sexta-feira, 31 de maio de 2013

Santa Endelienda, virgem



  
     A memória de Endelienda permanece viva no nome da pequena cidade de St. Endellion onde ela foi sepultada.
     Segundo a tradição, Endelienda (Cenheidlon em celta), era filha do Rei Brychan de Brycheiniog, da região sul de Gales. Ela nasceu por volta do ano 470 d.C. A povoação de St. Endellion, na Cornuália, assim chamada em sua homenagem, foi o ponto a partir do qual ela evangelizou a população local. Dois poços próximos à cidade também têm o seu nome.
     Mais tarde ela cruzou o canal de Bristol para juntar-se a seus irmãos que trabalhavam na conversão da população do Norte da Cornuália ao Cristianismo. Durante sua viagem, inicialmente ela permaneceu na Ilha de Lundy, onde se acredita que ela fundou uma pequena capela (atualmente dedicada a Sta. Helena). Mudou depois para a terra firme onde se encontrou com seu irmão São Nectan (*) em Hartland, antes de fixar-se em Trentinney, a sudeste da atual St. Endellion, mas ela retornava a Lundy de tempos em tempos para fazer retiros espirituais.
     Sua irmã, Santa Dilic (cuja igreja fica em Landulph), se estabeleceu nas proximidades e as duas se encontravam com frequência num caminho cuja relva sempre crescia mais verde do que em outro lugar.
     Ela viveu em Trentinney como eremita; a legenda conta que ela possuía uma vaca que garantia o leite para sua subsistência, e dois poços lhe forneciam água. A vaca foi morta pelo Lorde de Trentinney. Ele foi, por sua vez, morto pelo padrinho de Endelienda, revoltado com a morte do animal tão útil à ermitã. Mas Endelienda não se alegrou com o fato de que uma pessoa tivesse sido morta por sua causa e trouxe ambos, o lorde e a vaca, à vida.
      Acredita-se que ela morreu no mês de abril, em meados do século VI, e possivelmente nas mãos de piratas saxões. Ela foi sepultada no alto de um morro e uma igreja foi construída sobre seu túmulo. A atual igreja de St. Endellion fica no local de seu túmulo.
     Uma capela dedicada Santa Endelienda sobreviveu no local de sua ermida em Trentinney até o século XVI; e seu túmulo na igreja de St. Endellion era local de peregrinação durante a Idade Média. Seu túmulo, destruído nos tempos de Henrique VIII, foi restaurado e colocado a guisa de altar na extremidade da nave sul de sua igreja, e sobrevive até os dias atuais e ainda pode ser visto.
     A sua festa é celebrada em 20 de abril, mas em St. Endellion as celebrações em sua honra acontecem na quinta-feira da Ascensão e nos dois dias seguintes (especialmente no sábado).
     O Festival de Música Santa Endelienda acontece todos os anos na Páscoa e no verão na Igreja de Santa Endelienda.
 
(*) Conhecido também como Nudd, em celta; Natanus, em latim; Nathan, em inglês. É um dos santos mais célebres do oeste da Inglaterra, embora os detalhes de sua vida sejam bastante escassos. São Nectan atendia as necessidades dos pobres em todo Devon, Cornuália e até mesmo da Bretanha, onde igrejas dedicadas a ele podem ser encontradas. São Nectan faleceu em 17 de junho de 510. Seu corpo foi trazido para um santuário mais adequado nos anos 1030, e mais tarde os Cônegos de Santo Agostinho construíram uma abadia próxima ao seu túmulo.


Igreja de Sta. Endelienda
 

São Félix de Nicósia

       

        Félix nasceu em Nicósia, na Itália, em 5 de novembro de 1715, filho de Filipe Amoroso e Carmela Pirro, de origem humilde e analfabeto. Diz o postulador de sua causa de canonização, padre Florio Tessari: "Órfão de pai desde seu nascimento, era proveniente de uma família que conseguia sobreviver com muita dificuldade". 
         Vivia próximo ao convento dos frades capuchinhos. Freqüentava a comunidade dos frades e admirava o seu modo de viver. Sempre que visitava o convento, sentia-se fortemente atraído por aquela vida: alegria na austeridade, liberdade na pobreza, penitência, oração, caridade e espírito missionário. 
         Aos 18 anos de idade, em 1735, bateu à porta do convento, pedindo para ser acolhido como irmão leigo, por ser analfabeto. A resposta foi negativa. Porém insistiu muitas vezes, sem se cansar. Após dez anos de espera, foi acolhido na Ordem dos Frades Menores Capuchinhos com o nome de irmão Félix de Nicósia. Depois do noviciado e da profissão religiosa, foi destinado a Nicósia, onde permaneceu durante toda a vida, tornando-se, na cidade, uma presença de espiritualidade radicada no meio do povo.
        Afirma o padre Florio Tessari: "Analfabeto, mas não de Deus e de seu Espírito, Félix entendeu que o segredo da vida não consiste em indicar, com força, a Deus, a nossa vontade, mas em fazer sempre alegremente a vontade dele. Essa simples descoberta lhe permitiu ver sempre, em tudo e apesar de tudo, Deus e seu amor; particularmente onde é mais difícil identificá-lo. Deixando-se somente invadir e preencher-se de Deus, ia imediatamente ao coração das coisas, à raiz da vida, onde tudo se recompõe na sua originária harmonia. Para fazer isso não precisa muita coisa, não precisa tantas palavras. Basta a essencial sabedoria do coração onde habita, fala e age o Espírito". 
        Morreu no dia 31 de maio de 1787. Foi beatificado pelo papa Leão XIII em 12 de fevereiro de 1888 e proclamado santo pelo papa Bento XVI no dia 23 de outubro de 2005.

