas para satisfazer a crueldade de um indivíduo". A perseguição durou três anos, e seu exórdio teve o mais ilustre dos mártires: Pedro. A conclusão foi assinalada pela decapitação de São Paulo.







Beato Filipe Powell

                O Beato Filipe Powell, nasceu em 2 de fevereiro de 1594, em Tralon, no condado de Brecknock, no País de Gales. Em sua juventude, na idade de dezesseis anos ele foi estudante de direito e depois tornou-se monge beneditino e mais tarde padre, servindo como missionário na Inglaterra  durante o período de apostasia. Como monge ele tomou o nome de Agostinho Baker, em homenagem ao seu professor David Baker, em Inns of Court, Londres.
             Três ou quatro anos depois de receber o hábito beneditino, ele tornou-se membro da comunidade de São Gregório, em Douai, agora na Abadia de Dowside, próximo de Bath. E, 1618 ele foi ordenado sacerdote e em 1622 deixou Douai para partir em missão na Inglaterra. Por volta de 1624 tornou-se capelão da família Poyntz em Leighland, no condado de Somerset. Quando a Guerra Civil Inglese estourou ele retirou-se para Yarnscombe e Parkham, no condado de Devon. Lá ele serviu por seis meses como capelão para os soldados católicos no exército do General Goring, em Cornuária e, quando aquela força foi destruída, tomou o navio de volta para o sul do País de Gales. Foi preso em 22 de fevereiro de 1646 e foi reconhecido como padre e denunciado.
              No dia 11 de maio ele foi enviado para Londres e confinado na masmorra de Santa Catarina, na região de Southwark. No dia 9 de junho foi mandado para a prisão de Westminster e no dia 30, foi condenado à morte por enforcamento em Tyburn. Quando soube de sua sentença de morte, powell exclamou: "Óh, quem sou eu para que Deus honre-me a morrer por sua causa?" e pediu por um cálice de vinho. Foi beatificado pelo Papa Pio XI em 1929.



vitral representando o beato Filipe Powell, no Priorado de São Davi, no País de Gales.

Santo Irineu, "Adversus haereses III, 25,7"

            "Invoco-te, ó Senhor, Deus de Abraão, Deus de Isaac, Deus de Jacó e de Israel; que és pai de Jesus Cristo, nosso Senhor; Deus, que na imensa misericórdia tiveste a complacência de dispor que conheçamos a ti, que és o criador do céu e da terra, o Senhor do universo, o único e verdadeiro Deus sobre o qual não há nenhum outro deus.
            Por meio de Nosso Senhor, Jesus Cristo, permite-nos possuir o Espírito Santo; e a todos aqueles que leiam este escrito, conhecer-te como o único Deus, serem confirmados em ti e manter-se longe de toda doutrina herética, atéia e ímpia. Amém".



Santo Irineu, intercedei por nós para que não caiamos na apostasia

quarta-feira, 29 de junho de 2011

São Cássio de Narni, bispo



              O que se conhece sobre São Cássio, que viveu no ano 538, é o que São Gregório Magno escreveu sobre ele em seu livro Diálogos, e em um sermão em que ele foi mencionado. Ele nos conta que foi bispo de Narni e muito piedoso. Um de seus sacerdotes lhe teria dito que morreria em Roma, durante uma festa de São Pedro e São Paulo. A partir de então ele passou a ir a Roma anualmente, para tal festa. Na sua sétima peregrinação, a profecia se cumpriu, tendo ele morrido após participar da celebraçao de uma missa.




Basílica de São Frediano em Lucca onde encontram-se os restos mortais de São Cássio



Interior da Igreja


Santa Ema de Gurk




            Santa Ema era membro de uma nobre família de Peilenstein, na República da Eslovênia, relatado pelos Liutpoldings da Bavária e também pelo imperador Henrique II. Ela nasceu da condessa de Zeltschach e foi trazida pela corte imperial até Bamberg pela imperatriz Santa Cunegunda. Ela casou-se com o conde Guilherme de Friesach e de Sanngau, de quem teve dois filhos, Hartwig e Guilherme. A condessa Ema usava de sua grande foruna para o benefício dos pobres e já era venerada como santa ainda durante sua vida.
               À soma disso ela construiu dez igrejas. Ambos seus filhos e seu marido foram assassinados, provavelmente em 1036. Em 1043, ela fundou um duplo mosteiro beneditino em Gurk, na região da Caríntia, na Áustria, no qual ela permaneceu até seus últimos dias.
            Após sua morte a Abadia de Gurk foi dissolvida pelo arcebispo de Salzburg, Gebhard, que usou os fundos para criar a diocese de Gurk-Klagenfurt em 1072. A Abadia de Admont, uma outra fundação beneditina na Áustria, foi fundada em 1074 pelo mesmo Gebhard, e também com os fundos da riqueza de Santa Ema.
             Desde 1174, Santa Ema está enterrada na cripta da Catedral de Gurk, da qual ela também é contada como a fundadora. Santa Ema foi beatificada em 21 de novembro de 1287 e canonizada em 5 de janeiro de 1938 pelo Papa Pio XI. Sua festa litúrgica é celebrada no dia 29 de junho.
             Ela é a santa padroeira da diocese de Gurk-Klagenfurt bem como do estado austríaco de Caríntia, e sua intercessão é invocada para crianças com doenças nos olhos.
            

