segunda-feira, 18 de março de 2013

Beata Marta le Bouteiller, religiosa e virgem


Marta (Amada Adélia) Le Bouteiller nasceu no bairro La Henrière da cidade de Saint-Lô (França), de umafamília que possuía pequenos prédios e se dedicava à arte de tecer. Os pais confiaram a sua educação às Religiosas de Nossa Senhora do Monte Carmelo. Tocou por sorte à menina ter por preceptora uma santa religiosa, que usava repetir esta jaculatória: “Da negligência das tuas inspirações, livra-nos, Senhor”. Marta Amada, aos 25 anos, resolveu abraçar a vida consagrada.
João Paulo II, na homilia de beatificação, a 4 de Novembro de 1990, assim retrata a fisionomia espiritual da religiosa: “Desejosa de se doar totalmente ao Senhor e aos outros, ela entrou na Congregação fundada por Santa Maria Madalena Postel e, ao longo das suas ocupações quotidianas na cozinha, na quinta, nos campos e na despensa, teve uma vida de união com Deus, realizando ‘de maneira grande as coisas pequenas’, seguindo uma máxima querida à Fundadora: ‘Façamos o maior bem possível, ocultando-donos o mais possível’. A Irmã Marta soube encontrar na sua vida oculta com Cristo, a alma do seu apostolado de bondade: “Quem está em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podíeis fazer’ (Jo 15, 5). Muito unida à Santa Fundadora e à Beata Plácida Viel, a ‘boa’ irmã Marta viveu as suas humildes tarefas, com uma qualidade de amor que suscita admiração. Possa esta nova beata atrair as novas gerações de hoje de amanhã a descobrirem a alegria do dom de si ao Senhor, na consagração religiosa! Possa ajudá-las a compreender a primazia da vida espiritual, a fim de participarem na edificação da Igreja e de realizarem uma acção fecunda ao serviço dos homens! Os nossos contemporâneos têm necessidade de que o seu caminho seja cruzado por rostos que manifestem a felicidade autêntica, levando à intimidade com Deus. A Irmã Marta, a Irmã da Misericórdia, de facto, soube irradiar ao redor de si o amor de Deus. A extrema simplicidade da sua existência não impediu que as suas irmãs reconhecessem nela uma verdadeira autoridade espiritual Ela deu fruto para glória do Pai: “Dando vós muito fruto, Meu Pai é glorificado; e assim sereis meus discípulos (Jo 15, 8)”.
Até à sua morte que ocorreu a 18 de Março de 1883, a sua vida simples se escreve de humildade, de obscuridade e de dom total aos outros, pondo assim em prática uma das máximas de Santa Maria Madalena Postel: “Nadas façais por medo, fazei tudo por amor”.