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Beata Marta Wiecka, religiosa



         Nasceu em 12 de Janeiro de 1874 em Nowy Wiec a noroeste de Polônia. Foi batizada seis dias depois com os nomes de Marta Ana. Era a terceira de 13 filhos de Marcelino e Paulina. Seus pais, donos de um campo de cem hectares, viviam um ambiente de fé profunda. Na casa de Marta se rezava o Rosário em familia todos os dias, se liam as biografias dos santos ou outros livros religiosos, e se compartilhava o conteúdo da homilia dominical. 
           O Estado polaco havia desaparecido do mapa de Europa no ano 1795 depois das três repartições sucessivas de seu território entre Austria, Prússia e Rússia. Nowy Wiec se achava na região prussiana cujas autoridades, aplicando métodos impositivos e às vezes brutais, submetiam a população a uma germanização forçada. A familia Wiecka, juntamente com outras muitas, constituíram a base de oposição ante a invasão germânica. Na idade de dois anos Martacaiu tão gravemente enferma, que esteve às portas da morte. A melhoria radical sucedeu após uma insistente oração à Virgem em seu santuário de Piaseczno. 
          A familia interpretou este fato como milagre, e impulsionou a Marta a manter sempre uma relação próxima e filial com a santíssima Virgem. Toda sua vida esteve marcada pela devoção mariana. Ela mesma afirmava que recorria à Virgem em todas suas necessidades e María jamais lhe havia negado nada do que pedia. Desde sua infância, Marta ajudava em casa quanto podia. 
         Os vizinhos testemunharam que era uma rapariga piedosa, amável e humilde de coração, de carácter recto; sobretudo, irradiava serenidade e alegria. Sua familia e seus vizinhos conheciam também sua funda devoção a são João Nepomuceno. Sendo menina encontrou uma estátua deste santo e organizou sua restauração, após a qual foi colocada frente a sua casa. Muitas vezes se a podia ver rezando ante ela; e durante toda a vida conservou a devoção a este santo. 
           Em 3 de outubro de 1886, aos 12 anos de idade, recebeu a primeira Comunhão. A partir desta data, sua união com Jesus Cristo Eucaristía se fortaleceu e sua vida de oração se centrou totalmente nele. Quando podia, se dirigia à igreja paroquial, a 12 quilômetros de Nowy Wiec, para participar na Eucaristia. Em sua casa dedicava frequentemente seu tempo à oração. 
          Quando sua mãe se enfermou, substituiu-a em alguns trabalhos da casa, sobretudo no cuidado das crianças mais pequenas. Aos dezasseis anos pediu o ingresso na Companhia das Filhas da Caridade. A visitadora a fez esperar dois anos, até alcançar a idade exigida. No ano 1892, aos 18 anos o solicitou de novo com sua amiga Mônica Gdaniec, mas não foi admitida em Chelmno porque havia excesso de postulantes. Então o número de admissões estava restringido pelas autoridades prussianas. 
          Ambas amigas, viajaram para Cracóvia, que estava então sob o domínio austríaco, e ali, em 26 de abril de 1892,foram admitidas no postulantado. Depois de quatro meses, em 12 de agosto, entraram no noviciado. Ali, durante oito meses de formação inicial, assimilou o ideal das Filhas da Caridade que ia a desenvolver nos anos posteriores. Depois da tomada de hábito, em 21 de abril de 1893, irmã Marta foi destinada ao Hospital geral de Lvov, que se achava na parte austríaca, e pertencia à provincia de Cracóvia. Muito cedo ganhou a estima de uma irmã por seu amor e serviço aos enfermos com grande entrega e abnegação. 
        A estadia em Lvov durou ano e meio. Logo foi trasladada ao pequeno hospital de Podhajce, onde durante cinco anos também deu testemunho de devoção e carinho no cuidado dos pacientes. Neste hospital emitiu os primeiros votos, em 15 de agosto de 1897, ratificando sua entrega total a Deus para servir os mais pobres. Em 1899 foi destinada ao hospital de Bochnia, cidade próxima a Cracóvia. 
         Nesse tempo irmã Marta teve uma visão da cruz, desde a qual lhe falou o Senhor animando-a a suportar todas as contrariedades e lhe prometeu levá-la consigo em breve.. Este acontecimento despertou nela um zelo todavia mais intenso em seu trabalho e uma forte esperança no céu. A prova anunciada não tardou em chegar. Um homem desmoralizado, ao sair do hospital, divulgou pela cidade a falsa notícia de que irmã Marta havia ficado grávida por sua relação amorosa com um paciente jovem, parente do pároco. A partir de então caiu sobre ela uma onda de afrontas maliciosas de parte dos habitantes da cidade. 
          Ela não deixou de cumprir seus deveres com a pureza e carinho de sempre. Apesar de sofrer perseguição moral, suportava esta calúnia em silêncio abandonando-se nas mãos de Deus. No  ano 1902 foi destinada ao hospital de Sniatyn (hoje Ucrânia). O pároco do lugar cedo se deu conta da profundidade espiritual de irmã Marta e de seu dom de discernimento das almas. E começou a enviar-lhe pessoas que não necessitavam cuidados de enfermaria mas de conselho e direção espiritual. 
         Irmã Marta não se limitava só a esta tarefa; socorria e servia com fervor a todos os necessitados. Amava muito sua vocação e irradiava alegria e satisfação em sua entrega aos pobres. Sempre tinha um sorriso sincero em seu rosto. Sabia estabelecer empatia com seus pacientes cujos sofrimentos físicos e morais aliviava. De forma discreta e calada os ajudava na preparação para a confissão, os instruía sobre a doutrina da fé, os ajudava a resolver os problemas em coerência com sua visão cristã da vida. 
       Para a reza da via crucis na capela a acompanhavam habitualmente cerca de quarenta enfermos. Possuía um dom singular para reconciliar as almas com Deus. Em seu departamento ninguém morria sem se confessar e inclusive, mais de uma vez, alguns pacientes judeus pediram para ser batizados. Irmã Marta tratava com a mesma atenção e caridade a todos os enfermos, foram polacos, ucranianos ou judeus, greco-católicos, ortodoxos ou católicos. A força para servir com esta entrega radical lhe vinha da oração. Tanto sua vida como sua morte estiveram seladas pelo amor autêntico a Deus e ao próximo, fonte e centro de sua existência. 
     Em 1904, consciente do perigo que isto trazia, se ofereceu a substituir a um empregado do hospital na desinfeção de uma habitação onde havia morrido uma enferma de tifo. Irmã Marta realizou este trabalho de bom grado. E o  fez para que não se contagiasse o operário que o devia fazer, cujo trabalho constituía o sustento de sua mulher e filho. Irmã Marta sentiu a febre em seguida, mas se empenhou em terminar todas suas actividades. Durante a última semana no hospital se fez todo o possível para a curar. A estes esforços acompanhava uma contínua oração de pacientes e empregados do hospital e pessoas boas de toda a cidade. 
         Os judeus acendiam velas na sinagoga por suas intenções. Grande número de pessoas esperava frente ao hospital interessando-se por sua saúde. Depois de receber o santo Viático, irmã Marta realizou uma oração intensa e profunda, considerada pelas testemunhas como um verdadeiro êxtases. Morreu serenamente, em Sniatyn, el 30 de maio de 1904. 
         Os fiéis do lugar cuidaram e veneraram a tumba de irmã Marta. Durante mais de cem anos esteve continuamente coberta de flores, velas e uma espécie de tapetes bordados, muito tradicionais nessa região. Ainda nos anos do regime soviético acudiam a ela, e assim o seguem fazendo na atualidade os peregrinos e habitantes do lugar. 
         Foi beatificada pelo Cardeal Bertone, em representação de S.S. Bento XVI, em 24 de maio de 2008.

