segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Beata Maria de Mattias, religiosa e fundadora

            

            Maria de Matias nasceu em 04 de fevereiro de 1805, em Vale Corsa, na Itália, numa família de profunda fé cristã.  Desde  a mais tenra idade, familiarizou-se com a Sagrada  Escritura,  e nutria um grande amor a Jesus, Cordeiro imolado pela salvação da humanidade.  Tinha especial devoção pelo Sangue de Cristo, derramado por amor aos homens.
             Pelos  costumes da época, viveu sua infância e adolescência relativamente isolada,  com poucos  contatos ou relações exteriores.  Em seu íntimo,  sem contratempos, buscava o sentido de de sua vida, ao mesmo tempo que esperava encontrar num amor sem limites.
             Encomendou-se à proteção da Virgem Maria, para que Deus a iluminasse no sentido de  experimentar a beleza de seu amor, que acabou manifestando-se em plenitude em Cristo crucificado, em Cristo, que derramou seu preciosíssimo sangue pela nossa salvação.  Tal experiência foi a fonte e  a  motivação que a levou a  difundir o amor misericordioso do Pai celestial e o amor de Jesus crucificado.
             Estava ela convencida de que a reforma da sociedade, nasce do coração das pessoas e que os homens se  transformam quando chegam a compreender quão valiosos são aos olhos de Deus, quando se dão conta do imenso amor de que são objetos: Jesus, que deu todo o seu sangue para resgatá-los. 
             Quando tinha 17 anos de idade, São Gaspar del Búfalo,  pregou em Vale corsa uma missão popular e Maria viu como se  transformava o povo, com a conversão de  muitas pessoas.  Em seu interior, surgiu o desejo de contribuir com esse  santo, para a  transformação espiritual das  pessoas. 
             Sob as orientações de  um companheiro de São Gaspar, o venerável dom Giovani Merlini, em 04 de março de 1834,  fundou a Congregação das Irmãs Adoradoras do Preciosíssimo Sangue.
             Além de promover a  educação das meninas, reunia as mães e as jovens para catequizá-las,  para fazer que se apaixonassem por Jesus, impulsioná-las a  viver o verdadeiro espírito cristã, segundo seu estado de vida.  Muitos homens,  aos que não podia falar, conforme os costumes da época, procuravam espontaneamente a fim de escutá-la. 
             Apesar de seu caráter tímido e  introvertido,  a causa de Cristo a converteu em uma grande pregadora, que com suas palavras,  convencia desde as pessoas  humildes até as letradas, tanto os leigos como os sacerdotes, isto porque, quando falava nos mistérios celestes, davas-lhe a impressão de haver pessoalmente experimentado essas realidades.  Seu grande desejo era que não se  perdesse nem sequer uma gota do Sangue de Cristo e, neste rio de misericórdia,  onde desejava  purificar os pecadores e fazer  com que voltassem ao bom caminho.
            Foi nesta linha de atuação  que  arrastou inúmeras  jovens para a  Congregação.  Em vida, pôde fundar cerca de  setenta  casas  religiosas, principalmente na Itália, além da Alemanha e Inglaterra.   Quase todas as casas eram fundadas em pequenas aldeias abandonadas nos arredores centrais da Itália, com exceção de Roma,  para onde foi chamada pelo Papa Pio IX, que confiou-lhe a direção do Hospício de São Luís e também uma escola  em Civitavecchia. 
            Viveu toda a vida  com o único desejo de  agradar a  Jesus, que lhe havia  roubado o coração desde  sua juventude, e com o compromisso  gozoso de  difundir ao máximo o conhecimento do amor de Deus pela humanidade.  Para isso, não poupou esforços,  nem se deixou abater pelas dificuldades.  Sempre atuou em  profunda comunhão com  a Igreja universal e particular,  e por amor a  ela.
            Entregou sua alma a Deus em Roma, no dia 20 de agosto de 1866, e foi beatificada pelo Papa Pio XII em 01 de outubro de  1950.