segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Santa Catarina de Gênova, religiosa


 
 
          Catarina, chamada pelos contemporâneos de Catarininha, nasceu em Gênova em 1447.Ela era filha de Francisca di Negro e Tiago Fieschi, ambos de famílias italianas ilustres, então vice-rei de Nápoles sob Renato de Anjou.Os fieschi tinham dado a igreja dois papas (Inocêncio IV e Adriano V) e com os Grimaldi chefiavam o partido Guelfo.Catarina desde nova era devotada à vida de oração e penitência e era muito obediente aos seus pais. Quando completou 16 anos de idade, seus pais deram-na como esposa Auguibelino Juliano Adorno, não obstante ela ter pedido, três anos antes, para tornar-se cônega lateranense como sua irmã Limbânia, mas foi recusada pelas freiras por sua pouca idade e desistiu.
         Juliano demonstrou ser um homem infiel, irritável e perdulário, que trouxe muita infelicidade para Catarina. Ela persistiu em sua vida de orações e passou os anos devotada e submissa ao marido.A vida desregrada e imoral de Juliano (que tinha cinco filhos naturais) influenciou negativamente Catarina, que embasou os primeiros anos de seu matrimônio no autobiográfico Diálogo da chamada Catarininha entre a alma e o corpo. Junto com o amor próprio reduzido depois ao espírito com a humanidade.
         Um dia, após dez anos de casamento, um evento extraordinário acontece. Ela vai a um convento encontrar uma irmã que era freira. Sua irmã lhe aconselhou a confissão. Durante um intervalo em que o confessor não estava presente, um raio de luz Divina penetrou a alma de Catarina e lhe mostrou seus pecados e o Amor de Deus. A revelação foi tão forte que ela perdeu a consciência e entrou em uma espécie de êxtase. Quando o confessor voltou, Catarina apenas murmurou que queria cancelar a confissão e se retirou.
         Desde sua visão, seu estado interior pareceu não mais se alterar. Por vinte e cinco anos, apesar das freqüentes confissões, Catarina não conseguia direcionamento espiritual de ninguém. Apenas no fim de sua vida, o Padre Marabotti conseguiu ser seu guia espiritual. Ela explicou para ele seus estados, passados e presentes, e ele compilou suas memórias a partir de um conhecimento pessoal dela.
         A Santa imagina uma Alma fazendo com o Corpo este trato: "Sairemos pelo mundo, e se eu encontrar coisa de que eu goste, desfruta-la-ei, você fará o mesmo quando encontrar algo do que goste, e quem encontrar mais gozará mais". Mas a aliança entre o Corpo e o Amor próprio, logo reduz a Alma a mau partido: "À Alma não ficou senão um pequeno remorso, do qual porém nem fazia caso... Esta pobre alma, em pouco tempo se encontrou tão cheia de pecados e ingratidão nas costas, sem ver nenhuma saída, tanto que ficava de cogitação qualquer solução.". Então exclama: "Ó pobre de mim, quem me livrará de tantos ais? Só Deus o pode! Senhor, fazei com que eu veja a luz, para que eu possa sair de tantos laços."
        Tiveram o início então as suas experiências interiores nas quais Catarina se inspirou para outra famosa obra, o Tratado do Purgatório, cujo prólogo a declarava "colocada no purgatório do incendiado amor Divino, que a queimava toda e purificava-a de tudo o que tinha a purificar". Catarina concretizou o seu desejo de renovação espiritual e na mortificação e na caridade.
         Foi ela que estimulou Heitor Vernazza a transformar a Companhia da Misericórdia em Companhia (e depois Oratório) do Divino Amor, uma iniciativa que se difundiu também em Roma e em Nápoles e que teve como "sócios" São Caetano de Thiene e o futuro Paulo IV. Era a realização de tudo o que tinha escrito no Diálogo: "Não se encontra caminho mais breve, nem melhor, nem mais seguro a nossa salvação do que esta nupcial e doce veste da caridade".
        Em 1497, através de muitas orações, ela consegue a conversão de seu marido, que entra para a Terceira Ordem Franciscana. Eles passam a se devotar ao cuidado dos doentes no Hospital de Gênova. Após a morte de seu marido, logo após sua conversão, ela se devota ainda mais aos doentes. Ela morre em 15 de setembro de 1510, consumida pelos seus trabalhos do corpo e da alma e pelas chamas do Amor Divino. Ela é beatificada em 1675 por Clemente V e canonizada em 1737 por Clemente XII. Seus escritos foram examinados pela Igreja, que declarou que sua doutrina já era suficiente para provar sua santidade. Santa Catarina foi declarada padroeira de Gênova e dos hospitais da Itália.