sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Beato Apolinário Morel


















         O Beato Apolinário Morel nasceu aos 12 de junho de 1739 em Prez Vers Noréaz, junto a Friburgo, filho de pais suíços, oriundos de Posat. No Batismo recebeu o nome de João Tiago Morel. Passou os primeiros anos da sua juventude no Colégio dos Jesuítas, fundado por São Pedro Canísio, em Friburgo. Notabilizou-se pela sua inteligência, pelo bom rendimento dos seus estudos e pelo seu fervor religioso.
         Com a idade de 23 anos entrou no noviciado dos Capuchinhos em Zug, aos 26 de setembro de 1762, recebendo, então, o nome de frei Apolinário de Posat, terra de origem do seu pai. Ordenado sacerdote aos 22 de setembro de 1764, começou a dedicar-se ao apostolado típico dos capuchinhos ajudando o clero na paróquias e pregando missões populares.
         A sua pregação era de muita eficácia no meio do povo, sobretudo, entre os jovens, motivo pelo qual teve muito que sofrer da parte dos inimigos da fé. Suas virtudes, e particularmente sua reta intenção em todas as atividades pastorais, na instrução catequética e no confessionário, manifestaram-se muito especialmente nas provações dolorosas que lhe foram provocadas com calúnias e incompreensões.
          Ensinou filosofia e teologia; foi guardião em alguns conventos, prefeito de estudos no Colégio de Stans e diretor dos estudantes de teologia em Friburgo. Após encontro com o Ministro Provincial da Bretanha, fr. Apolinário pediu, em 1788, para ir como missionário para a Síria. Porém, antes de o fazer, teve que ir para Paris a fim de estudar línguas orientais numa escola com esta especialidade. Na capital francesa, dedicando-se à assistência espiritual de muitos alemães que ali viviam, foi acusado, junto dos superiores e dos seus compatriotas, de ter assinado o Juramento imposto ao clero pela Assembléia Nacional.
         Frei Apolinário defendeu-se escrevendo na Imprensa em 1771. Não contente com isso, para retirar todo e qualquer equívoco, apresentou-se aos Comissários da revolução e declarou que não tinha assinado qualquer juramento e pretendia permanecer fiel à Igreja Católica e à Santa Sé.
        Foi preso naquele mesmo momento e em 1772 foi levado para o convento dos Carmelitas, transformado em cadeia onde se encontravam também bispos e outros sacerdotes condenados à morte, num total de 160. Durante os dias da sua prisão, fr. Apolinário converteu-se em anunciador de expectativa feliz, em coerência com os seus sentimentos expressos na carta que escreveu a um dos seus superiores: “Como homem eu tremo, como religioso alegro-me, como pastor estou exultante. Abraço a todos os meus inimigos, perdôo-lhes e amo-os como os meus maiores benfeitores”.
         Naquela prisão, fr. Apolinário foi executado com mais 180 companheiros, a 2 de setembro de 1792, tendo sido trucidado barbaramente. Tinha 53 anos de idade. Antes da sua execução, escreveu ainda uma carta a um amigo, de nome Jan, a quem revelou o íntimo do seu espírito, exultando pela certeza de ser imolado por Cristo.
         No seu martírio via o desígnio de Deus para sua vida e, perse- guido, entoava o Aleluia pascal que iria cantar para sempre no Céu. Aos 17 de outubro de 1926, Frei Apolinário e mais 190 mártires da Revolução francesa foram beatificados pelo Papa Pio IX.