Aerial view of Gurk

Vista aérea da Catedral de Gurk


Gurk Cathedral

Catedral de Gurk


Gurk cathedral crypt

Cripta da Catedral de Gurk




Santuário de Santa Ema, na cripta da Catedral




Entrada do Santuário de Santa Ema



Imagem de Santa Ema de Gurk 











São Pedro e São Paulo, apóstolos martirizados em 64-67




      A palavra e o sangue são a semente com as quais São Pedro e São Paulo geraram a Roma cristã e com ela a Igreja inteira. Os dois apóstolos, depois da Bem-aventurada Virgem Maria são os santos comemorados com maior solenidade litúrgica, ao lado de São João Batista.
      Simão, filho de João, era um pescador da Galiléia, casado, que morava em Betsaida. Visto ser já discípulo do Batista, respondeu com ímpeto ao apelo de Jesus, que o apelidou imediatamente de Cefas, que significa rocha, pedra.
      O evangelista São Marcos nos dá o melhor retrato de São Pedro, do qual foi discípulo. O pescador da Galiléia nos aparece repleto de entusiasmo e de iniciativas, às vezes volúvel, sempre exuberante. Proclama com ímpeto que Jesus é o Messias, mas um momento depois reprova ao Messias a profecia sobre a Paixão. Torna-se intérprete dos companheiros quando existe uma questão a apresentar a Jesus. Está presente em todas as grandes circunstâncias da vida do Salvador, da transfiguração à agonia no horto das Oliveiras.
      Marcos nos refere o episódio da queda e do arrependimento de Pedro, mas cala sobre a solene investidura pronunciada pelo Mestre: "Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja". O fiel discípulo entende assim respeitar a humildade de Pedro.
      Os Atos dos Apóstolos no-lo apresentam como chefe da comunidade de Jerusalém, depois da Igreja de Antioquia e por fim da Igreja de Roma, onde Pedro sofreu o martírio durante a perseguição de Nero, em 64, na colina do Vaticano, crucificado, segundo a tradição, de cabeça para baixo, lugar em que surgiu, por obra de Constantino, a maior basílica cristã.
       A festividade deste dia comemora conjuntamente o apóstolo São Paulo, que sofreu o martírio em Roma, mas em outra data, em 67.
       Os Atos dos Apóstolos são ricos de indicações sobre a extraordinária personalidade do primeiro grande missionário da Igreja. Mas ainda mais eloqüentes são as suas 13 cartas endereçadas aos discípulos Timóteo, Tito, Filêmon e às igrejas por ele fundadas, com exceção da dos romanos. Essas cartas fazem parte da revelação divina e são propostas a nossa reflexão nas leituras dominicais.
        De perseguidor a apóstolo, São Paulo proclama-se ministro, servo de Cristo e servo de todos aqueles que creêm nele. Cegado no caminho de Damasco por uma misteriosa luz que lhe abriu a mente à verdade, é atraído pelo amor de Cristo, a ponto de não querer viver senão para ele: "Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim", escreve na carta aos Gálatas. E se compraz em tudo aquilo que sofreu para fazer conhecer e amar Jesus. Quer ser crucificado com ele para a salvação dos irmãos. Cidadão romano, não pode sofrer a humilhação da cruz como São Pedro, é decapitado em 67, na Via Ostiense, nas Águas Sálvias, onde hoje se ergue a igreja das Três Fontes.


Basílica de São Pedro


Sepulcro de São Pedro


Basílica de São Paulo



Túmulo de São Paulo, San Paolo fuori le mura, Roma






















 túmulo de São Paulo

Papa Bento XVI: 60 anos de ordenação sacerdotal

Sua Santidade Bento XVI

Sua Santidade Bento XVI 

Tu es Petrus et super hanc petram aedificabo Ecclesiam meam et portae inferi non paevalebunt adversus eam

Ordenação sacerdotal de José Ratzinger, futuro papa Bento XVI


            Cidade do Vaticano, 29 jun 2011 (Ecclesia) – Bento XVI recordou hoje os 60 anos da sua ordenação sacerdotal, recebida a 29 de junho de 1951, e impôs o pálio, uma insígnia litúrgica, a 41 arcebispos metropolitas, incluindo sete brasileiros e um angolano.
           Durante a eucaristia que decorreu esta manhã no Vaticano, o Papa afirmou que a expressão “Já não sois servos, mas amigos”, atribuída a Jesus na Bíblia, encerra o “programa inteiro duma vida sacerdotal”.
          “Eu sabia e sentia que esta não era, naquele momento, apenas uma frase ‘de cerimónia’; e que era mais do que uma mera citação da Sagrada Escritura. Estava certo disto: neste momento, Ele mesmo, o Senhor, di-la a mim de modo muito pessoal”, disse o Papa ao recordar a expressão que então fazia parte do ritual da ordenação.
           Segundo Bento XVI, o segundo grau do sacramento da Ordem concede “a faculdade, que quase amedronta, de fazer aquilo que só Ele, o Filho de Deus, pode legitimamente dizer e fazer: Eu te perdoo os teus pecados”.
           “Ele quer que eu – por seu mandato – possa pronunciar com o seu «Eu» uma palavra que não é meramente palavra mas ação que produz uma mudança no mais íntimo do ser”, sublinhou.
           A frase inscrita no evangelho segundo São João constitui para Bento XVI “uma afirmação que gera uma grande alegria interior” mas pode fazer sentir “calafrios com todas as experiências da própria fraqueza e da sua bondade inexaurível”.
           Na homilia largamente dedicada à meditação sobre o sacerdócio, o Papa lembrou as seis décadas de ordenação presbiteral: “Num olhar de retrospetiva, podemos agradecer a Deus por ambas as coisas: pelas dificuldades e pelas alegrias, pelas horas escuras e pelas horas felizes”.
          “Em ambas reconhecemos a presença contínua do seu amor, que incessantemente nos conduz e sustenta”, acrescentou Bento XVI, que diante dos católicos reunidos na basílica de São Pedro testemunhou a sua relação com Deus.


