domingo, 12 de agosto de 2012

Servo de Deus João Leão Gustavo Dehon, sacerdote e fundador


João Leão Gustavo Dehon nasceu, no dia 14 de março de 1843, no pequeno povoado de La Capelle, em Soissons, na França. A sua mãe, Estefânia Adele Vandelet, era um exemplo de fé; mas o seu pai, Júlio Alexandre Dehon, era indiferente e até mesmo anticlerical.
Ainda criança, manifestou grande sensibilidade espiritual. Aos treze anos, durante um retiro, sentiu o chamado para o sacerdócio e iniciou uma longa luta com o seu pai, que não pretendia ter um filho padre. Em 1859, foi para a Universidade de Sorbonne, em Paris, onde recebeu o diploma de advogado.  
Em 1865, aceitou a longa viagem que seu pai lhe proporcionou, com a clara intenção de que não seguisse a carreira sacerdotal. Foi um roteiro fascinante, começando pela Suíça, Itália, Grécia, Egito e finalizando na Palestina. No regresso, passou pela Síria, Constantinopla, Budapeste e Viena. Mas em vez de ir para casa, foi para Roma, onde conseguiu uma audiência com o papa Pio IX, que o aconselhou a fazer os estudos eclesiásticos ali mesmo, na Cidade Eterna. Assim, entrou para o Seminário de Santa Clara, mesmo contra a vontade paterna, uma vez que era Deus que o queria padre.
O dia 19 de dezembro de 1868 foi o mais desejado e feliz da vida de Dehon. Mais desejado porque recebeu sua ordenação sacerdotal. Feliz porque seu pai, convertido sinceramente, recebeu a santa eucaristia das suas mãos, quando celebrava a sua primeira missa. Apesar de ter concluído muitos cursos e doutorados, padre Dehon foi designado para ser um simples vigário da pobre e problemática paróquia de São Quintino, da diocese de Soissons.
Ele assumiu a missão com todo ardor e entusiasmo. Mas o sacerdote tinha algo que o inquietava. Sentia um forte desejo de ingressar numa congregação religiosa. Como não encontrou uma que atendesse seus anseios por justiça social associada às missões, decidiu e fundou a Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus em 1878.
Entretanto surgiu a grande provação. O governo maçônico da França decretou a expulsão das congregações religiosas. Padre Dehon, então, para proteger seus sacerdotes no caso de expulsão, adquiriu uma casa na Holanda, pois assim teriam onde refugiar-se. Mas a situação ficou tão complicada e confusa que foi o próprio Vaticano que suprimiu a congregação. Quem o socorreu foi seu bispo, que o conhecia muito bem.
Em 1884, o papa decretou a reabertura da congregação. Desde então, padre Dehon trabalhou para consolidá-la, fundando novas Casas por toda a Europa. Depois, a congregação também se estabeleceu nas Américas, na África e na Ásia. E padre Dehon, sempre movido pelo objetivo de difundir o pensamento de justiça social da Igreja, proferiu muitas conferências, escreveu artigos em jornais e revistas e publicou vários livros.
No dia 12 de agosto de 1925, morreu em Bruxelas, na Bélgica, deixando uma obra notável e duradoura como apóstolo social e, principalmente, como apóstolo do Coração de Jesus. Ele experimentou o amor de Deus ao contemplar o Coração de Jesus traspassado na cruz, testemunhou-o durante a sua vida terrena e imprimiu-o como carisma de sua congregação. No momento extremo, padre Leão Dehon ainda afirmou, apontando para a imagem do Sagrado Coração: "Para ele vivi, para ele morro".
Atualmente, os religiosos "dehonianos" fazem o mesmo, evangelizando e trabalhando pela justiça social em paróquias, colégios, faculdades, orfanatos, creches, comunidades de recuperação de drogados, missões, shows musicais e meios de comunicação social, nos quatro cantos do mundo. O corpo do venerável fundador está sepultado na igreja de São Martinho, em São Quintino, na França.