O santo da via-sacra e da Imaculada Conceição, o frade que salvou o Coliseu de ruína total, o pregador inflamado da Paixão de Cristo. São esses os títulos de são Leonardo de Porto Maurício.
Paulo Jerônimo nasceu em 1676, em Porto Maurício, atual Impéria, Itália. Filho do capitão da marinha Domingos Casanova, ficou órfão ainda muito pequeno. Foi, então, levado a Roma para concluir os estudos no Colégio Romano. Depois, foi para o Retiro de São Boaventura, onde entrou para a Ordem Franciscana e vestiu o hábito tomando o nome de frei Leonardo.
Atuou como sacerdote a maior parte da vida em Florença. Era um empolgante pregador, principalmente quando escolhia como tema a Paixão de Cristo. Percorreu toda a Itália exercendo esse ministério e, com isso, escreveu muitas obras de grande valor para os pregadores e para os fiéis. O Santo Afonso de Ligório, seu contemporâneo, contava que ele era o maior missionário daquele século.
O papa usou para a Igreja os dons de Leonardo, quando o enviou para uma delicada missão na ilha de Córsega. Tinha de restabelecer a concórdia entre os cidadãos. Apesar das graves divisões entre eles, Leonardo conseguiu um acordo de paz.
É considerado o salvador do Coliseu, ao promover pela primeira vez a liturgia da Via-Sacra naquele local que definiu como santificado, pelos martírios dos cristãos. Por esse motivo, a interpretação da Paixão de Cristo foi reproduzida, no jubileu de 1750, no Coliseu, cujas ruínas eram dilapidadas e suas pedras arrancadas para servirem em outras construções.
A celebração da Via-Sacra em seu interior tornou-se tradição e a histórica construção passou a ser conservada. A tradição permanece, pois até hoje o próprio pontífice, toda Sexta-Feira da Paixão, faz a Via-Sacra no Coliseu, em Roma.
São Leonardo foi devoto de Nossa Senhora e queria que a Igreja assumisse o dogma da Imaculada Conceição de Maria. Lutou muito pelas suas idéias doutrinais e convenceu o papa Bento XIV de que era necessário convocar um concílio para discutir o assunto e depois proclamar esse dogma.
Não conseguiu ver este dia, mas deixou uma célebre carta profética, onde previa que isso iria acontecer, como de fato ocorreu, em 1854. Frei Leonardo morreu, em 1751, no seu Retiro de São Boaventura de Palatino, Roma.
Na ocasião, tal era sua fama de santidade que o próprio papa Bento XIV foi ajoelhar-se diante de seu corpo.
Papa Pio XI o declarou padroeiro dos sacerdotes que se consagram às missões populares no mundo.
São Leonardo de Porto Maurício é celebrado, no dia de sua morte, também como padroeiro da sua cidade de origem, atual Impéria.