São Fernando III, rei da Espanha



          São Fernando, filho dos Reis de Leão, Espanha, Afonso IX e Dona Berengária, nasceu em 1199. A boa sorte acompanhou sempre este santo Príncipe. Pela morte de seu tio Henrique I, torna-se pacificamente Rei de Castela. Em 1230, pela morte de seu pai, Afonso IX, entra na posse do segundo reino: o de Leão. 
        Aos 25 anos começa a conquista de Andaluzia, luta que havia de prolongar-se por mais de 30 anos e que, palmo a palmo, foi conquistando para a fé católica os territórios subjugados pelos maometanos: as cidades de Córdova, Múrcia e Sevilha, com os territórios circunjacentes, vão passando para as suas mãos e para a Cruz de Cristo. No desejo de levar a todo o mundo, então conhecido, a fé cristã, aos 52 anos,pensa passar a África. Surpreende-o. porém, uma doença mortal, que seu filho, o Rei Sábio, relata pormenorizadamente: “Quando o Santíssimo Sacramento entra no seu quarto, os cavaleiros choram, o Rei salta do seu leito, prostra-se por terra e com uma corda ao pescoço, beija um crucifixo com o qual bate no peito e pede humilde perdão dos seus pecados. Pronuncia então a sua última oração, que termina com estas palavras: «Senhor, graças te dou, e entrego-te o reino que me deste, com o aproveitamento que nele consegui fazer. Ofereço-te a minhas alma, para que a recebas entre a companhia dos teus servos». 
          São Fernando, com o seu primo direito, São Luís, Rei de França, são o protótipo do cavaleiro medieval, audaz, trabalhador e cristão. Nunca teve um revés, porque ele era o «cavaleiro de Deus… o servo de Santa Maria; e o alferes de Santiago», como ele diz nestas palavras, por ele próprio escritas: «Grandes mercês e honras e bons sucessos nos fez (Deus), mostrando assim que é Ele o começo e a fonte de todos os bens. E isto não pelos nossos merecimentos, mas pela sua grande bondade e misericórdia, e pelos rogos e merecimentos de Cristo, cujo cavaleiro somos, e pela intercessão de Santa Maria, cujo servo somos e pelos merecimentos de Santiago, cujo alferes somos e cuja insígnia trazemos, e que nos ajudou a vencer sempre.» 
        Ainda se conserva a pequena estátua de marfim que trazia sempre consigo, mesmo na armadura do cavalo, e que colocava à cabeceira da cama, enquanto dormia, e diante da qual passava longas horas de oração, no decurso da sua vida semeada de façanhas e perigos. 
        Quando, a 23 de Novembro de 1248, conquistou Sevilha, não quis que lhe atribuíssem a glória de tal feito, mas a Nossa Senhora, que entrou na cidade libertada num carro esplendoroso de joias e colgaduras. Nessa cidade ficou sepultado São Fernando. Quando na última doença lhe perguntaram que inscrição queria que se afixassem no seu sepulcro, respondeu que não precisava de nenhuma, pois as suas obras eram  o seu melhor epitáfio. 

Santa Joana d'Arc, padroeira da França

              

             Nascida em Domremy , Champagen , França em 1412 , morreu em Rouen em 31 de maio de 1431. O pai de Joana, Jaques D’Arc era um fazendeiro e Joana nunca aprendeu a ler ou a escrever. Quando ela tinha 13 ou 14 anos ela teve a sua primeira experiência mística. Ela ouviu uma voz chamando-a e acompanhada de uma luz. Ela recebeu as visões quando cuidava das ovelhas do seu pai. Visões posteriores eram compostas de mais vozes e ela foi capaz de identificar as vozes como sendo de São Miguel, Santa Catarina de Siena e Santa Margarete entre outras. 
              Em 1428 suas mensagens tinham um fim especifico. Era para se apresentar-se para Robert Bauricourt , que comandava o exercito do rei na cidade próxima. Joana convenceu um tio a leva-la, mas Robert riu dela e comentou com o seu pai que ele deveria disciplina-la.
              Mas as visões continuaram e secretamente ela deixou sua casa e retornou a Vancoulers. Baudricourt duvidou dela, mas modificou sua posição quando chegaram as noticias de sérias derrotas nas batalhas de Harrings do lado de fora de Orleans em fevereiro de 1429 exatamente conforme Joana havia predito. Ele enviou Joana com uma escolta para o falar com o Rei e ela escolheu viajar disfarçada com roupas de homem para sua própria proteção. Em Chinon, o rei Carlos estava disfarçado, mas ela o identificou e por sinais secretos eles se comunicavam e ela o convenceu a acreditar na origem divina das sua visões e da sua missão.
             Ela pediu uma tropa de soldados para ir a Orleans .O seu pedido foi muito questionado na corte e ela foi enviada para ser examinada por um painel de teólogos em Poities. Após um exame de três semanas o painel aconselhou a ao rei Carlos que fizesse uso dos seus serviços. Diz a tradição que um dos membros do painel era um cardeal que conhecia a verdadeira aparência de Santo Miguel, muito bem guardado nos arquivos de Roma e quando perguntou a Joana com era São Miguel, ela o descreveu exatamente como estava descrito no arquivo secreto em Roma. A ela foi dada a tropa e um estandarte especial feito para ela com a inscrição "Jesus:Maria" e o símbolo da Santíssima Trindade na qual dois anjos presenteavam a ela uma flor de lis e Joana vestia um armadura branca e sua tropa entrou em Orleans em 29 de abril .Sua presença revigorou a cidade e em 8 de maio as forças inglesas que cercavam a cidade foram capturadas.
           Ela foi ferida no peito por uma flecha o reforçou a sua reputação de guerreira.
Ela começou uma campanha em Loire com o Duque d’ Alençon, e eles se tornaram grandes amigos.
           A campanha teve grande sucesso em parte graças ao elevado moral das tropas, com a presença de Joana e as tropas britânicas se retiraram para Paty e de lá para Troyes. Joana agora estava tentando fazer com que o rei aceitasse a sua responsabilidade e lutou pela sua coroação em 17 de julho de 1429.
            E a missão de Joana, conforme as suas visões, estava completada.
Daí em diante devido ao fato que Carlos não forneceu se nem suporte nem sua presença conforme prometido, Joana sofreu varias derrotas. O ataque a Paris falhou e ela foi ferida na coxa. Durante a trégua de inverno Joana ficou na corte onde ela continuava sendo vista com ceticismo . Quando as hostilidades recomeçaram ela foi para Compiegne onde os franceses estavam resistindo ao cerco dos Burbundians. A ponte movediças foi fechada muito cedo e Joana e suas troas ficaram do lado de fora. Ela foi capturada e levada ao Duque de Burgundy em 24 de maio. Ela ficou prisioneira até o fim do outono. O rei Carlos não fez nenhum esforço em liberta-la. Ela havia previsto que o castelo seria entregue ao ingleses e assim aconteceu. 