Celebração na Basílica de São Pedro

          “Senti-me impelido a dizer-vos – a todos os presbíteros e Bispos, mas também aos fiéis da Igreja – uma palavra de esperança e encorajamento; uma palavra, amadurecida na experiência, sobre o facto que o Senhor é bom”, disse o Papa no dia em que a Igreja Católica evoca os apóstolos Pedro e Paulo.
           Deus exorta os católicos a “superar as fronteiras do ambiente” onde vivem “e levar ao mundo dos outros o Evangelho, para que permeie tudo e, assim, o mundo se abra ao Reino de Deus”, referiu.
          “Queremos seguir Deus que Se põe a caminho, vencendo a preguiça de permanecer cómodos em nós mesmos, para que Ele mesmo possa entrar no mundo”, realçou Bento XVI.
           O amor a Deus e ao próximo, que constitui o núcleo da lei cristã, “não é qualquer coisa simplesmente doce; traz consigo o peso da paciência, da humildade, da maturação na educação e assimilação da nossa vontade à vontade de Deus”.
           Referindo-se ao pálio, faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda, Bento XVI explicou que a insígnia de honra e jurisdição manifesta “a comunhão dos Pastores da Igreja com Pedro e com os seus sucessores”, numa alusão ao apóstolo que a tradição católica considera o primeiro Papa.
           Após a missa, Bento XVI, acompanhado de membros de uma delegação de clérigos ortodoxos do Patriarcado Ecuménico de Constantinopla, desceu ao sepulcro de São Pedro, onde se deteve por instantes em oração.


terça-feira, 28 de junho de 2011

São João Southworth, mártir


Os restos mortais de São João Southworth exposto na Catedral de Westminster, Londres

     





      Nascido na Inglaterra por volta de 1592, época em que a religião católica estava proibida nesse país como conseqüência do cisma provocado por Henrique VIII, João fez estudos na França registrado por segurança sob o pseudônimo "John Lee" e foi ali ordenado presbítero, após o que retornou ao seu país natal para lá exercer secretamente seu ministério. Preso e condenado à morte por professar a fé católica, acabou por ser deportado para a França, mas retornou novamente à Inglaterra, passando a viver na região de Londres durante uma epidemia quando assistiu e converteu vários doentes, mas foi novamente preso.
      Passou algum tempo exercendo o ministério sacerdotal na Bélgica (Flandres), mas o amor por seus conterrâneos o levou de volta à Inglaterra, onde fez discreto porém intenso apostolado, até o momento do martírio na época da ditadura de Cromwell.
      Sua morte deu-se pela pena prevista pelas leis inglesas para os que eram considerados traidores: preso, arrastado e esquartejado, que compreende ser puxado ("esticado"), enforcado e esquartejado. Os pedaços de seu corpo foram reunidos, e submetidos a conservação química a fim de se obter a preservação, sendo levados à França por um diplomata espanhol.
      Devido à Revolução Francesa o corpo foi escondido em local não identificado a fim de ser protegido (o que foi feito com numerosas outras relíquias), sendo descoberto em 1927: foi então repatriado e depositado na catedral católica de Westminster, em Londres.
      Beatificado em 1929, foi ele canonizado pelo Papa Paulo VI em 1970, fazendo parte dos 40 Mártires da Inglaterra e País de Gales.

The St John Southworth Fund

São João Southworth, rogai por nós.

Santo Irineu, bispo e mártir

           


             Irineu, discípulo de São Policarpo e, por meio dele, do apóstolo São João, é uma destacada personalidade na história da Igreja.
             Originário da Ásia, nasceu em Esmirna, atual Izmir, na Turquia, aportou na Gália (França) e em 177 sucedeu na sede episcopal de Lião ao nonagenário bispo São Potino, morto em conseqüência de espancamento recebido durante a perseguição contra os cristãos.
             Poucos dias antes das agitações anticristãs, Irineu fora enviado por seu bispo a Roma para esclarecer algumas questões doutrinárias. De volta a Lião, apenas acalmada a tempestade, foi chamado para suceder o bispo mártir, em uma igreja dizimada de seus padres e de grande parte de seus fiéis. Viu-se como único bispo governando a Igreja em toda a Gália. Ele,  grego, aprendeu as línguas dos bárbaros para evangelizar as populações célticas e germânicas. E aonde sua voz não chegou, alcançou a palavra escrita.
             Nos seus cinco livros Contra as heresias, transparece não só o grande apologista, mas também o bom pastor, preocupado com algumas ovelhas transviadas, que procura reconduzir ao redil. Irineu se escusa do seu latim pouco elegante: ele vive entre os celtas e deve falar quase constantemente o seu "dialeto bárbaro".
            Seu testemunho é de grande valor para a história e para a tradição da Igreja primitiva, particularmente sua Demonstração da pregação apostólica, um tratado reencontrado em 1907, em uma tradução armênia, no qual Irineu se propõe agrupar os principais elementos da fé cristã, comprovando-os com as Sagradas Escrituras.
           Foi atribuída também a Irineu uma carta das igrejas de Lião e de Viena (do Delfinado) às igrejas da Ásia sobre a perseguição lionesa de 177, uma das obras-primas da literatura religiosa, que serviu de modelo às posteriores Atas dos mártirios.
            E sobretudo sua pregação que se conjuga com a imediata tradição apostólica. Ele, escreve Eusébio, havia conservado uma lembrança inextinguivel do modo com que Policarpo contava "a conversação familiar que tinha tido com João e com os outros que haviam visto o Senhor".
            Morreu  em 202 em Lugdunum na Gália, atual Lião, na França.


