Ladislau nasceu em Guielnow, na Polônia, e foi batizado com o nome de João. Fez os estudos de filosofia e teologia em Cracóvia, onde teve dois ilustres condiscípulos: São João Câncio e o Beato Simão Lipnica. Sentindo-se chamado à vida religiosa, abandonou tudo para ingressar na ordem dos frades menores no convento de Cracóvia. No dia 1° de agosto de 1457, após o ano de noviciado, fez a profissão religiosa, e durante alguns anos preparou-se para o sacerdócio.
Uma vez ordenado, dedicou-se à pregação com tal fervor que não ficava atrás de outros santos e gloriosos confrades do seu tempo. Percorreu cidades e aldeias a anunciar por toda a parte o reino de Deus. A sua palavra viva e atraente era corroborada pela santidade de vida e por milagres e prodígios. As multidões apinhavam-se em torno do seu púlpito e reencontravam o caminho da virtude.
Foi eleito repetidas vezes ministro provincial; visitou a pé os 24 conventos da jurisdição; por duas vezes esteve na Itália, onde tomou parte no capítulo geral da ordem. Regressado à pátria, pregou com assiduidade durante oito anos e escreveu obras de caráter religioso, e ainda poesias e cantos.
Compôs para a província umas “ordenações” que foram aprovadas a 28 de maio de 1498 pelo capítulo geral de Urbino. Durante o seu mandato enviou missionários para a Lituânia e para a Rússia, no intuito de converter hereges e cismáticos, e foram de fato numerosas as conversões.
Zelava muito a pobreza não só para si, contentando-se com o estritamente necessário, mas também para a ordem, querendo que os conventos, os hábitos e as economias não destoassem da vida e do espírito franciscano. O fervor da sua pregação fazia lembrar o de Santo Antônio. Depois das pregações entoavam-se cânticos religiosos por ele compostos e musicados.
A Polônia, nação eminentemente católica, sempre teve de sofrer através da sua história. Também no tempo do Beato Ladislau viveu uma época de desgaste por guerras promovidas por nações limítrofes. Por isso ele, a fim de atrair sobre a sua pátria a proteção divina, pregava ao povo a penitência e organizava procissões penitenciais.
Devotíssimo como era de Maria, inculcava a recitação diária da coroa seráfica, e o povo reunia-se para essa prática de piedade. A Virgem Santíssima demonstrou o seu apreço aparecendo-lhe várias vezes e pondo-lhe nos braços o Menino Jesus.
Na sexta-feira santa de 1505, enquanto pregava os sofrimentos de Cristo, ao descrever a flagelação foi arrebatado em êxtase. O povo admirava, entusiasmado, o santo religioso, que uma vez regressado à realidade da vida, sentiu que se lhe acabavam as forças. Era o prenúncio da morte próxima. Após um mês de sofrimentos, suportados com resignação, expirou santamente a 4 de maio. Por sua intercessão obtiveram-se graças e curas. É um dos patronos da Pôlonia e da Lituânia.