             Ela foi vendida aos lideres ingleses na negociação. Os ingleses estavam determinados a ficarem livres do poder de Joana sobre os soldados franceses . Como os ingleses não podiam executa-la por estar em uma guerra eles forjaram uma maneira de julga-la como herege . 
             Em 21 de fevereiro de 1431 ela apareceu a um tribunal liderado por Peter Cauchon, bispo de Beauvais, o qual tinha esperança que os ingleses o ajudariam a faze-lo Arcebispo de Rouen. Ela foi interrogada sobre as vozes, sua fé e sua vestimenta masculina. Um sumário falso e injusto foi feito e suas visões foram consideradas impuras em sua natureza, uma opinião suportada pela Universidade de Paris. O tribunal declarou que, se ela se recusasse a retratar, seria entregue aos seculares como um herege . Mesmo sob tortura ela recusou a se retratar. 
             Quando finalmente ela foi trazida para uma sentença formal no Cemitério de Santo Ouen, diante de uma enorme multidão ela retratou-se apenas um pouco e de forma bastante incerta e foi devolvida a prisão e voltou a vestir as roupas masculinas que havia concordado em abandonar. Ela teve a coragem de declarar que tudo que ela havia dito antes era verdade e que ela havia recuperado a sua coragem e que Deus havia na verdade enviado ela para salvar a França dos ingleses.
             Assim no dia 30 de março de 1431 ela foi levada a praça pública do mercado em Rouen e queimada viva. Joana não tinha completado 20 anos. Suas cinzas foram atiradas no Sena. Em 1456 sua mãe e dois irmãos apelaram para a reabertura do caso, com o que o Papa Calisto III concordou.
            O julgamento e o veredicto foram anulados e ela foi canonizada como uma santa virgem e mártir. Ela era chamada La Pucelle "a Virgem de Orleans" .
            Na arte litúrgica da Igreja Santa Joana é mostrada como uma garota numa armadura, com uma espada, ou uma lança e as vezes com uma bandeira com as palavras "Jesus:Maria" e as vezes com um capacete .
            Nas pinturas mais antigas, ela tinha longos cabelos caindo nas suas costas, para mostrar que ela era virgem. Ela as vezes ela é mostrada incentivando o rei , ou seguida de uma tropa ou em roupas femininas com um espada.
             Popularmente venerada por séculos, foi finalmente beatificada em 1909 e canonizada em 1920. Foi declarada oficialmente padroeira da França em 1922.





Martírio de Santa Joana

Chinon, sala do encontro de Carlos VII com Santa Joana d'Arc, castelos medievais

Ruínas do castelo de Chinon, França

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Beata Elias de São Clemente

         

            Teodora Fracasso, a terceira de nove filhos do casal José Fracasso e Páscoa Cianci, nasceu em Bari, Itália, no dia 17 de Janeiro de 1901. Foi batizada quatro dias depois pelo seu tio padre Carlos Fracasso.
             Desde a mais tenra infância começou a dar os primeiros sinais da sua vocação à vida religiosa.
              Em 1905 a pequena Teodora, com apenas quatro anos, teve um sonho em que Nossa Senhora lhe revelou que quando adulta seria religiosa.
             Começou os estudos em 1906 e simultaneamente a frequentar a catequese paroquial. Nesse mesmo ano entrou na Associação “Milícia Angélica” cujo nome deriva de São Tomás de Aquino, o “Doutor Angélico”.
              A 8 de Maio de 1911 fez a sua Primeira Comunhão depois duma cuidada preparação. Na noite anterior a esse grande dia sonhou com Santa Teresinha do Menino Jesus que lhe confiou que seria religiosa como ela.
              Orientada pelo seu diretor espiritual, leu a História de uma Alma, e este falou-lhe da possibilidade de entrar no Carmelo.
              Realizando um desejo antigo, a jovem Teodora entrou no Mosteiro do Carmelo de São José de Bari, a 8 de Abril de 1920. No dia 24 de Novembro desse ano recebeu o hábito carmelita e tomou o nome de Irmã Elias de São Clemente.
             A 4 de Dezembro de 1921 fez a sua Primeira Profissão e a 11 de Fevereiro de 1925 a sua Profissão Solene como carmelita descalça.
             Em 1927, durante a novena de natal, estando a trabalhar na sacristia, sentiu a proximidade da sua morte.
             Com febres altíssimas e dores fortes de cabeça foi levada para a enfermaria do mosteiro tendo-lhe sido diagnosticada uma encefalite aguda.
            Morreu no dia 25 de Dezembro de 1927, quando os sinos do mosteiro tocavam para o Angelus, segurando nas mãos o seu crucifixo.
            Duma grande humildade e simplicidade viveu no silêncio a experiência da “solidão sonora”, mostrando-se sempre disposta a servir a sua comunidade com alegria e esquecendo-se de si própria.
             A Irmã Elias de São Clemente foi solenemente beatificada pelo Cardeal José Saraiva Martins, no dia 18 de Março de 2006, na Catedral de Bari.