Igreja de Santo Irineu, em Lião



Vista da cidade de Lião, em primeiro plano a Catedral de São João Batista

domingo, 26 de junho de 2011

São Cirilo de Alexandria, bispo e doutor da Igreja

           
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              Padre e doutor da Igreja (titulo conferido por Leão XIII); brilhante orador, polemista de classe e límpido teólogo da Encarnação, nascido em 374 Cirilo foi sobretudo um bom pastor para seu rebanho, vigilante e atento para mantê-lo imune ao contágio de erros que estavam sendo espalhados por Nestório, bispo de Constantinopla.
            Ignorando o patrimônio teológico do Ocidente, Nestório havia elaborado uma interpretação pessoal da divindade de Cristo e, como reflexo, da maternidade divina de Maria, que rompia a unidade de Cristo, colocando nele dois sujeitos, um humano e outro divino, unidos só acidentalmente. Em virtude desse dualismo, pareceram resolvidas muitas dificuldades sobre  e a paixão e morte do Redentor. Como conseqüência, Maria vinha desclassificada para o papel de mãe de Cristo homem, não mais mãe de Cristo Deus. Como já seu predecessor Atanásio, Cirilo lançou-se em defesa da ortodoxia, experimentando a humilhação do cárcere. "Pela fé de Cristo", escreveu ele, "estamos prontos a sofrer tudo: as cadeias, o cárcere, todos os incômodos da vida e a própria morte". 
              O Concílio de Éfeso,de 431, ponta-de-lança da teologia da Encarnação e da Mariologia, condenou as teses de Nestório, que são Cirilo tinha já denunciado ao papa Celestino I, fazendo própria a doutrina do bispo de Alexandria do Egito: "O Emanuel consta com certeza de duas naturezas: a divina e a humana. Todavia, o Senhor Jesus é uno, único verdadeiro filho natural de Deus, ao mesmo tempo Deus e homem; não um homem deificado, semelhante àqueles que pela graça são participantes da natureza divina, mas Deus verdadeiro que, pela nossa salvação, apareceu na forma humana".
              Suas homilias,pronunciadas durante o concílio, em particular o Sermo in laudem Deiparae [Sermão em louvor da Mãe de Deus], deram princípio ao rico florescimento de estudos e devoção mariana que se propagou do Oriente ao Ocidente, graças à fértil pena desse doutor da Igreja, venerado como mestre não pelos católicos, mas também pelas Igrejas copta, síria e etíope. Morreu em 444.




Reflexões:  Pelo Papa Bento XVI - Audiência Geral das Quartas-feiras em 03/10/2007 
 
            Cirilo, conhecido na Igreja antiga como "custódio da exatidão, quer dizer, da verdadeira fé", quis demonstrar sempre "a continuidade da teologia própria com a tradição da Igreja como garantia da continuidade com os apóstolos e  com o próprio Cristo". Eleito bispo de Alexandria em 412, governou durante trinta anos essa sede e combateu a  pregação de Nestório, bispo de Constantinopla, que separando em  Cristo a  natureza humana da divina invocação a Maria "Mãe de Cristo" e  não "Mãe de Deus".  Segundo a cristologia antioquina de Nestório, "para salvaguardar a  importância da humanidade de Cristo se acabava por afirmar a divisão da divindade e assim já não era verdadeira a união entre Deus e homem no Cristo".
            Cirilo rebateu imediatamente esta tese reafirmando "o dever dos pastores de  preservar a fé do Povo de Deus". Este critério, "é sempre válido" já que "a fé do povo de Deus é expressão da tradição da Igreja".  Por isso, Cirilo recorda a Nestório que "se deve apresentar ao povo o ensinamento da fé de forma irrepreensível e  recordar que quem escandaliza a  um só dos mais pequenos que crê em Cristo,  sofrerá um castigo intolerável".
             O Santo define sua fé cristológica quando afirma: "São diversas as  naturezas  que se uniram a  uma verdadeira unidade,  porém,  de  ambas resultou um só Cristo e Filho,  não porque a  causa da  unidade se tenha eliminado a diferença das natureza humana e divina, mas porque a humanidade e divindade reunidas de forma inexpressiva (...) produzem ao único Senhor, Cristo,  Filho de Deus".  
            "Cirilo nos ensina sobretudo,  que a fé cristã é antes de tudo um encontro com Jesus, uma pessoa que dá à vida um novo horizonte. De Jesus Cristo,  Verbo de Deus encarnado, São Cirilo foi um incansável e firme testemunho,  sublinhando sobretudo sua unidade:  Um só é o Filho, um só é o Senhor Jesus Cristo, tanto antes como depois da encarnação. (...) Nós cremos que Aquele que existia antes dos tempos, nasceu segundo a carne de uma Mulher (...) e segundo suas promessas, estará sempre conosco".  
            "Isto é importante,  Deus é eterno, nasceu de uma Mulher e  permanece conosco todos os dias. Vivemos com esta confiança e nela encontramos o caminho de nossa vida".

sábado, 25 de junho de 2011

São Guilherme de Montevergine, abade e fundador

           


            Guilherme nasceu em Vercelli no ano de 1085. Sua familia pertencia à nobreza francesa. Aos quinze anos vestiu o hábito de monge e tornou-se peregrino. Percorreu toda a Europa visitando os santuários mais famosos e sagrados, pretendendo tornar-se um simples monge peregrino na Terra Santa. Foi dissuadido por São João de Matera quando passava pela Itália. O santo lhe disse que Deus não desejava apenas isso dele. Contribuiu também para sua desistência o fato de ter sido assaltado por ladrões de estrada, que lhe aplicaram uma violenta surra.
            O incidente acabou levando-o a procurar a solidão na região próxima de Avellino, na montanha de Montevergine. Era uma terra habitada apenas por animais selvagens. Vivia como eremita, dedicando-se à oração e à penitência. Logo começou a ser procurado por outros eremitas. Acabou fundando ai, em 1128, um mosteiro masculino dedicado a Maria e sob as regras beneditinas e que ficou conhecido como Mosteiro de Montevergine.
            Dele Guilherme se tornou o abade, todavia por pouco tempo, pois transmitiu o cargo para um monge sucessor e continuou peregrinando. Guilherme fundou outro mosteiro beneditino, dedicado a Maria, em Monte Cognato. Mais uma vez se encontrou na posição de abade e novamente transmitiu o posto ao monge que elegeu para ser seu sucessor.
            Desejando imensamente a solidão, foi para a planície de Goleto, não muito distante dali, onde, por um ano inteiro, viveu dentro do buraco de uma árvore gigantesca. E eis que tornou a ser descoberto e mais outra comunidade se formou ao seu redor. Dessa vez teve de fundar um mosteiro "duplo", masculino e feminino. Contudo criou duas unidades distintas, cada uma com sua sede e sua igreja.
           E foi assim que muitos mosteiros nasceram em Irpínia e em Puglia, como revelou a sua biografia datada do século XII. Desse modo ele, que desejava apenas ser um monge peregrino na Terra Santa, fundou a Congregação Beneditina de Montevergine, que floresceu por muitos séculos. Somente em 1879 ela se fundiu à Congregação de Montecassino.
           Guilherme morreu no dia 25 de junho de 1142, no mosteiro de Goleto. Teve os restos mortais transferidos em 1807 para o santuário do Mosteiro de Maria de Montevergine, o primeiro que ele fundara, e hoje um dos mais belos santuários marianos existentes. Em 1942 o papa Pio XII o canonizou e declarou são Guilherme de Vercelli Padroeiro principal da Irpínia.


