quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Santo Eduardo, o Confessor, rei da Inglaterra


Na história da humanidade, a palavra rei quase sempre está associada à palavra tirano. Mas na história do catolicismo, rei muitas vezes vem junto da palavra santo. É o caso exemplar de Eduardo, rei da Inglaterra. Seu avô era o santo rei e mártir Edgar, e esse exemplo de santidade norteou também a sua vida no seguimento de Cristo.  
Eduardo nasceu em Oxford, no ano 1003, num período em que a Inglaterra sofreu a invasão dos pagãos dinamarqueses. Seus pais, junto com toda a família real, tiveram de abandonar o país, indo refugiar-se na Corte da Normandia, norte da França, de parentes cristãos. No exílio, Eduardo freqüentou e estudou nas mais renomadas cortes da Europa, adquirindo uma educação primorosa e fundamentada no cristianismo. Recusou várias vezes tomar o trono à força, pois não queria derramamento de sangue. Em 1042, com a morte de seu meio-irmão, que governava a Inglaterra, ele finalmente assumiu o trono.
Seu reinado foi um dos mais felizes para o povo inglês. Mesmo sentindo-se um pouco "estrangeiro", fez a pátria retomar seu caminho correto dos princípios cristãos, afastando a influência nefasta dos anos de domínio pagão e trazendo paz e prosperidade para seus súditos. Logo passou a ser chamado de "o santo homem" e os escritos registram vários prodígios de cura operados por sua intercessão em favor de pessoas simples do reino. Curou um doente de câncer com um sinal da cruz. E um paralítico que se movia penosamente na rua ele ajudou a chegar a uma igreja, onde, por meio de orações, o curou, além de outros fatos narrados pelos historiadores.
A política do Estado exigia que ele se casasse e, pelo bem do reino, Eduardo o fez. Casou-se com Edith, filha do conde Godwin, um dos seus adversários políticos. Gentil e elegante, por tratar-se de um acordo, prometeu viver com ela em estado de castidade, sem união corporal. Manteve sua palavra. O casal não teve filhos. Ela se tornou uma grande rainha e irmã, participando das obras de caridade, ajudando a restaurar e fundar igrejas e conventos por todo o país. Valorizando o lado espiritual da vida, viviam em perfeita ordem e harmonia. Tornaram-se exemplo de reis cristãos, piedosos e caridosos, amados e aclamados como "pais" pelos súditos e respeitados por todas as cortes.
Após quase sessenta e quatro anos de vida de penitência, oração, mortificação dos sentidos e luxos, no reto seguimento de Cristo, o rei Eduardo morreu no dia 5 de janeiro de 1066. Pouco tempo depois de ter assistido a consagração da igreja da Abadia de Westminster, totalmente restaurada, o mais antigo símbolo da aspiração e das lutas religiosas da Inglaterra, onde foi sepultado.
Venerado em vida, imediatamente o povo passou a celebrá-lo como santo. Quase quarenta anos após a sua morte, o seu corpo foi exumado e encontrado intacto, o que para o povo não causou nenhuma surpresa.  
Em 1161, o papa Alexandre III canonizou-o.
A sua festa litúrgica é celebrada no dia 13 de outubro, mas os devotos ingleses costumam lembrá-lo também no dia de sua morte.