Catedral de Bari, Itália

Beato Herculano de Piegaro, sacerdote




          Herculano nasceu em Piegaro, província de Perúsia, em 1390. Aos 20 anos ingressou na ordem franciscana, resolvido a imitar o pobrezinho de Assis no ardor da caridade e no zelo apostólico. Teve como mestre espiritual o Beato Alberto de Sarteano, o qual, com São Bernardino de Sena. São Tiago da Marca e São João de Capistrano foram as colunas da Observância, aquele providencial movimento de regresso da ordem dos frades menores à pureza genuína da regra. 
          Consagrado sacerdote, exerceu o ministério da pregação percorrendo cidades e aldeias com grande proveito para as almas que se voltavam para Deus com uma prática mais perfeita da vida cristã. Um dos temas mais prediletos era o da Paixão de Cristo. Ao pregar em Áquila numa sexta-feira santa, descreveu com tanta vivacidade os sofrimentos de Cristo, que os fiéis não se puderam conter e desataram a chorar.
          Depois de anunciar com fervor e veemência o evangelho, regressava aos conventos de retiro e solidão, e aí, em silêncio absoluto, oração assídua e penitência austera, recarregava o espírito. O seu alimento, além da Eucaristia, limitava-se muitas vezes a pão e água.
           Em 1429 o seu ilustre mestre Beato Alberto de Sarteano quis que ele fosse seu companheiro numa missão especial à Palestina, onde por determinação de Eugênio IV ia tomar posse dos lugares santos em nome da ordem dos frades menores. A visita a esses lugares, santificados pela presença de Jesus, de Maria e dos apóstolos, deixou uma marca indelével no coração de Herculano. Passados poucos meses regressou à pátria completamente transformado, apto a empreender de novo as lides apostólicas.
         Em 1430, quando pregava a quaresma na catedral de Luca, os florentinos puseram cerco à cidade. Herculano ofereceu-se como mediador da paz, interessou-se em socorrer os sitiados, e quando começaram a faltar víveres, conseguiu introduzir na cidade o indispensável para socorrer a população.  Previu e anunciou com antecedência a retirada das forças inimigas e a vitória do povo de Luca. 
          Como sinal de agradecimento, as autoridades da cidade cederam-lhe o convento de Pozzuolo. Construiu ainda outros conventos na Toscana, onde foi prudente e zeloso guardião.
        A 28 de maio de 1451, com 61 anos de idade, adormeceu na paz do Senhor, que lhe confirmou a santidade com milagres realizados em vida e ocorridos junto ao túmulo.

Santa Mariana de Jesus Paredes e Flores




         Santa Maria de Jesus é a primeira santa canonizada da república do Equador, e foi proclamada heroína nacional. Nasceu em Quito a 31 de outubro de 1618, sendo a oitava e última filha dum capitão espanhol casado com uma nativa. Tendo perdido o pai aos 4 anos e a mãe aos 6, foi educada por uma irmã mais velha, Jerônima, esposa dum capitão.
        Desde criança manifestou inclinação para exercícios de piedade e mortificação. Aos 7 anos fez a primeira comunhão e também voto de virgindade, adotando o nome de Mariana de Jesus. Fez os exercícios espirituais, e como Santa Teresa, tentou fugir de casa com uma prima, para ir evangelizar índios.
           Tal iniciativa, porém não teve êxito, nem tão-pouco a de se retirar para o sopé dum monte vulcânico, a fim de implorar à Virgem Santíssima proteção contra erupções vulcânicas. A família não conseguiu obter autorização para ela ingressar na congregação das irmãs franciscanas, e perante isso, decidiu entrar na Terceira Ordem Franciscana. Retirou-se  num pequeno quarto da sua própria casa, vestiu-se com um hábito castanho e encetou uma vida de recolhimento, oração e penitência. Tais austeridades, no entanto, não lhe modificaram o caráter alegre e jovial: tocava guitarra, consolava os tristes, reconciliava negros  índios, e fazia milagres.
            A saúde ressentiu-se da penitência a que ela se sujeitava e das sangrias a que a sujeitavam os médicos. Por ocasião dos terremotos e epidemias que ocorreram em Quito em 1645, Mariana ofereceu a vida pelos conterrâneos. No seu quarto foi acometida por febre altíssima e dores dilacerantes. Mas ao mesmo tempo que a sua doença aumentava, ia diminuindo a peste na cidade, e o terremoto acabara quando começara o seu sofrimento heróico. Nos últimos três dias perdeu a fala, e só no último dia de vida aceitou estender-se na cama. Já tinha há tempos manifestado aos familiares o desejo de ser amortalhada com o hábito franciscano que tinha guardado na cela, apesar de há muitos anos usar o escapulário e o cordão da terceira ordem. Predisse o dia e a hora da morte: 26 de maio de 1645, às 22 horas, contando apenas 26 anos e meio. A sua morte foi lamentada por toda a cidade. Toda a gente dizia: <<Morreu a Santa!>>. As suas exéquias foram uma expressão de triunfo, uma explosão de agradecimento e de profunda veneração do povo de Quito pela sua admirável concidadã, pela generosa vítima, pela sua salvadora.

Beato Mariano Roccacasale




             Nasceu a 14 de julho de 1778 em Roccacasale, Áquila, Itália, dum casal de agricultores e pastores profundamente crentes, que no batismo lhe deram o nome de Domingos. Depois do casamento dos irmãos, ficou ele com os pais, encarregado dos rebanhos. O ambiente solitário de campos e redis influenciou-lhe o temperamento para a reflexão e o silêncio, que lhe permitiram perceber a voz do Senhor a dizer que o mundo não era para ele. Contava então 23 anos. Não podendo resistir a essa força interior, decidiu seguir a Cristo mais de perto.
               Para isso tomou o hábito franciscano no convento de Arisquia, com o nome de Mariano, e feita a profissão religiosa, ali permaneceu 12 anos. A sua vida pode resumir-se em duas palavras: oração e trabalho, como duas cordas em que vibrava toda a sua existência. Desempenhava escrupulosamente todos os encargos que lhe confiavam: carpinteiro habilidoso, hortelão, cozinheiro e porteiro. Mas os seus anseios de santidade não encontraram em Arisquia ambiente favorável, não por culpa dos confrades ou dos superiores, mas simplesmente porque aquela época não propícia a vida religiosa nos conventos. Só depois de o papa regressar a Roma em 1814 é que a via conventual conseguiu recompor-se, e mesmo assim com lentidão e muitas dificuldades. Foram precisos vários anos para os religiosos regressarem aos conventos e a vida de oração e de apostolado reflorescer nos claustros.
            Nessa altura, quando frei Mariano contava 37 anos, chegando-lhe aos ouvidos o nome do Retiro de S. Francisco em Bellegra, onde alguns santos religiosos tinham conseguido restaurar uma vida regular e austera, pediu aos superiores que o deixassem ir para lá, e obteve autorização. Aí ficou encarregado da portaria, cargo que desempenhou por mais de 40 anos e constituiu o seu meio específico de santificação.
          Abriu a porta a muitos pobres, peregrinos e viajantes, e converteu muitos corações fechados até ali à graça divina. Para todos tinha um sorriso, sempre acompanhado da saudação franciscana: “Paz e bem!”. Começava com o gesto de humildade de lhes beijar os pés, instruir nas verdades da fé e rezar com ele três ave-marias; só depois se ocupava da parte material, lavando-lhes os pés, acendendo uma fogueira se estava frio, e dando-lhes sopa, juntamente com bons conselhos. Nunca se queixava de excesso de trabalho nem dava sinais de cansaço.
             A fonte de tanta virtude era sem dúvida a oração. Todo o tempo livre dedicava-o à adoração eucarística e à participação na missa. Faleceu no dia do Corpo de Deus, dia 31 de maio de 1866, e no dia 31 de maio se celebra sua memória.