Abadia de Montevergine, Itália

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Nascimento de São João Batista

              


             Os quatro evangelhos falam difusamente a respeito de São João Batista.
            Nasceu em uma família sacerdotal. Isabel, prima da Santíssima Virgem Maria, descendia de Aarão. O arcanjo Gabriel, ao anunciar a Zacarias o nascimento do filho, disse-lhe que seu nome deveria ser João, que significa "Deus é favorável" e indicou seus extraordinários dotes: deveria ser grande diante de Deus ("Entre os nascidos de mulher não há nenhum maior que João", dirá Jesus); cheio do Espírito Santo; operará conversões em Israel e será o precursor do Messias, com espírito e o poder de Elias.
            Ao nascimento do menino, ao qual assistiu Maria, que se tinha dirigido pressurosamente a prestar seus serviços à prima em Aim Karim (sete quilômetros a oeste de Jerusalém), Zacarias recupera a palavra e eleva um cântico de reconhecimento, profetizando a grande missão de João: "Tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo; pois, irás à frente do Senhor para preparar-lhe os caminhos".
            A Igreja comemora os santos no dia de seu "nascimento" para a vida eterna. O nascimento para esta vida terrena é celebração liturgicamente tão só para Jesus, Maria e João. A tradição patrística afirma de fato que o Batista foi libertado do pecado original e santificado no seio materno ao primeiro encontro de Maria com a prima Isabel: "Pois quando a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria em meu ventre".
            A festividade é de antiga data. Quanto a João, é reconhecido o duplo título de último profeta ("É mais que um profeta" diz Jesus) e primeiro apóstolo. Ao anunciar a chegada do Messias, João exortava à conversão e dava o batismo para a remissão dos pecados. Daí o nome de Batista ou Batizador.
            Profeta e apóstolo, é também mártir, pois pagou com a vida o rigor moral e a coragem de opor-se à má vida de um pequeno monarca apaixonado pela sobrinha, a qual não hesitou em pedir-lhe que a cabeça do Batista, cujo martírio é celebrado liturgicamente a 29 de agosto.




O encontro das santas mães e dos santos pais

Reflexões:

           Que nestas reflexões encontrem sabedoria, consolo e edificação as senhoras casadas e que, como a Santa Isabel,  faz sofrer as tristezas da esterilidade. Não devem esquecer-se das angústias do parto, que não raras vezes equivalem a uma verdadeira agonia, e da série infinita de trabalhos, de cuidados e preocupações, que acompanham infalivelmente a educação dos filhos.  Ninguém prevê o futuro; mas se pudéssemos ter a ciência do rumo que a vida dos homens vai tomar, quantas senhoras não desejariam hoje nunca ter tido filhos!  Filhos pequenos, pequenos cuidados;  filhos crescidos, cuidados dobrados!  Quantos filhos, cujo advento era a prece constante o desejo mais ardoroso dos pais, não corresponderam às esperanças que neles se colocara e, longe de serem a honra dos progenitores, vieram a ser sua vergonha, humilhação e desgraça.  
             É mais que justificado o desejo da bênção da maternidade. A criança é muitas vezes o anjo pacificador do lar; mas exemplos não faltam e não são poucos, que atestam o contrário. Em muitos casos isso se deve à culpa dos próprios pais, em outras, para nossa perplexidade,  no seio de famílias boas e bem estruturadas. Em ambos os casos, a oração deve ser a principal arma para derrotar tal circunstância. Lembremo-nos que Santa Mônica derramou lágrimas e rezou por 30 anos anos consecutivos implorando ao Senhor a conversão do seu filho. Deus atendeu seu pedido e tocou naquele coração desregrado, de forma que, convertido, empreendeu grandes obras para a edificação da Igreja de Cristo, vindo a tornar-se uma das grandes colunas de Igreja: Santo Agostinho de Hipona.   
             O respeito,  o amor,  o cumprimento dos Mandamentos da Lei de Deus e da Igreja,  são coisas que devem cultivadas desde tenra idade. Ai dos pais que dão liberdade excessiva aos filhos e não os conduzem pelo caminho da virtude. Devemos pedir a intercessão de São João Batista, cuja retidão, personalidade e caráter incita poderosamente na alma o desejo ardente em consagrar nossos filhos a Deus, os quais queremos ver preservados de tantas distorções e imundícies que o mundo atual lhes oferece.  
            Os casais que sofrem o drama da esterilidade, devem procurar todos meios lícitos para tentar reverter tal situação, confiando, sobretudo, na Providência Divina. Existem bons médicos e medicamentos nessa área, que poderão auxiliar no tratamento adequado para cada caso. Sendo, porém, algo crônico ou irreversível,  coloquemo-nos resignadamente aos desígnios de Deus, principalmente na prática da virtude e da oração. Qualquer que seja o motivo que determine a ausência de filhos, o casal se conforme com este estado de coisas, quando não se lhes depara outro remédio. O homem contemporâneo, porém, parece ter se esquecido dos valores primordiais da vida. A ciência atual, que tantos benefícios proporciona diariamente à humanidade, muitas vezes por não querer ouvir a Igreja,  penetra agora em sendas obscuras, onde a ética e a moral são postas à deriva por orgulho e sensação de auto-suficiência.  E, para reforçar o assunto em tela, não é verdade que reside a tentação, mesmo junto aos casais que se julgam mais esclarecidos,  recorrer a métodos artificiais condenados pela Igreja, ora para evitar filhos, ora para vencer a esterilidade,  deixando de lado os mistérios e os desígnios que a Providência Divina nos coloca no caminho?  
             Em nome do que chamam de "progresso científico",  os estudos e procedimentos de fertilização a qualquer preço parecem prevalecer. Muitos casais estéreis, tapando olhos e ouvidos à Igreja,  perseguem obsessivamente a gestação e submetem-se à qualquer tipo de método para satisfazer seu próprio desejo, seu ego. Dão de ombros com o "... seja feita a Vossa vontade" do Pai-Nosso;  em detrimento de tantas e tantas crianças nos orfanatos que, ansiosamente, aguardam a eventual chegada de um pai e uma mãe que os acolha. A voz dos bebês, crianças e adolescentes, dos orfanatos sobe aos céus clamando por justiça junto ao trono de Deus.  E neste cenário global, acentuam-se sistemáticos ataques ao Papa pela condenação dos métodos artificiais de fertilização, de contracepção, também das escandalosas pesquisas envolvendo células-tronco embrionárias e da clonagem humana, cujo terreno foi maliciosamente bem preparado pela ciência há anos. Ai de nós, ai de nós,  se formos cúmplices ou defendermos a ciência nesse aspecto, fechando nossos ouvidos ao que a Igreja diz. Se ao mundo apoiamos,  somos co-responsáveis e participantes diretos nessas práticas artificiais absurdas, que o mundo oferece sutilmente como grandes conquistas científicas, sem querer se aperceber do grave pecado que tudo isso constitui. Pecado, portanto, na mesma proporção grave para tanto para o cientista, legislador, ou para qualquer um de nós, seja pela conivência, apoio ou pela prática.   
             São Zacarias e Santa Isabel,  intercedei pelos casais estéreis, pedi a Deus que lhes conceda sabedoria, confiança, resignação e amor às práticas das virtudes. 
            São João Batista, que possamos ter tua valentia, coragem e determinação na defesa da Igreja de Cristo. São João Batista, rogai por nós, esclarecei nossos casais, médicos cientistas, políticos e todos os responsáveis pela  legislação nacional.  

