Em Treia, antigo município romano na Província de Macerata, no ano 1225, nasceu outro dos santos franciscanos que morou nos campos da Itália, na região das Marcas.
Ainda que as virtudes sejam sempre as mesmas, as personalidades destes santos medievais franciscanos são diversas e interessantes, e constituem uma vasta antologia de tipos humanos e expressões espirituais. O beato Pedro de Treia representa o tipo contemplativo, cuja maior glória está em suas conquistas ascéticas. Também foi religioso ativo, sobretudo no ministério da palavra como eloquente pregador.
Ainda jovem entrou na Ordem desejoso de imitar as virtudes de São Francisco e, seguindo seus passos inclusive materialmente, permaneceu por muito tempo no Monte Alverne. Percorrendo o calvário místico no qual São Francisco recebera as Chagas, Pedro dedicou-se naquelas rochas mais à meditação que ao ensino, mais à ascese que à pregação.
Pedro foi também apostolo da pregação, visitando a região das Marcas e maravilhando as multidões com sua sagrada eloquência. Possuía o dom de comover os pecadores, que arrependidos, confessavam-se e eram por ele reconduzidos a Deus.
São famosos seus êxtases e visões. Em Ancona o guardião do Convento o encontrou na igreja em oração, elevado da terra. Mais tarde, no Convento de Forano, foi próprio beato que presenciou uma cena admirável na qual a Santíssima Virgem colocava afetuosamente o Menino Jesus nas mãos de seu confrade Conrado de Ofida. Pedro de Treia e Conrado de Ofida, ambos de Marcas, ambos franciscanos, ambos honrados e beatos, não somente foram irmãos e companheiros de apostado, como também verdadeiros companheiros de alma, cuja santidade chegou por caminhos iguais e se encorajavam mutuamente em uma santa humildade.
O Beato Pedro morreu em 19 de fevereiro de 1304, no Convento de Sirolo, aos 79 anos de idade. Pio VI aprovou seu culto em 11 de setembro de 1793.