Beata Maria Bartolomea Bagnesi, dominicana


     















       Maria Bartolomea, de uma nobre família florentina, nasceu em 1514 e foi um lírio magnifico que cresceu entre agudos espinhos. Ela desejou ser toda de Jesus desde a mais tenra idade e dizia isto com um entusiasmo infantil. Se seus familiares por acaso respondiam com uma negação, ela ficava inconsolável e chorava.
     Tendo ficado sem mãe muito cedo, era o anjo do ambiente doméstico, que logo ficou sob sua direção, o que fazia com uma rara aptidão. O pai a via crescer bela e gentil e pressagiava um róseo porvir para ela.
     Muito jovens nobres, atraídos pelo seu suave encanto, a desejaram como esposa. O pai falou com a filha sobre isto, dizendo que para ele não se tratava de escolher, porque ele não desejava outra coisa senão vê-la feliz. Mas, Maria sente um frêmito estranho e todos os seus membros pareceram se deslocar. Levada para seu leito, começou para ela um martírio que durou 45 anos: golpeada por uma grave e misteriosa doença, que se intensificada a cada sexta-feira, na Semana Santa e em várias outras solenidades litúrgicas, ela tudo suportou com fé e paciência.
     Aos 33 anos, teve uma trégua milagrosa de seus males físicos e pode receber o hábito de Terceira da Ordem Dominicana, que ela tanto desejara. Aos sofrimentos físicos se juntaram calúnias dos homens e assaltos do demônio, mas nada podia abater a sua paciência.
     O seu leito foi uma cátedra e com seus exemplos, suas palavras, suas cartas ela se tornou luz de vida para muitas almas.
     A Beata faleceu no dia 28 de maio de 1577. Foi sepultada no Mosteiro Carmelita de Santa Maria dos Anjos de Florença, onde ainda seu corpo incorrupto pode ser venerado.
     Anos mais tarde, Santa Maria Madalena de Pazzi entraria naquele mosteiro e seria milagrosamente curada por sua intercessão.
     Seu culto foi aprovado pelo Papa Pio VII em 11 de julho de 1804.

Beata Janete, vidente de Nossa Senhora de Caravaggio














A Aparição de Nossa Senhora de Caravaggio

     O município de Caravaggio, terra da aparição, se encontrava nos limites dos estados de Milão e Veneza e na divisa de três dioceses: Cremona, Milão e Bergamo. Ano de 1432, época marcada por divisões políticas e religiosas. Além disso, teatro da segunda guerra entre a República de Veneza e o Ducado de Milão, passou para o poder dos venezianos em 1431. Pouco antes da aparição, em 1432, uma batalha entre os dois estados assustou o país.
     Neste cenário de desolação, às 17 horas da segunda-feira, 26 de maio de 1432, Nossa Senhora aparece a uma camponesa. A história conta que a mulher, de 32 anos, era tida como piedosa e sofredora. A causa era o marido, Francisco Varoli, um ex-soldado conhecido pelo mau caráter e por bater na esposa. Maltratada e humilhada, Janete Varoli (Giannetta, em italiano) colhia pasto em um prado próximo, chamado Mezzolengo, distante 2 km de Caravaggio.
     Entre lágrimas e orações, Janete avistou uma senhora que na sua descrição parecia uma rainha, mas que se mostrava cheia de bondade. Dizia-lhe que não tivesse medo, mandou que se ajoelhasse para receber uma grande mensagem. A senhora anuncia-se como “Nossa Senhora” e diz: “Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça, e venho anunciar a Paz”.
     Nossa Senhora de Caravaggio pede ao povo que volte a fazer penitência, jejue nas sextas-feiras e vá orar na igreja no sábado à tarde em agradecimento pelos castigos afastados e pede que lhe seja erguida uma capela. Como sinal da origem divina da aparição e das graças que ali seriam dispensadas, ao lado de onde estavam seus pés, brota uma fonte de água límpida e abundante, existente até os dias de hoje, e nela muitos doentes recuperam a saúde.
     Janete, na condição de porta-voz, leva ao povo e aos governantes o recado da Virgem Maria para solicitar-lhes – em nome de Nossa Senhora – os acordos de paz. Apresenta-se a Marcos Secco, senhor de Caravaggio, ao Duque Felipi Maria Visconti, senhor de Milão, ao imperador do Oriente, João Paleólogo, no sentido de unir a igreja dos gregos com o Papa de Roma. Em suas visitas, levava ânforas de água da fonte sagrada, que resultavam em curas extraordinárias, prova de veracidade da aparição. Os efeitos da mensagem de paz logo apareceram. A paz aconteceu na pátria e na própria Igreja.
     Até mesmo Francisco melhorou nas suas atitudes para com a esposa. Sobre ela, após cumprida a missão de dar a mensagem de Maria ao povo, aos estados em guerra e à própria Igreja Católica, os historiadores pouco ou nada falam. Por alguns anos foi visitada a casa onde ela morou que, com o tempo desapareceu no anonimato.