Tertuliano, "De baptismo", in I Padri vivi, cit.

            "O batismo anunciado por João já naquela época suscitava uma disputa, proposta pelo próprio Senhor aos fariseus, se era um batismo celeste ou terrestre, sobre a qual eles não conseguiram dar uma resposta, porque não puderam nem entender, nem crer. Nós, pelo contrário, conquanto sejamos de pouca fé e tenhamos pouca inteligência, podemos julgar que aquele batismo era divino, em verdade, todavia, por mandamento e não por poder, porque lemos que João foi enviado pelo Senhor para este ministério, embora fosse homem segundo a condição de todos os outros. Nada de celeste, portanto, administrativa, mas o fazia em lugar do celeste, sendo isto preposto à penitência, que está na vontade do homem.
             Enfim, os doutores da lei e os fariseus, que não quiseram acreditar, não quiseram tampouco entrar no espírito da penitência.
              Pois se a penitência é coisa humana, é necessário também que o batismo tenha sido da mesma condição: ou daria o Espírito Santo e a remissão dos pecados se tivesse sido celeste. Mas nem pecados remite, nem perdoa a alma, a não ser Deus". 



Fátima: Desaparecimento de Deus leva à «escravidão», diz bispo

             Fátima, Santarém, 24 jun 2011 (Ecclesia) – O bispo de Leiria-Fátima afirmou hoje que o Santuário tem a missão de responder à crise de Deus na cultura ocidental, alertando que “onde Deus desaparece do horizonte da vida, o homem cai na escravidão da idolatria”.
            “Hoje, o apelo de Fátima chama-nos a proclamar e a aprofundar o primado de Deus face à cultura pós-moderna nas diversas formas de niilismo, de ateísmo prático, de indiferença religiosa de muitos que vivem como se Deus não existisse, de eclipse cultural do sentido da presença de Deus”, destacou D. António Marto, na abertura do simpósio «Adorar Deus em espírito e verdade».
             Este é um evento de caráter teológico-pastoral que aborda temas como “a questão de Deus na cultura contemporânea” ou o “aprofundamento da atitude crente”.
            O bispo de Leiria-Fátima alertou para os “ídolos fabricados por cada um ou pela cultura dominante que vêm ocupar o lugar próprio de Deus como mostraram os regimes totalitários e como mostram as várias formas de niilismo, hedonismo e relativismo atuais”.
            “O desafio é pois ajudar a descobrir a beleza, o encanto e o gosto de Deus, no seu amor trinitário universal, que foram dados a conhecer e experimentar, por graça extraordinária, aos pastorinhos e que constituíam o cerne da sua adoração e os abriu à universalidade do amor”, acrescentou.
            Esta iniciativa, que decorre na igreja da Santíssima Trindade, é organizada pelo Santuário de Fátima no âmbito do programa de atividades relacionadas com a comemoração do centenário das aparições de Nossa Senhora, que acontece em 2017.
          O simpósio pretende, segundo o reitor do Santuário, padre Carlos Cabecinhas, “aprofundar o específico da adoração cristã, que é sempre a adoração à Santíssima Trindade e adoração em espírito e verdade”.
          “Julgo que a mensagem de Fátima nos pode ajudar a descobrir a adoração como horizonte bem mais vasto da nossa vivência cristã, não desvalorizando em nada a importância da adoração eucarística”, afirmou.
Para José Eduardo Borges de Pinho, membro da comissão organizadora, “a palavra ‘adoração’, no sentido cristão do termo, não está na ordem do dia, ainda que haja nos últimos anos esforços no sentido de reavivar nos fiéis uma ou outra prática tradicional nesse sentido, como a adoração ao Santíssimo Sacramento”.
          Em declarações à sala de imprensa do Santuário, este professor catedrático da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa diz acreditar que “está em causa o acolhimento do verdadeiro amor de Deus, na perceção humilde e agradecida do seu Mistério de Amor como sentido último”.
          De acordo com a organização do evento, cerca de 380 participantes poderão contar com um plano de trabalhos diversificado, destacando-se as “reflexões teológicas e pastorais, intervenções de caráter mais testemunhal ou apresentações de expressões culturais do tema”.


