Natural de uma pequena povoação da província de Sena, na Itália central, este Pedro, que na juventude manifestava um temperamento impulsivo e brincalhão, tornou-se mais calmo e sisudo após a conversão. Por ser fabricante e negociante de pentes recebeu o epíteto que passou a ser sobrenome. Foi no exercício da profissão que deu início à vida honesta e santa. Negociando sempre a preços justos e apresentando produtos de qualidade muito apreciada pelos compradores, atraiu uma tal clientela, que para não prejudicar os concorrentes só aparecia no mercado depois das vésperas, ao fim da tarde.
Casou-se, mas não teve filhos. Ao comprovar-se a esterilidade da mulher, resolveram os dois fazer voto de castidade, mostrando-se no entanto sempre um excelente marido, procurando fazê-la sempre feliz mesmo nas coisas mais insignificantes.
Acorria com assiduidade a pregações e ofícios religiosos e praticava solícita caridade para com os pobres. Visitava com frequência os doentes do hospital de Santa Maria, onde ajudava a tratar dos doentes, aplicando-lhes remédios e beijando-lhes as feridas. Interessado em pôr em prática o Evangelho, começou por vender uma vinha de que era proprietário, depois vendeu a casa, conservando apenas o que lhe pareceu indispensável para uma vida modesta, e foi instalar-se num casebre. Inscreveu-se na ordem terceira de São Francisco, e depois de ter renunciado a tudo, esforçou-se por viver o espírito da altíssima pobreza.
O seu afã em obras de misericórdia granjeou-lhe bem depressa fama de santidade entre os concidadãos. Em 1282 encarregaram-no de escolher, entre os presos das cadeias, os cinco que lhe parecessem mais dignos de serem anistiados. Em 1286 os delegados do povo confiaram-lhe o cuidado de distribuir subsídios às vítimas de uma carestia.
Manifestava tendência para a contemplação e foi agraciado com o carisma do êxtase, às vezes em presença de companheiros. Até ao fim da vida apreciou viver o mais possível retirado do mundo. Por isso, depois de uma grave enfermidade, obteve autorização para ocupar uma cela no convento dos franciscanos, onde passava as noites em oração. Era singularmente devoto da Maria Santíssima, em cuja honra jejuava todos os sábados e a quem se encomendava dia e noite. Como peregrino, foi a Roma, Pistóia, Assis e Monte Alverne, o que denuncia o seu espírito franciscano.
Após 14 anos de esforços, adquiriu o hábito de não falar a não ser por necessidade. Por isso muitas vezes é apresentado na iconografia com um dedo sobre os lábios, e lhe chamam o “Santo do Silêncio”. Os franciscanos encarregaram-no de orientar os noviços, que ele dirigiu pelo caminho da perfeição.
Morreu no dia 4 de dezembro de 1289, segundo alguns com 128 anos de idade! As suas derradeiras palavras foram de advertência às cidades de Sena, Florença e Pistóia, para as quais ele previa grandes desgraças.