A Vidente
     

Sua figura emerge da luz sóbria de um documento notarial escrito em pergaminho existente no Santuário e transcrito nas atas da visita pastoral (27 de abril de 1599) do Bispo Speciano.
     Janete, de 32 anos, é filha de Pedro Vacchi, casada com Francisco Varoli. Todos conhecem "seus virtuosos costumes, a sua piedade, sua vida sinceramente honesta".
     Na primeira história publicada em 1599, de Paulo Morigi, se fala da ida de Janete à Constantinopla. Mais recentemente, João Castelli (1932) e o Arcebispo Natal Mosconi (1962) levantaram a hipótese de um encontro entre Janete e o Imperador João VIII Paleólogo em Florença, ou em Veneza, ou em Ferrara, por ocasião da chegada à Itália do governante bizantino para o Conselho de Ferrara-Florença (1438-1439).
     Esta viagem para o Oriente, acompanhada de personagens marcantes nos anos seguintes à aparição não é tão improvável. Havia uma estreita relação entre a corte italiana e o imperador bizantino, que se casou com a princesa italiana Sofia, da dinastia Monferrato-Paleólogo. As viagens de negócios e de peregrinação para Constantinopla via Veneza ou Gênova eram comuns; o embarque dos peregrinos tinha como objetivo final a Terra Santa e desde o século XV alguns habitantes de Caravaggio seguiam para a corte imperial do Oriente por razões diplomáticas ou militares.
     Eram os anos de preparação para a celebração do Concílio de Ferrara-Florença e é espontânea a conexão entre a aparição de Caravaggio, a viagem de Janete à Constantinopla e o decreto de união entre os gregos e os latinos sancionado em 6 de julho de 1439.
     Sabendo que o Duque de Milão queria conhecê-la, Janete passou a noite em oração e, diz Paulo Morigi: ... perto do alvorecer a gloriosa Virgem se dignou aparecer novamente, dizendo: "Janete, minha serva, não duvide, mas afasta de ti todo temor e vá confiante para onde és chamada, que eu estarei contigo". Assim dizendo, ela desapareceu.
     Também nesta primeira edição da história da Aparição encontramos Janete como testemunha e fiadora do milagre de Bernardo de Bancho, curado de uma enfermidade na perna esquerda em 31 de agosto de 1432.
     A tradição a chama de "Beata", querendo ilustrar suas virtudes exemplares. Nós não sabemos se Janete tinha filhos, não sabemos com certeza se residia na vizinhança de Caravaggio como diz a tradição; mesmo que seja muito provável, não sabemos se ela era tão pobre. Não sabemos a data da morte da Beata; se ela viu Nossa Senhora aos 32 anos, a data de seu nascimento deve ser 1400. Levando-se em conta a duração média de vida na época, Janete não deve ter vivido muito mais de meio século.
     Nenhuma palavra dela foi preservada. No entanto, ela falou, e deve ter falado várias vezes quando perguntada sobre o que tinha visto e ouvido. Mas todo o conteúdo essencial está no "memorial" em pergaminho, que narra o diálogo entre Janete – espontâneo e direto, que mesmo sob o latim não esconde seu modo popular de falar – e a Virgem da Aparição.
     Ela cumpriu fielmente o mandato que lhe foi dado e isto é o que mais deve ser lembrado. A tradição a quer sepultada na igreja paroquial, que teve mais de um cemitério ao redor. A Schola S. M., que desde a Aparição vem realizando o atendimento na igreja de Nossa Senhora e no hospital, tinha sepulcros no interior na igreja paroquial. Janete sempre teve apenas um culto popular.

terça-feira, 28 de maio de 2013

São Bernardo de Menthon

Image illustrative de l'article Bernard de Menthon

             Nasceu no ano 923, provavelmente no castelo Menthon, perto de Annecy, em Sabóia; morreu em Novara, em 1008. Foi descendente de uma rica família aristocrática, e recebeu uma esmerada educação. Recusou contrair um matrimónio honorífico proposto por seu pai e decidiu consagrar-se ao serviço da Igreja. Pondo-se sob a direcção de Pedro, Arquidiácono de Aosta, sob cuja direcção progrediu rapidamente, Bernardo foi ordenado sacerdote e considerando sua sabedoria e virtude foi ordenado Arquidiácono de Aosta (em 966), fazendo-se cargo do governo da diocese, secundando o bispo. 
               Vendo a ignorância e idolatria que todavia imperavam entre os povos dos Alpes, resolveu consagrar-se à sua conversão. Por quarenta e dois anos se dedicou a pregar o Evangelho a esses povos e levou a luz da fé inclusive a alguns cantões de Lombardia, ocasionando numerosas conversões e obrando vários milagres. 
             Por outra razão, sem embargo, o nome de Bernardo será célebre para sempre. Desde os mis antigos tempos houve um caminho através dos Alpes Peninos, desde o vale de Aosta até ao cantão suíço de Valais, em que está agora a passagem do Grande São Bernardo. Esta passagem está coberto por neves permanentes de sete a oito pés (de 2 a 2,4 metros, N. del T.) de profundidade, e seus movimentos às vezes acumula até quarenta pés (um metro) de altura. 
             Ainda que a passagem fosse extremamente perigosa, especialmente na primavera em razão das avalanches, não obstante era utilizado por peregrinos franceses e germanos a caminho de Roma. Para comodidade e proteção dos viajantes São Bernardo fundou um mosteiro e hospedagem no ponto mais alto da passagem, a 8.000 pés (2.400 metros, aproximadamente, N. del T.) sobre o nível do mar, no ano 962. 
             Alguns anos mais tarde estabeleceu Ota hospedagem no Pequeno São Bernardo, um monte dos Grandes Alpes, de 7.076 pés (2.160 metros, N. del T.) sobre o nível do mar. Ambos foram postos a cargo de monges agostinhos, logo depois de conseguir a aprovação pontifícia numa visita a Roma. Estas hospedagens são famosas por sua generosa hospitalidade estendida a todos os viajantes que passam pelo Grande e o Pequeno São Bernardo, assim chamados em honra do fundador destas instituições de caridade. Em todas as estações do ano, mas especialmente durante as duras tormentas de neve, os heroicos monges acompanhados por seus bem treinados cães, saem em busca de vítimas que poderiam sucumbir à dureza do clima. Lhes oferecem comida, roupa, e refúgio aos desafortunados viajantes que correm perigo de morte. Os monges dependem de doações e colectas para sustentar-se. 
             Atualmente, a Ordem consta de uns quarenta membros, a maioria dos quais vive nas hospedagens enquanto alguns vivem com vizinhos do lugar. A última obra na vida de São Bernardo foi a reconciliação de dois nobres cujo antagonismo ameaçou converter-se numa situação fatal. São Bernardo foi sepultado no convento de Saint Lawrence. Venerado como santo desde o Século XII em vários lugares de Piemonte (Aosta, Novara, Brescia), não foi canonizado até 1681, por Inocêncio XI. Sua festa é celebrada em alguns santorais em 15 de Junho e em outros em 28 de Maio.