LDS/SISF/JCP/OC
Notícia atualizada às 12h12

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Santa Juliana de Mont Cornillon

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           Juliana de Mont Cornillon ou Juliana de Liègen nasceu em Retinnes, Flandres, no ano de 1193 e faleceu em 5 de abril de 1258. Foi uma religiosa agostiniana do Convento de "Mont Cornillon". Ficou conhecida por promover a introdução da  Festa de Corpus Christi no âmbito de toda a Igreja Católica.
          Aos 15 anos de idade optou pela vida religiosa, entrando para o convento de Mont Pelliers. Em 1209, passou a ter visões que solicitavam à Igreja uma festa em honra do Santíssimo Sacramento. Em 1230, confidenciou estas visões ao arcediago de Liège, que viria a ser o papa Urbano IV. Neste mesmo ano, a festa do Corpo de Cristo passou a ser celebrada em Liège. Posteriormente, o papa Urbano IV, antes de falecer em  1264, instituiu a festa de Corpus Christii.
            Juliana de Mont Cornellieu faleceu em 1258, de causas naturais. Santa Juliana de Mont Cornillon foi canonizada em  1599 pelo Papa Clemente VIII.
            Santa Juliana enfrentou diversos obstáculos para ver instituída a Solenidade de Corpus Christi. Foi colocada às mais duras provas, não só pela perseguição perpetrada pelos membros da comunidade leiga, mas também do clero e da sua própria organização religiosa.  Deus permitiu que tal testemunho chegasse aos ouvidos do então bispo diocesano, que viria a se tornar o Papa Urbano IV.  No curso deste pontificado,  Deus  fez impulsionar de forma extraordinária a  devoção ao Corpo de Cristo, através do milagre eucarístico de Bolsena. O Papa Urbano IV, então,  obteve  a definitiva confirmação da versão de Santa Juliana, que narrou o pedido de Jesus pela instituição da solenidade. Estendeu, assim, por decreto,  a comemoração da  festa à toda a Igreja.
             Durante o curso da história,  Deus concedeu uma infinidade de graças e milagres extraordinários a fim de reavivar a fé nos homens. O milagre, para o católico, representa um meio e não um fim absoluto para que possa crer na Palavra de Deus. A origem da fé não está nos milagres, pois para os corações endurecidos, nos diz Jesus, ainda  que ressuscitasse um morto, não acreditariam.  Mas para quem crê, os milagres são manifestações gloriosas, que renovam as forças daqueles  que buscam a  verdade, a perfeição cristã. Peçamos ao Senhor, sobretudo, que nos conceda um coração de carne,  e que nos aperfeiçoe cada vez mais no caminho da fé. 
 
 
Santa Juliana, rogai por nós e ajudai-nos a manter firme a nossa fé na Eucaristia!

Centelhas de vida cristã

" A oração é a semeadura, a contemplação é a colheita". (Santo Isaac da Síria)



" A oração é a cadeia que une Deus ao homem e o homem a Deus". (São Gregório Palamas)




"Aquele que reza somente quando está de joelhos, reza bem pouco, mas aquele que, estando ajoelhado, deixa que o espírito divague sem trégua, não reza absolutamente nada". (São Cassiano)



"Com  a oração falamos a Deus e Deus fala a nós; aspiramos a ele e respiramos nele, e reciprocamente ele inspira em nós e expira sobre nós". (São Francisco de Sales)



"Não é necessário falar muito para bem pregar. Sabe-se que Deus está presente... nós lhe abrimos o coração, comprazendo-nos na sua santa presença". (São João Maria Vianney)




Santa Eteldreda, abadessa beneditina

     


            Eteldreda de Ely, nasceu no ano de 636, em Exninf, perto de Newmarket, no condado de Sufflolk e morreu no dia 23 de junho de 679, foi a mais popular  das santas anglo-saxônicas antes da reforma do rei Henrique VIII. Era uma das quatro filhas do rei de Ânglia Oriental; suas irmãs, também santas são: Sexburga, Etelburga e Vitburga. Seu pai  foi assassinato em 653. Todas as filhas retiraram-se da vida secular e fundaram abadias; Eteldreda, no entanto, foi dada em casamento ao primeiro marido, Tondberct, chefe ou príncipe, que morreu em 655. No entanto, nesta casamento, seu marido a respeitou, pois ela fizera voto de perpétua virgindade. Após a morte do marido, Eteldreda retirou-se para a Ilha de Ely, dada a ela por herança de seu marido.
          Eteldreda, subseqüentemente casou-se novamente em 660, neste tempo com Ecfrith, rei da Northumbria, novamente por razões políticas; logo após a ascensão de Ecgfrith ao trono em 670, Eteldreda tornou-se monja. Este passo pode ser feito graças ao apoio de Santo Wilfredo, arcebispo de York. Uma das condições para o seu segundo casamento era que o rei também respeitasse sua virgindade, e em 672, seu marido desejou consumar seu casamento e tentou usar sua influência para convencê-la a sair da vida religiosa. Mas tudo isso foi em vão.
           Finalmente, Eteldreda pode viver sua consagração religiosa no mosteiro de Ely, onde tornou-se a abadessa, um rico mosteiro no qual soube viver o espírito de pobreza em uma simplicidade de vida que a tornou muito popular.
           Faleceu no dia 23 de junho de 679, no mosteiro de Ely, muitos anos depois de sua morte, seu corpo fopi encontrado incorrupto. Os anglicanos para destruirem as provas da veracidade da fé católica, destruiram seu corpo. Os seus restos mortais encontram-se hoje na igreja católica de Ely.



Santuário de Santa Eteldreda, em Ely



Igreja católica de Ely

quarta-feira, 22 de junho de 2011

A Eucaristia, necessidade do nosso coração, São Pedro Julião Eymard




"Porque está Jesus Cristo na Eucaristia?
Tal pergunta, se pode ter muitas respostas, tem no entanto uma que a todas resume: Jesus Cristo está na Eucaristia porque nos ama e quer que nós o amemos. O Amor, eis a razão de ser da instituição da Eucaristia.

Sem ela, o Amor de Jesus Cristo seria apenas um Amor de Morte, passado, esquecido dentro em breve – e isso sem culpa de nossa parte. Só a Eucaristia satisfaz plenamente as leis e as exigências do amor. Jesus Cristo, dando-nos nela provas de Amor infinito, tem direito de ser nela amado.
Ora, o amor natural, tal qual Deus pôs nos corações, requer três coisas. A presença ou sociedade de vida, a comunhão de bens, a união perfeita.

I

A ausência é a aflição, o tormento da amizade. O afastamento diminui e, ao ser prolongado, dissipa a mais forte amizade. Estivesse Nosso Senhor ausente, afastado, o amor que lhe temos passaria, em virtude do efeito dissolvente dessa mesma ausência. É da essência, da natureza do amor humano reclamar, para viver, a presença do objeto amado.
Olhai para os pobres Apóstolos, enquanto Nosso Senhor jaz no túmulo, para os discípulos de Emaús, que confessam terem quase perdido a fé. Não gozam mais da presença do divino Mestre.
Ah! Não nos tivesse Nosso Senhor deixado outro legado de seu Amor senão Belém e o Calvário e quão depressa o teríamos esquecido! Que indiferença! O amor quer ver, ouvir, conversar, apalpar.

Nada substitui o ente querido, nem lembrança, nem dons, nem retratos; nada disso tem vida. E quão bem sabia Nosso Senhor que nada poderia tomar seu lugar, pois carecemos dele mesmo. Não nos basta então sua palavra? Não, já não vibra, já não ouvimos as tocantes expressões dos lábios do Salvador. E seu Evangelho? É um testamento. E o Sacramentos, não dão ele Vida? Só o autor da Vida poderia entretê-la em nós. E a Cruz? Ah! Sem Jesus quão triste é! E a esperança? Sem Jesus é uma agonia. Os protestantes têm tudo isso e quão frio e quão glacial é o protestantismo!

Poderá então Jesus reduzir-nos a um estado tão triste, qual o de viver e combater sozinhos? Ah! Sem Jesus, presente entre nós, seríamos por demais desgraçados. Exilados, sós no mundo, obrigados a privar-nos dos bens, das consolações terrestres, enquanto aos mundanos é dado satisfazerem todos os seus desejos, a vida se tornaria insuportável.
Mas com a Eucaristia! Com Jesus em nosso meio, quantas vezes sob o mesmo teto, dia e noite, a todos acessível, a todos esperando na sua morada sempre aberta; admitindo as crianças, chamando-as com acentuada predileção, a vida torna-se menos amarga. É o pai amoroso, rodeado dos filhos. É a vida de sociedade com Jesus.
E que sociedade, quanto nos engrandece e nos eleva! E quão fáceis são as relações de sociedade, de recurso ao Céu, a Jesus Cristo em pessoa! Convivência suave, simples, familiar e íntima, assim Ele a quis.

II

O amor quer comunhão de bens, quer tudo possuir em comum. Quer partilhar da felicidade e da infelicidade. É-lhe natural, instintivo dar, dar com alegria, com júbilo. E com que profusão, que prodigalidade concedera Jesus Cristo, no Santíssimo Sacramento, seus merecimentos, suas graças, sua própria glória! Que desvelo em dar, sem jamais recusar!
Dá-se a si mesmo, a todos e a todo momento, espalhando pelo mundo as Hóstias consagradas para que todos os seus filhos as recebam. No deserto, dos cinco pães multiplicados, sobraram doze cestas cheias, e todos deles participaram.

Jesus-Eucaristia quereria envolver o mundo na sua nuvem sacramental, fecundar os povos com essa água vivificante, que, depois de ter desalterado e reconfortado o último de seus eleitos, se perderá no oceano eterno. Ah! Jesus-Hóstia é nosso, todo nosso!


III

O amor tende essencialmente à união entre os amantes, à fusão de dois seres num só ser, de dois corações num só coração, de dois espíritos num só espírito, de duas almas numa só alma (...)
Jesus submete-se a essa lei de amor por Ele mesmo estabelecida. Depois de ter compartilhado do nosso estado e de nossa vida, dá-se-nos ele na comunhão, incorporando-nos a Ele.
União, cada vez mais perfeita e mais íntima, das almas, segundo a maior ou menor vivacidade dos desejos. "In me manet, et ego in eo". Permanecemos nele e Ele em nós. Fazemos um só com Ele, até consumir-se no Céu, na união eterna e gloriosa, a união inefável, começada na terra pela graça e aperfeiçoada pela Eucaristia.

O amor vive, pois, com Jesus presente no Santíssimo Sacramento do altar, compartilha de todos os bens de Jesus, une-se a Jesus e assim satisfazem-se as exigências de nosso coração, que mais não pode pedir".