estátua de São Bernardo de Menthon



São Carauno, sacerdote


             Carauno, também conhecido como Cheron, terá nascido na Gália (França) no seio de uma família de ascendência romana, no século V. É provável que os seus pais fossem cristãos. Após a morte dos pais, Carauno, ainda jovem, tornou-se eremita. A notícia da sua santidade depressa se espalhou e chamou a atenção de um Bispo local que o nomeou diácono de uma igreja. 
       Carauno mostrava talento para o trabalho missionário e foi ordenado padre. Incumbido de criar uma comunidade cristã na Gália, Carauno pregou em diferentes províncias. Mas atravessavam-se tempos difíceis. A presença romana na Gália sofrera um rude golpe com as brutas invasões de tribos germânicas.
          Em 475, porém, a situação começou a melhorar, em especial após as vitórias de Clóvis, rei dos Francos, que se convertera ao Cristianismo. Juntamente com Remígio, Arcebispo de Reims, Clóvis tentou converter os francos. A missão final de Carauno levou-o à região de Chartres. 
           Carauno prosseguiu a obra anteriormente levada a cabo por Potêncio e Altino. Diz-se que obteve grande êxito na conversão dos francos. Após o período de anarquia  do início do século V, as comunidades cristãs eram pequenas, mas Carauno acabou por atrair mais interessados. 
          Um certo dia, numa viagem a Paris, foi assaltado por um bando de foragidos. Vendo que ele nada tinha para roubar, os bandidos decapitaram-no. Os seus restos mortais foram guardados numa abadia de Chartres, entretanto destruída.


Vida de São Caruano, nos vitrais da Catedral de Chartres, França

São Justo de Urgel, bispo

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         São Justo nasceu na Espanha Citerior, de pais católicos, cuja piedade era bem patente na educação cristã dos quatro filhos que lhes concedera o céu, os quais foram: o nosso santo (JUSTO), NEBRÍDIO, JUSTINIANO e ELPÍDIO, dos quais Santo Isidoro de Sevilha faz menção com particular elogio no catálogo dos varões ilustres que haviam florescido em Espanha, chegando a ser, por seus relevantes méritos, prelados de quatro diferentes igrejas, respectivamente de Urgel, Egara, Valência e Huesca
           Seus pais, logo que Justo chegou á idade competente, destinaram-no ás letras, nas quais fez maravilhosos progressos, bem como na ciência dos santos e na virtude. Conheceu que a base, o princípio e o fundamento da verdadeira sabedoria era o temor de Deus, e condimentando o estudo com a oração, e os exercícios literários com a prática de boas obras, mostrou ser santo e doutor. Desejoso de se dedicar inteiramente ao serviço do Senhor, abraçou o estado eclesiástico, e cheio de ciência e de virtudes ascendeu ao sacerdócio, tornando-se digno de tão alta dignidade por seu conhecido mérito e notória santidade. 
            Cheio do maior zelo pela salvação das almas, dedicou-se com todo o coração à pregação da palavra divina, e como os sermões eram em tudo conformes à vida, era abundante o fruto colhido. Vagou o bispado de Urgel e Justo foi elevado àquela Sé com aplauso geral do clero e do povo, persuadidos que uma pessoa de mérito tão notório daria muito lustre, brilho e honra a tão alto ministério. Não foram baldadas essas esperanças; portou-se como vigilante pastor e como o pai caritativo com o rebanho que o Senhor confiou aos seus cuidados e direção. 
           Quis também ser útil à Igreja por meio de seus escritos; como prova da sua erudição e inteligência culta, expôs o Cântico dos Cânticos em sentido espiritual , publicado por Medardo em 1525. Tomou parte em concílios em Toledo, Lérida e Valência.    Finalmente, cheio de virtudes e de merecimentos, depois de um glorioso pontificado de doze anos, voou a sua alma puríssima à mansão dos justos nos meados do século VI. 

São Germano de Paris, bispo



Nascer e prosseguir vivendo não foram tarefas fáceis para Germano. Ele veio ao mundo na cidade de Autun, França, no ano 496.
Diz a tradição que sua mãe não o desejava, por isso tentou abortá-lo, mas não conseguiu. Quando o menino atingiu a infância, ela atentou novamente contra a vida dele, tentando envenená-lo, mas também foi em vão.
        
Acredita-se que ele pertencia a uma família burguesa e rica, pois, depois disso, foi criado por um primo, bem mais velho, ermitão, chamado Escapilão, que o fez prosseguir os estudos em Avalon. Germano, com certeza, viveu como ermitão durante quinze anos, ao lado desse parente, em Lazy, aprendendo a doutrina de Cristo.  
Decorrido esse tempo, em 531 ele foi chamado pelo bispo de Autun para trabalhar ao seu lado, sendo ordenado diácono, e três anos depois, sacerdote.
Quando o bispo morreu, seu sucessor entregou a direção do mosteiro de São Sinforiano a Germano, que pela decadência ali reinante o supervisionava com certa dificuldade. Acabou deixando o posto por intrigas e pela austeridade que desejava impor às regras da comunidade. 
Foi, então, para Paris, onde, pelos seus dons, principalmente o do conselho, ganhou a estima do rei Childeberto, que apreciava a sua sensatez. Em 536, o rei o convidou a ocupar o bispado de Paris, e Germano aceitou, exercendo grande influência na corte merovíngia.
Nessa época, o rei Childeberto ficou gravemente enfermo, sendo curado com as orações do bispo Germano. Como agradecimento, mandou construir uma grande igreja e, bem próximo, um grande convento, que mais tarde se tornou o famoso Seminário de Paris, centro avançado de estudo eclesiástico e de vida monástica. 
Germano participou, ainda, de alguns importantes acontecimentos da Igreja da França: do concilio de Tours, em 567, e dos concílios de Paris, inclusive o de 573, e a consagração do bispo Félix de Bourges em 570. 
Entrementes não eram apenas os nobres que o respeitavam, ele era amado pelo povo pobre da diocese. Germano era pródigo em caridade e esmolas, dedicando ao seu rebanho um amor incondicional.
Freqüentemente, era visto apenas com sua túnica, pois o restante das roupas vestira um pobre; ficava feliz por sentir frio, mas tendo a certeza de que o pobre estava aquecido. Quando nada mais lhe restava, permanecia sentado, triste e inquieto, com fisionomia mais grave e conversação mais severa. 
Assim viveu o bispo Germano de Paris, até morrer no dia 28 de maio de 576. Logo os milagres e graças começaram a acontecer e o seu culto foi autorizado pela Igreja, mantendo a data de sua morte para a celebração.
Suas relíquias se encontram na majestosa igreja de São Germano de Paris, uma das mais belas construções da cidade.


Túmulo de São Germano


Santuário de São Germano




Abadia de São Germano de Paris